terça-feira, 15 de julho de 2014

Tico Santa Cruz envia um recado para os leitores do Sem Transtorno

O vocalista da banda Detonautas teve uma crise de pânico há dez anos.


Sem Transtorno no Sem Censura

Minha participação hoje no programa Sem Censura foi muito bacana.
Leda Nagle foi extremamente generosa comigo e com o tema que tratamos. Falar sobre o transtorno do pânico para tanta gente, e ao vivo, foi uma experiência incrível, que sensação boa de superação...

O programa contou com a participação de Tico Santa Cruz, vocalista da banda Detonautas, que revelou ter sofrido uma crise de pânico há dez anos e aproveitou para gravar uma mensagem para os leitores do Sem Transtorno.

De acordo com a programação da emissora, o programa será reprisado daqui a pouco, às duas e meia da manhã. De qualquer forma, assim que disponibilizarem o vídeo, compartilho aqui com vocês.

Dedico este dia especial ao meu marido, Marcelo, que está sempre do meu lado me incentivando a batalhar pelo Sem Transtorno. Obrigada, meu amor, meu pensamento esteve o tempo todo com você.
Um abraço a todos, saúde e paz.

Tico Santa Cruz: parceria
Eu, Leda e minha mãe tietando no estúdio ;)



sábado, 12 de julho de 2014

Famosos Ansiosos - parte 7

Lídia Brondi (à esq.) com Glória Pires em Vale Tudo
(foto: divulgação TV Globo)
Lídia Brondi
Este é um dos casos mais conhecidos de pessoas famosas que foram - ou ainda são - vítimas da ansiedade patológica no Brasil. A atriz Lídia Brondi era bastante popular nas décadas de 1970 e 80. Ela chegou ao auge da fama em 1988, como a jornalista Solange, na novela "Vale Tudo", e afastou-se completamente da TV e dos palcos alguns anos depois, em 1992. De acordo com o pai de Lídia, o pastor Jonas Rezende, ela teve síndrome do pânico e deixou a profissão de lado para cuidar da saúde. Ao libertar-se do problema, decidiu dar uma nova direção à própria vida. Lídia está hoje com 53 anos, é casada há 23 com o ator Cássio Gabus Mendes, formou-se em psicologia, tem uma filha e raramente é vista em público.
Jennifer Lawrence
(foto: reprodução Getty Images)
Jennifer Lawrence
Quem vê a bela atriz interpretando a corajosa Katniss Everdeen em "Jogos Vorazes" não imagina que ela já sofreu de fobia social. O problema se desenvolveu na infância de Jennifer e, apesar das sessões com terapeutas, ela não obteve resultados até se encontrar nas artes cênicas. "Um dia implorei aos meus pais para me levarem a uma audição em Nova York. Foi lá que comecei a atuar. Quando subi no palco, minha mãe disse que viu minha ansiedade desaparecer", disse à revista francesa Madame Figaro.
Gusttavo Lima
(foto: reprodução internet)
Gusttavo LimaNo ano passado, o cantor Gusttavo Lima revelou ter síndrome do pânico. A doença teria se manifestado após a fama: "Com essa correria toda, se eu for num lugar sozinho, num shopping, passo mal", ele diz. Gustavo também sente medo de ficar sozinho: "Dia desses saí de casa às 4h da manhã para ir a uma loja de conveniências, mas não tive coragem de descer porque estava sozinho. Sabe aquela insegurança de andar sozinho? Então, eu tenho isso." Andar de avião também é uma tarefa complicada para o cantor, e ele é obrigado a se deslocar pelo país constantemente para compromissos profissionais. Por conta disso, Gusttavo está sempre acompanhado de seus funcionários. "Em todo lugar que eu vou, tem gente comigo. Não gosto de sair sozinho", ele explica.

Johnny Depp
(foto: reprodução internet)
Johnny Depp
Quem diria que por trás do divertido e aventureiro pirata Jack Sparrow estaria um ator com um medo um tanto incomum? Pois Johnny Depp tem pavor de palhaços (coulrofobia) e costuma ter pesadelos com eles periodicamente.


Javier Bardem

O vilão do último filme de 007 não dirige de jeito algum. O medo de Javier é tão grande que ele nunca sentou-se atrás de um volante. "Só nos filmes", acrescenta.
Javier Bardem
(foto: reprodução internet)

(fonte: O Globo, Wikipedia, msn.com (Famosidades), M de Mulher, Folha de S. Paulo)



sexta-feira, 11 de julho de 2014

Amanhã tem reunião do grupo de apoio Sem Transtorno!

Espero todos lá! :)

Assista: TV ALERJ entrevista a psiquiatra Moema Costa dos Reis e Karen Terahata

 http://www.tvalerj.tv/PlayMediaInPortfolio.do?mediaId=16756#Neste programa "TV ALERJ Debate", as chamadas "doenças modernas", como os transtornos de ansiedade e a depressão, estão em pauta.A entrevista foi gravada na última segunda-feira, dia 7 de julho, no belíssimo Palácio Tiradentes, que abriga a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro e a TV ALERJ.
Esta entrevista será exibida pela TV ALERJ amanhã, dia 12 de julho, às 22:30h, e no domingo, às 15:30h.


TV ALERJ via cabo (NET):

CIDADE CANAL
NITERÓI 03
NOVA FRIBURGO 97
RIO DE JANEIRO 12
TERESÓPOLIS 41
TRÊS RIOS 96
VOLTA REDONDA 13
ANGRA dos REIS 14
BARRA MANSA 96
CABO FRIO 34
CAMPOS DOS GOYTACAZES 10
ITAPERUNA 99
MACAÉ 10
PETRÓPOLIS 95
RESENDE 96
SÃO GONÇALO 12
RIO BARRA 12
RIO ITAPERÚ 12
PATY DOS ALFERES 96

Informação para recepção via parabólica:

Satélite Brasilsat - B4 at 84° W
Taxa de Símbolos = 3,0 MSps 
- Frequência Banda-C = 3816,0 MHz 
- FEC = 3/4
- Frequência Banda-L = 1334,0 MHz 
- Polarização= Horizontal


quarta-feira, 9 de julho de 2014

Karen Terahata no programa Sem Censura

Pessoal, depois de tanta tristeza e decepção com a nossa Seleção, vamos de notícia boa? Fui convidada para participar do programa Sem Censura, da Leda Nagle, e estarei na próxima segunda-feira, dia 14 de julho, à partir das 16 h, contando com a torcida de vocês. Positive vibrations, please, que o programa é ao vivo!!!!! :)

Grande abraço,

Karen

terça-feira, 8 de julho de 2014

Reunião do grupo de apoio Sem Transtorno no próximo sábado

Amigos,

Nossa reunião mensal acontecerá neste sábado, 12 de julho. Mesmo local e mesmos horários.
Todos os inscritos para a reunião do dia 5 poderão (devem!) comparecer.

Até lá!


Karen

sábado, 5 de julho de 2014

A reunião de hoje está CANCELADA

Em breve avisarei a todos a nova data do próximo encontro.
Todas as inscrições serão mantidas, não se preocupem!

Um grande abraço,

Karen

sexta-feira, 4 de julho de 2014

AVISO: reunião de amanhã do grupo de apoio Sem Transtorno

AVISO: infelizmente, talvez tenhamos que cancelar nossa reunião de amanhã. Peço que chequem seus e-mails e celulares antes de saírem para o nosso encontro (estou enviando e-mails e SMS para todos). Peço desculpas desde já pelo possível imprevisto e agradeço pela compreensão de todos.

Fotógrafo faz ensaio divertido para tirar avó da depressão

(Fonte: Catraca Livre)

Em 2010, o fotógrafo francês Sacha Goldberger estava preocupado com sua avó Frederika, que apresentava sinais de depressão aos 91 anos de idade. Para ajudar a melhorar sua saúde, ele resolveu criar, junto com ela, alguns ensaios de fotos divertidas.

Na primeira sessão, dona Frederika aparece fantasiada como vários super-heróis. Esse trabalho foi divulgado ao redor do mundo e chegou a ser compilado em um livro. As fotos foram expostas no Brasil no ano passado.

Após isso, Sasha fez outro ensaio, intitulado “Mamika” (significa avó em húngaro e é a nacionalidade de Frederika), no qual revela sua avó em situações cotidianas ao lado de seu galo Bob.

Centros de Atenção Psicossocial – CAPS

Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS)  são serviços da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), destinados a prestar atenção diária a pessoas com transtornos mentais. Os CAPS oferecem atendimento à população, realizam o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários. Os CAPS também atendem aos usuários em seus momentos de crise.
O CAPS apoia usuários e famílias na busca de independência e responsabilidade para com seu tratamento.
Os projetos desses serviços, muitas vezes, ultrapassam a própria estrutura física, em busca da rede de suporte social, potencializadora de suas ações, preocupando-se com a pessoa, sua história, sua cultura e sua vida cotidiana.
Dispõe de equipe multiprofissional composta por médico/psiquiatra, psicólogos, dentre outros.

Como acessar

Acesso direto:

Para acesso aos serviços, as pessoas podem ir diretamente às unidades.



  • CAPS I – Serviço de atenção à saúde mental (municípios com população de 20 mil até 70 mil habitantes).  
  • CAPS II – Serviço de atenção à saúde mental (municípios com população de 70 mil até 200 mil habitantes)
  • CAPS III – Serviço de atenção à saúde mental (municípios com população acima de 200 mil habitantes).
  • CAPS i - Serviço especializado para crianças, adolescentes e jovens até 25 anos (população acima de 200 mil habitantes) 
  • CAPS ad – Serviço especializado para usuários de álcool e drogas (municípios com população de 70 mil até 200 mil habitantes).

    Para ver a relação de CAPS - Centros de Atenção Psicossocial - em todo o Brasil, clique aqui.                                                                              


  •      (fonte: site do Ministério da Saúde)

    quinta-feira, 3 de julho de 2014

    Conheça a terceira e última história sobre a convivência com o pânico selecionada para receber o livro "A garota que tinha medo", da Editora Schoba.
    Aguardem os próximos concursos! :)



    Tenho 23 anos e há aproximadamente um ano venho tentando aceitar tudo isso que está acontecendo comigo. Ainda tenho as minha dúvidas, ainda tenho medo de ser algo mais grave e ao mesmo tempo tenho esperança de ser apenas a ansiedade explodindo dentro de mim.

    Aos 19 anos, saí de casa para trabalhar e fui para outra cidade. No início foi angustiante, primeiro emprego, muita cobrança e o desejo enorme de voltar para casa. Ligava todos os dias para os meus pais chorando, querendo desistir, e o meu maravilhoso pai sempre me deu força para continuar.

    Os anos se passaram, eu estava na busca desenfreada de passar no vestibular, fazia "n" coisas, trabalhava, estudava e tentava viver nos fins de semana. Passei por crises no namoro e fui caminhando. Até que um dia minha companheira de quarto me expulsou, até hoje eu não sei a verdade, e com isso tive que voltar para a minha terrinha natal. A sorte é que a cidade que trabalho é perto.

    Passei na faculdade de física e conheci uma garota. Ela foi morar comigo e com os meus pais, depois disso voltamos para a cidade dos sonhos de todo jovem da Zona da Mata mineira, Juiz de Fora. Moramos juntas por cerca de um ano e eu já não aguentava mais a presença dela, me sentia sufocada.
    No mesmo período, consegui um novo emprego. Eu morria de medo do meu atual chefe, ele chegava e eu saia da sala.

    Até que um belo dia, mais precisamente numa segunda feira às nove da manhã, eu comecei a sentir uma dor no braço e no peito e logo pensei: "estou tendo um infarto"! Me desesperei e já estava esperando a hora em que eu iria cair no chão, mas graças a Deus não foi "nada". Fui para o hospital, demorei a ser atendida, fiz um eletro. Diagnóstico: estresse.

    Depois de seis meses, também em uma segunda feira, passei mal falando ao telefone. No outro dia, fui ao cardiologista, fiz vários exames e graças a Deus, nada. Depois desse episódio, passei a pesquisar tudo sobre arritmia e ansiedade. Tudo mesmo. E comecei a sentir coisas estranhas no meu corpo. Acordava de madrugada com o coração na boca, certa vez o susto foi tanto que fui parar no hospital sozinha de camisola, foi horrível.

    Fui a vários cardiologistas e todos eles falaram que era ansiedade. Coração disparado, boca seca, falta de ar, tontura, enjoo, vozes falando "você vai morrer, vai ter um ataque cardíaco", tudo isso é terrível. 
    Comecei a fazer o tratamento, já estou na minha terceira psicóloga e com o mesmo psiquiatra, e estou caminhando.

    Hoje tento viver, trabalho, estudo, tento curtir a vida.
    Tenho fé, mas ao mesmo tempo me pergunto: "Deus, o Senhor existe??"
    É angustiante passar por tudo isso. A vontade que dá é de largar tudo e ficar trancada no quarto, mas não posso fazer isso, tenho que trabalhar e estudar e eu quero vencer esse desafio que me foi dado.

    Sofrer longe de casa é muito ruim e ninguém entende, ninguém mesmo. A vida está me ensinando a crescer de uma forma muito dolorosa, e eu sei que eu vou vencer. Já consigo dormir sem ouvir musica e ficar em casa sozinha, já não tenho medo do meu patrão. Estou aprendendo a amar, estou aprendendo a me enxergar como um ser, estou aos poucos me descobrindo.
    Não desejo isso para ninguém, mas se alguém algum dia sentir o coração disparar, é só tomar uma água, se deitar e respirar fundo, e crer que, mesmo passando por tudo isso, existe alguém que vela por nós.

    Ana Beatriz

    Bicas - MG

    quarta-feira, 2 de julho de 2014

    Esta é a segunda história sobre a experiência com o transtorno do pânico escolhida para receber um exemplar do livro "A garota que tinha medo", da Editora Schoba. Parabéns!!! :)

    Meu medo, ou transtorno, ou síndrome do pânico, não é diferente dos outros...

    Ele veio de surpresa e me envolveu num dia comum. E caiu como um meteoro, querendo fazer estragos!

    Fui arrumar o cabelo num salão onde já estava acostumada a ir, e lá me senti com um estranhamento nunca antes experimentado. Uma angústia, um distanciamento que me deslocava do ambiente de uma forma distorcida da realidade.
    Voltei pra casa, tomei um banho longo, mas aquilo estava meio impregnado no meu corpo.

    No dia seguinte, parecia que tinha passado, mas voltou à noite, com dormências, taquicardia, enjoo, uma vontade estranha de arrancar alguma coisa de dentro de mim. Meu marido tentava me acalmar e nada.
    Foram idas a emergências de hospitais, eletros e tudo normal. 
    E os sintomas voltavam.

    Decidi e procurei uma terapia indicada (TCC), yoga, acupuntura, dança e busquei tudo que me cercasse de bem estar.

    Hoje frequento um grupo de ajuda, que começou em fevereiro (o único aqui no Rio), que só traz harmonia e paz.

    Meu nome é Jane e meu grupo foi fundado pela Karen!

    Jane Peixoto

    Rio de Janeiro, RJ


    Veja também a primeira história selecionada.

    terça-feira, 1 de julho de 2014

    1º de julho

    Em homenagem a este primeiro de julho, compartilho com vocês uma música que há anos me faz cantar alto, e rir, e chorar, me sentir forte, e frágil... mulher! Complexa e especial assim... ;)

    RESULTADO: Concurso Cultural "Superei meu medo" - Editora Schoba e Sem Transtorno

    A Editora Schoba e o Sem Transtorno têm o prazer de anunciar as três leitoras escolhidas para receberem o livro "A garota que tinha medo", de Breno Melo, e terem suas vivências com o transtorno do pânico publicadas aqui no blog:

    • Maria Helena - São Luís (MA)
    • Jane Peixoto - Rio de Janeiro (RJ)
    • Ana Beatriz - Bicas (MG) 

    As três experiências têm em comum o medo causado pelo início dos ataques de pânico, a busca por atendimento e um diagnóstico em diversos prontos-socorros e a relevante melhora após o reconhecimento da doença e o início de um tratamento adequado.
    Tenho certeza de que elas inspirarão muitos de vocês.

    Muito obrigada a todos que participaram. Conheça agora a primeira história selecionada:


    minha primeira crise de pânico aconteceu há uns 15 anos.
    Estava passando por um momento pessoal muito complicado, recém separada, tentando recomeçar um novo relacionamento. 
    Recebia cobranças excessivas do então atual namorado e do ex-marido.
     
    Durante esse período, também estava vendo minha irmã mais velha falecer. Ela estava muito doente e seria a nossa primeira perda na família após o falecimento do meu pai, em 1972. Acho que tudo isso foi demais pra mim.

    Tudo começou sem que eu me desse conta.
    Ao acordar, eu iniciava a minha rotina diária normalmente. Quando se aproximava a hora de ir pro trabalho, era o mesmo processo todo dia: mãos suadas, nervosismo, coração acelerado achando que poderia passar mal na rua e que não teria ninguém para me socorrer.
    Eu passava na casa da minha irmã Anailza, ela me fazia ler a bíblia, eu lia alguns salmos, pedia a proteção divina, tentava me acalmar.
    Gastava em taxi para ir pro trabalho e às vezes também para voltar (já não voltava mais do trabalho sozinha). 

    Nesse momento terrível, eu estava brigada com o namorado. Então meu ex- marido sempre recebia ligações da minha amiga de trabalho para ir me buscar, por eu não ter condições de voltar sozinha.

    Depois de uma semana e alguns dias vivendo esses momentos de terror, procurei um clínico geral.
    A médica me falou em síndrome de pânico e me passou uma medicação que me fazia sentir mal. Eu ficava trêmula e com medo de tomar o remédio. Então desisti do remédio e da médica.

    Em uma das minhas consultas com uma endocrinologista para tratar hipotireoidismo, falei sobre o que sentia e ela me falou que com certeza era síndrome de pânico. Que era para eu parar com preconceitos e aceitar o tratamento.
    Me passou remédios feitos em farmácia de manipulação, caríssimos na época.

    Durante esse período, minha
     outra irmã Celeste me levou a um centro espírita em que ela era colaboradora.
    Conversei com a dirigente do centro após o estudo do evangelho e ela me aplicou alguns passes. Disse que em dois dias eu estaria melhor, e foi o que realmente aconteceu.

    Com a ajuda dos médicos e do centro espírita não tive mais crises e 
    em três meses parei o tratamento com remédio, assim como parei com as várias restrições impostas por mim mesma (eu não tomava café, não tomava bebidas alcoólicas, tomava muito chá de camomila, de erva cidreira, tentava melhorar de alguma forma).
    Eu tinha muito medo de adoecer e não poder sustentar meus filhos. 

    Com o passar dos anos, a sombra do pânico sumiu da minha vida. Achei que ele não existisse mais. 
                No entanto, em novembro de 2013, após 
    um show do cantor Nando Reis em minha cidade, consumi duas doses de vodka com suco de uva. Foi a combustão para detonar minha segunda experiência com o pânico.
    O médico me disse que ele já estava lá, o álcool foi só o detonador.

    Ao acordar pela manhã, senti algo diferente no meu corpo. Achei que fosse ressaca, mas era uma sensação interna esquisita.
    Ao chegar ao trabalho, os sintomas começaram, só que agora diferentes, com terríveis enjoos, cansaço, mãos geladas, dores no estômago, frio, pressão alterada. Achava sempre que estava tendo um infarto ou um AVC.
    Minhas duas irmãs me perguntaram se não seria ele (o pânico) voltando, mas eu não quis acreditar. 

    Numa dessas crises, passei uma tarde inteira em observação no hospital achando que ia morrer e com meu filho de 19 anos assustado e nervoso ao meu lado. Já não conseguia mais trabalhar direito, fazia tudo rápido antes que a crise chegasse, e já não falava com os colegas de trabalho porque não queria que me fizessem perguntas. 

    Às vezes, quando já não aguentava mais, aquele meu namorado na primeira crise - e hoje um amigo muito querido - me levava para casa. No trajeto de volta eu melhorava e tudo passava. As crises duravam uns 10 minutos, mas pareciam horas tamanho o horror que sentia.

    Passei mais ou menos uma semana desse jeito, perdi peso rápido e só sentia vontade de ficar deitada, encolhida, com uma carência inexplicável. Eu sentia que estava doente, meu corpo me dizia isso.

    Minha família sempre foi muito unida quando se trata de doença, então a preocupação é bem maior. 
    Nesse período eu não andava sozinha, tinha medo, e minha irmã pediu a um outro irmão que me levasse ao médico. Pela primeira vez consultei um psiquiatra - confesso que com um pouco de receio.

    O médico conversou, me ouviu, prescreveu um antidepressivo e um ansiolítico para que cessasse as crises, como de fato cessou logo ao usar os primeiros comprimidos. 

    No início, os remédios me causavam muito sono. Fiquei com uma aparência não muito boa, emagreci, passei por um período reclusa em casa, quase não ia a festas na família porque não sentia vontade. Eu precisava me tratar, precisava ficar comigo mesma; Passava os fins de semana assistindo filmes ao lado de meus filhos.
    Hoje, passados cinco meses do início da segunda crise, estou vivendo novamente, estou me sentindo bem, de vez em quando aqueles sintomas conhecidos tentam se aproximar, procuro desviar meus pensamentos, respirar corretamente e profundo, tenho lido bastante sobre meditação e como ela tem ajudado pessoas com problemas de ansiedade.

    Às vezes estou no trabalho me sentindo ansiosa, vou ao banheiro, fecho os olhos, respiro profundamente e tento me acalmar. Não quero nunca mais na vida sentir o que senti, sei que posso controlar tudo isso me esforçando e crendo.

    Maria Helena Martins Santos
    São Luís - MA