domingo, 23 de fevereiro de 2014

Primeiro encontro do Grupo de Apoio Sem Transtorno!!!

O primeiro encontro do nosso grupo de apoio, ontem, foi um sucesso!!!!!!!

Quero agradecer imensamente às pessoas incríveis que tive o privilégio de conhecer.
Por terem confiado em mim; por terem enfrentado seus medos, suas inseguranças, e saído de casa sem saber o que iriam encontrar, apenas com esperança!...
 

Foi gratificante ver alguns de vocês chegando tímidos, tensos, e depois se soltando, compartilhando suas experiências, rindo... chorando...

Fiquei muito emocionada com a preocupação que tiveram com o outro, com o carinho com que se trataram, com a troca de telefones, de-mails, com a vontade de se aproximarem e de se ajudarem. Sabemos agora que não estamos sozinhos, não é?!!

Não poderia deixar de agradecer também à minha psicóloga / amiga Rosanna, que tem me dado todo apoio e suporte para que tudo isso possa estar acontecendo. Rosanna, MUITO obrigada.


À Ana Café e Núcleo Integrado pela sala, cadeiras, café etc... etc... Espero que a gente tenha deixado tudo em ordem, pois tivemos voluntários recolhendo o lixo, varrendo e até passando pano no chão!!! :)

Ao Marcelo, meu marido, pelo amor e compreensão com o meu projeto. <3

À Dany, minha amiga fiel e inseparável, por ter ido comigo buscar os bolos na casa da Lu! ;)

À Lu, minha amiga talentosa, os bolos foram uma atração à parte, se prepara pros pedidos! rsss

A todos os amigos que me ajudaram na divulgação do evento, que me
enviaram mensagens de apoio e incentivo, muito obrigada!!!!!

Que este tenha sido apenas o primeiro de muitos outros encontros!!! Que a gente se fortaleça cada vez mais e mostre pro mundo que somos capazes, fortes, generosos e norrrmaisssss!!!! ;) Um beijo e um abraço carinhoso em cada um, muito obrigada mais uma vez pela confiança!!!  
Realizei um sonho!!!!! :D
 

Coragem, saúde e paz para todos nós!!!!!! 



quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Barra tem grupo de ajuda mútua para portadores da síndrome do pânico e ansiedade generalizada

Troca. Karen posa na clínica que cedeu o espaço para os encontros
Foto: Felipe Hanower
Lívia Neder
Publicado: 17/02/14 - 6h00


RIO - Convivendo com a síndrome do pânico há 17 anos, a jornalista Karen Terahata, de 38, conseguiu melhorar sua qualidade de vida desde que passou a levar o tratamento da doença a sério, há dois anos. Neste processo, ela criou o blog Sem Transtorno, no qual passou a relatar suas experiências. Como extensão do trabalho que faz na internet, ela organiza, agora, o Grupo de Apoio a Portadores da Síndrome do Pânico e Ansiedade Generalizada.

A ideia surgiu a partir do contato com o trabalho de Fernando Mineiro, autor do livro “Tenho a síndrome do pânico, mas ela não me tem”, que coordena um grupo de apoio em Belo Horizonte.

— Há anos, buscando informações sobre pânico, encontrei o livro do Fernando, que me ajudou muito. Sempre procurei grupos de ajuda mútua como o que ele coordena. Mas, no Rio, não encontrei nada parecido. Quero trocar experiências com outras pessoas e mostrar que o pânico e os transtornos de ansiedade são doenças como quaisquer outras e podem ser encaradas de uma forma natural, não como aberrações — diz Karen.

Os encontros serão realizados no Núcleo Integrado, onde Karen faz psicoterapia. A partir de abril, eles serão realizados sempre no primeiro sábado de cada mês.

— Minha psicóloga sabia do meu interesse em criar o grupo e falou com a dona da clínica, que cedeu o espaço. Quero reforçar a aceitação das doenças. Muitas pessoas têm dificuldade de enfrentá-las; não querem tomar remédios controlados nem fazer acompanhamento psicológico. Mas, se a pessoa se cuida, pode ter uma vida normal — destaca.


Os interessados em participar das reuniões do grupo de apoio deverão enviar um e-mail para semtranstorno@gmail.com informando nome completo, idade e um telefone para contato.




Fonte: site O Globo
Link da matéria: http://oglobo.globo.com/rio/bairros/barra-tem-grupo-de-ajuda-mutua-para-portadores-da-sindrome-do-panico-ansiedade-generalizada-11597033?topico=barra

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Estigma, preconceito e exclusão


O texto abaixo, prefácio do livro Não é coisa da sua cabeça, define meu objetivo com o projeto Sem Transtorno: "eliminar o estigma, a descriminação e a exclusão social e familiar que envolvem aqueles que sofrem de alguma doença mental".
Através da informação, procuro fazer minha parte a favor dessa mudança. 


Coragem e saúde para todos nós!

"Parece difícil imaginar que pelo menos um em cada três de nós vai, em algum momento de sua vida, apresentar um tipo de transtorno mental. É verdade que fazem parte dessa cifra problemas como as fobias - o medo extremo e irracional de elevadores, multidões, viagens de avião, injeção, certos animais, altura e outras situações cotidianas -, que são bastante prevalentes na população, mas nem sempre causam grandes prejuízos para as pessoas. No entanto, a maior parte daqueles que sofrem de algum transtorno da mente vai ter sua vida profundamente afetada. Isso faz com que as doenças mentais constituam hoje uma das principais causas de incapacitação dos indivíduos, superando outros problemas de saúde comuns, como as doenças cardiovasculares e o câncer. E é provável que esse impacto se intensifique ainda mais, em alguns anos, pois à medida que ganhamos longevidade, os problemas médicos decorrentes das doenças crônicas - que incluem os transtornos mentais - tendem a ganhar proporções maiores


Hoje já sabemos, por meio de pesquisas científicas no campo das neurociências - as diversas áreas de estudo dedicadas a entender o funcionamento do cérebro - e também de prática diária nos consultórios, que as doenças da mente começam a se desenvolver na infância, manifestam-se com mais clareza na juventude e, depois que surgem, tendem a se cronificar. Algumas melhoram com a idade, outras vivem altos e baixos, e há aquelas que evoluem progressivamente, limitando, pouco a pouco, a vida do indivíduo. Mas, apesar de todo o conhecimento que temos acumulado nas últimas décadas, ainda não conseguimos descobrir precisamente as causas de cada transtorno mental nem, consequentemente, como curá-los. Nossos tratamentos, embora sejam efetivos, na maior parte das vezes, para aliviar sofrimentos e permitir que as pessoas levem suas vidas com maior equilíbrio e fluidez, nem sempre são capazes de reverter a doença mental ou estancar seu desenvolvimento. E o que é ainda mais preocupante: esses tratamentos não são acessíveis à parcela mais pobre da população, particularmente em países desiguais como o nosso. (...)

Seguindo o exemplo do que ocorre em outras áreas da medicina, é necessário também avançarmos no campo da prevenção. Ou seja, criar metodologias que permitam identificar indivíduos em risco para o desenvolvimento de transtornos mentais e investir neles com intervenções eficazes, antes de a doença começar. Assim, teremos chances de impedir o surgimento desses problemas ou atenuar sua manifestação de forma significativa. (...)

Para isso, precisamos de transformações substanciais na nossa rede de atendimento à saúde, bem como de estratégias bem testadas de intervenção em larga escala. É necessário treinar e ampliar os nossos recursos humanos nessa área, capacitando profissionais de programas amplos, como o Saúde da Família, para diagnosticarem e tratarem adequadamente os problemas mentais mais comuns, como se faz com outras especialidades médicas.

Para pôr em prática qualquer uma dessas ações, vamos ter de investir em eliminar o estigma, a descriminação e a exclusão social e familiar que envolvem aqueles que sofrem de alguma doença mental. Acredito que esse processo comece com INFORMAÇÃO."


Euripedes Constantino Miguel - Professor titular e Chefe do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. 

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Sem Transtorno e Fernando Mineiro do GruPan

Neste final de semana tive a oportunidade de conhecer pessoalmente o coordenador do GruPan (Grupo de Apoio a Portadores do Transtorno do Pânico) em Belo Horizonte (MG), Fernando Mineiro.

Fernando Mineiro é autor do livro Tenho a Síndrome do Pânico, mas ela não me tem, que há alguns anos comprei pela internet e que, desde então, tem me ajudado bastante. No livro, Fernando, que também é portador do pânico desde a adolescência, nos conta sua história com a doença - foram 35 anos em busca de diagnóstico. Além disso, dá dicas de relaxamento, de alimentação... e o mais importante: nos dá ânimo para enfrentar a doença.

Karen Terahata, Fernando Mineiro e Rosanna Talarico

"Aqui em casa não tem espaço para pensamento negativo", ele diz. "A gente tem sempre que pensar no lado bom das coisas, como a Pollyana no seu jogo do contente".

No livro
Tenho a Síndrome do Pânico, mas ela não me tem, Mineiro também estimula a criação de grupos de apoio. Devo a ele, portanto, grande parte do meu desejo em ter meu próprio grupo e poder ajudar outras pessoas. 

Hoje aposentado, Fernando Mineiro dedica seu tempo e energia aos portadores de pânico que o procuram. Explica tudo o que sabe sobre o transtorno e ensina com muita calma alguns exercícios de relaxamento, assim como a respiração diafragmática que ele já incorporou ao seu dia-a-dia e que, garante, não o deixa ter crises há cerca de sete anos.

Foi inspirador poder conhecer pessoalmente o Fernando Mineiro, conhecer o espaço do GruPan e alguns de seus frequentadores. Agradeço pela gentileza com que nos recebeu e gostaria de dizer à dona Rúbia, sua gentil esposa, que o suco de pêssego dela estava divino! :)

Ao meu lado nessa aventura estava a psicóloga Rosanna Talarico Mannarino, uma
grande incentivadora e parceira no projeto Sem Transtorno. Devo dizer que perdi uma ótima terapeuta, mas ganhei uma amiga melhor ainda!

Saúde e coragem para todos nós!!!

Obs.: Depois do encontro no GruPan, fui presenteada com uma bela surpresa do meu marido, que foi até BH para me buscar. Acabamos passando mais um dia em Minas e conhecemos a cidade histórica de Ouro Preto. Foi tudo lindo, leve! Brindamos com um delicioso capuccino no agradabilíssimo Café Cultural Ouro Preto e voltamos para casa esperançosos por dias melhores.

Sim, a vida não é perfeita, mas pode ser mais bonita e divertida! ;)


* Para comprar o livro de Fernando Mineiro, entre em contato com ele através do e-mail: fmineiro@yahoo.com.br



quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Fobia Social - entrevista com o Prof. Sergio Machado

Em sua segunda participação no Sem Transtorno, o professor Sergio Machado nos fala sobre a Fobia Social e faz um novo convite aos pacientes que queiram participar das pesquisas do núcleo de neurociências do laboratório de Pânico e Respiração (LABPR) do IPUB/UFRJ.



ST - Professor Sergio, o que é Fobia Social?
SM - A Fobia Social (FS) consiste em uma apreensão e ansiedade diante de situações sociais devido ao medo exagerado de ser avaliado de maneira negativa por outras pessoas. O portador sente um medo intenso de ser humilhado ou ficar embaraçado em situações sociais, que passam a ser evitadas ou suportadas com desgaste. Somado a isso, existe uma sensibilidade a críticas e rejeição, preocupação em relação à opinião das pessoas, dificuldade em ser assertivo e baixa autoestima.

ST - Quais são os sintomas da Fobia Social?
Os sintomas são rubor, urgência em urinar e evacuar, porém, a queixa inicial é o automonitoramento durante uma situação social, ou seja, é uma atenção exagerada voltada para seu desempenho, que o impede de se comportar adequadamente.


ST - Não poderíamos chamar a Fobia Social simplesmente de timidez?
SM - Não. A Fobia Social não é timidez, pois a timidez é transitória e não está ligada ao comprometimento significativo da vida do sujeito. A Fobia Social, se não tratada, pode ser incapacitante.

ST - Qual é o quadro atual da doença?

SM - A Fobia Social é o terceiro transtorno mental mais comum, ficando atrás do alcoolismo e da depressão. Ela varia entre 3 e 13%, ou seja, um grupo de pessoas tem a chance de desenvolvê-la como patologia de 3 a 13%.
Foi demonstrado, em 2008, que a Fobia Social é um fator predisponente para transtorno de humor, como a depressão e abuso de substâncias. Um estudo sobre comorbidades feito com 71 pacientes com Fobia Social, realizado por Turner em 1991, concluiu que ela é frequentemente associada a outros transtornos, como: transtorno de ansiedade generalizada (33%), seguido pela fobia simples (8%), transtorno evitativo de personalidade (22%), seguido pelo transtorno de personalidade obsessivo-compulsivo (9%).

ST - Existe uma possível causa para a Fobia Social?
SM - A causa da Fobia Social é multifatorial. Ela pode ser devido à predisposição genética, traços de personalidade, experiências de vida, disfunções cognitivas entre outros fatores que resultarão no surgimento da doença e em sua intensidade.

ST - Qual seria o tratamento adequado para a Fobia Social?

SM - Eu recomendo a psicoterapia cognitivo-comportamental (TCC) combinada com tratamento medicamentoso. 

ST - Explique, por favor, para os nossos leitores o que é psicoterapia cognitivo-comportamental.
SM - Psicoterapia cognitivo-comportamental é um tipo de psicoterapia baseada em métodos específicos para a modificação de pensamentos, emoções e comportamentos, com o intuito de conseguir contornar as queixas dos pacientes.

ST - E como ela é aplicada no tratamento da Fobia Social?
SM - Normalmente são utilizadas 4 técnicas: a de habilidades sociais, a exposição, a reestruturação cognitiva e a de relaxamento. A técnica de habilidades sociais trabalha a habilidade de se comunicar e interagir com as outras pessoas de uma forma eficaz e apropriada, levando em consideração o contexto sócio-cultural vivido, uma vez que ser socialmente hábil em um determinado lugar pode não ter o mesmo significado que em outro.
A de exposição pode ser pela imaginação, quando requer que o paciente imagine a situação, ou ao vivo, quando este indivíduo confronta realmente a realidade.
A reestrutura cognitiva é formada por uma série de intervenções em que os pacientes são ensinados a identificar pensamentos que geram ansiedade e que normalmente têm como tema situações sociais. Já as técnicas de relaxamento têm a função de ajudar o paciente a controlar sintomas fisiológicos e a reduzir sintomas de ansiedade que estejam presentes antes e durante os eventos sociais temidos. 

Além do tratamento combinado com TCC, recomendo também a estimulação magnética transcraniana, que é um trabalho inédito no mundo e que o núcleo de neurociências do laboratório de Pânico e Respiração (LABPR) do IPUB/UFRJ vem desenvolvendo sob minha coordenação e do psiquiatria Prof. Dr. Antônio Egidio Nardi, coordenador do LABPR e do Programa de Pós-Graduação em Psiquiatria e Saúde Mental (PROPSAM) do IPUB/UFRJ.

ST - O que é a estimulação magnética transcraniana?

SM - A EMT é um método não-invasivo, seguro e indolor, baseado na lei de Faraday de indução eletromagnética, onde uma corrente elétrica é induzida no tecido cortical através de um campo magnético gerado por uma bobina colocada sobre o escalpo, despolarizando ou hiperpolarizando os neurônios. É considerado um tratamento de neuromodulação devido a seu foco nos circuitos neurais dos transtornos. A EMT altera a neuroquímica nas sinapses cerebrais, alterando ou modulando a função dos circuitos neurais no cérebro que se acredita estar desorganizada nos transtornos.

ST - Como pacientes com Fobia Social podem ter acesso a esse procedimento?

SM - Pacientes com Fobia Social, assim como qualquer outro transtorno de ansiedade e de humor, que queiram participar de nossa pesquisa no núcleo de neurociência do LABPR no IPUB/UFRJ devem entrar em contato comigo via email: secm80@gmail.com
O tratamento em nossa pesquisa é totalmente gratuito.


* Sergio Machado é neurocientista, Ph.D., graduado em Educação Física (UNESA), Mestrado e Doutorado pelo Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPUB/UFRJ), Pós-Doutorado em Neurofilosofia pelo Instituto de Filosofia da Universidade Federal de Uberlândia (IFILO/UFU), é professor do Programa de Pós-Graduação em Psiquiatria e Saúde Mental (PROPSAM) do IPUB/UFRJ e do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Atividade Física da Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). É pesquisador na área de transtornos de humor e ansiedade.


Imagem retirada da internet.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Hoje recebi um belo presente do site Mais Focadas: uma matéria muito bacana sobre o pânico e o Sem Transtorno! Fiquei muito feliz!!!

Obrigada, Luciana Salgado e equipe, por essa linda surpresa!



UM ENCONTRO SEM TRANSTORNO
Em 05 Fevereiro, 2014 

Falta de ar, formigamento e uma sensação de estar infartando são alguns dos sintomas da Síndrome do Pânico, assunto sério e muito mais comum do que se imagina. A boa notícia é que existe tratamento e suporte para quem passa por esse problema. Foque aqui em uma iniciativa muito bacana, organizada pela Karen Terahata, a super focada jornalista e produtora de TV que está ajudando muita gente a ser mais feliz!