quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Participe! Sem Transtorno realiza no Rio de Janeiro seu primeiro seminário para pessoas com transtornos de ansiedade

“1º ENCONTRO ‘SEM TRANSTORNO!’ SOBRE TRANSTORNOS DE ANSIEDADE”

Quando: 12/09/2015 (sábado)

Horário: das 8h às 12h30m
Local: Auditório do Condomínio The Best – Av. das Américas, 3.200
Barra da 
Tijuca – Rio de Janeiro – RJ

PALESTRAS:

– “Convivendo com o pânico e o TAG”
com Karen Terahata, coordenadora do projeto Sem Transtorno!

– “Diagnóstico e tratamento dos transtornos de ansiedade”
com Dr. Daniel Contarini, médico, Serviço de Psiquiatria da Santa Casa do RJ

– “Ansiedade, depressão e o abuso de drogas”
com Ana Café, psicóloga, Diretora da Clínica Núcleo Integrado

– “A importância da psicoterapia e do apoio familiar no tratamento dos
transtornos de ansiedade” 
com Rosanna Mannarino, psicóloga


Preços:

Individual: R$80,00
Dois ingressos: R$120,00

Para se inscrever:

1) Faça o depósito da taxa de inscrição em uma das seguintes contas, em nome de Karen Terahata Alvarez (CPF: 029.345.787-55):

Itaú
Banco: 341
Agência: 4063WP_20150716_001
C/C: 25410-3

Caixa Econômica Federal
Banco: 104
Agência: 4063
Conta poupança: 00031547-4

2) Confirme o pagamento através do e-mail: semtranstorno@gmail.com


Saiba mais sobre o evento:

O projeto Sem Transtorno!  teve início em 2007, quando a jornalista Karen Terahata, 39, criou um blog de mesmo nome para falar sobre os transtornos do pânico e de ansiedade generalizada, com os quais havia sido diagnosticada dez anos antes, em janeiro de 1997.

O blog Sem Transtorno! (www.semtranstorno.blogspot.com.br) tinha como objetivo trocar informações, encorajar outros pacientes a buscarem tratamento adequado e também, através da informação, combater o preconceito e o estigma que atingem as vítimas dos transtornos mentais.

Em fevereiro de 2014, Karen passou a coordenar também as reuniões do Grupo de Apoio “1º Encontro Sem Transtorno! sobre Transtornos de Ansiedade”, dedicado a pacientes, familiares e amigos que queiram compreender e conviver melhor com o problema.
Sem Transtorno! no Núcleo Integrado, na Barra da Tijuca. Agora, ela organiza o

O evento promete proporcionar momentos muito especiais para seus participantes. Na programação, quatro palestras de especialistas no assunto, interação e sorteios de brindes. Venha se informar e confraternizar conosco! :)

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Sem Transtorno! está de casa nova!

Novo ST! no www.semtranstorno.com.br
Oi, pessoal,

O Sem Transtorno! está se mudando para um espaço maior, com mais recursos, mais facilidade de navegação... aguardo a visita de todos vocês!
www.semtranstorno.com.br

Um grande abraço,

Karen Terahata
coordenadora do Sem Transtorno! 

domingo, 2 de agosto de 2015

"1º ENCONTRO SEM TRANSTORNO! SOBRE TRANSTORNOS DE ANSIEDADE" NO RIO DE JANEIRO: INSCRIÇÕES ABERTAS!


O projeto Sem Transtorno! teve início em 2007, quando a jornalista Karen Terahata, 39, criou um blog de mesmo nome para falar sobre os transtornos do pânico e de ansiedade generalizada, com os quais havia sido diagnosticada dez anos antes, em janeiro de 1997.
O blog Sem Transtorno! (www.semtranstorno.blogspot.com.br) tinha como objetivo trocar informações, encorajar outros pacientes a buscarem tratamento adequado e também, através da informação, combater o preconceito e o estigma que atingem as vítimas dos transtornos mentais.
Em fevereiro de 2014, Karen passou a coordenar também as reuniões do Grupo de Apoio Sem Transtorno! no Núcleo Integrado, na Barra da Tijuca. Agora, ela organiza o “1º Encontro Sem Transtorno! sobre Transtornos de Ansiedade”, dedicado a pacientes, familiares e amigos que queiram compreender e conviver melhor com o problema.
O evento promete proporcionar momentos muito especiais para seus participantes. Na programação, quatro palestras de especialistas no assunto, interação e sorteios de brindes. Emoticon smile

“1º ENCONTRO ‘SEM TRANSTORNO!’ SOBRE TRANSTORNOS DE ANSIEDADE”
Quando: 12/09/2015 (sábado)
Horário: das 8h às 12h30m
Local: Auditório do Condomínio The Best – Av. das Américas, 3.200 – Barra da
Tijuca – Rio de Janeiro – RJ

PALESTRAS:
– “Convivendo com o pânico e o TAG”
com Karen Terahata, coordenadora do projeto Sem Transtorno!
– “Diagnóstico e tratamento dos transtornos de ansiedade”
com Dr. Daniel Contarini, médico, Serviço de Psiquiatria da Santa Casa do RJ
– “Ansiedade, depressão e o abuso de drogas”
com Ana Café, psicóloga, Diretora da Clínica Núcleo Integrado
– “A importância da psicoterapia e do apoio familiar no tratamento dos
transtornos de ansiedade”
com Rosanna Mannarino, psicóloga

Acesse o novo site do Sem Transtorno! e saiba como participar!
O evento é dedicado a pacientes, familiares, amigos e ao público em geral, que tenha interesse em conhecer melhor os transtornos de ansiedade.


quarta-feira, 29 de julho de 2015

Sobre o jornalista Luiz Carlos Prates e sua declaração sobre depressão

Não sei em que planeta eu estava para só agora descobrir esta declaração asquerosa que o jornalista Luiz Carlos Prates deu em abril, no jornal SBT Meio Dia, de Santa Catarina.

Também não assistiu? Então só assista se tiver estômago.


Ao comentar o caso do piloto que derrubou um avião da Germanwings nos Alpes Franceses, matando 150 pessoas, Prates - que, inacreditavelmente, ainda por cima é psicólogo - afirmou que quem tem depressão é "um covarde existencial", que deve ser tratado com "desprezo".

Pois bem. O que este senhor fez é desumano, é de uma ignorância e irresponsabilidade imensuráveis, além de totalmente antiético. E pior do que tomar conhecimento dessa declaração infeliz foi ler os comentários na publicação da notícia. Estou muito chocada e triste com a quantidade de pessoas desinformadas e cruéis que constatei existirem por aí.

Por isso, mesmo que tardiamente, quero deixar registrada a minha indignação, o meu repúdio aos danos que este comunicador irresponsável possa ter causado. Espero que ele tenha sido punido. Por mim, deveria ter perdido o registro no Conselho Regional de Psicologia.

Em contrapartida, compartilho também o vídeo resposta feito pelo psiquiatra Fernando Fernandes, do canal Psiquiatria Online. Peço que compartilhem este vídeo e que me ajudem a combater o preconceito que existe contra nós, pacientes de transtornos mentais.


quinta-feira, 23 de julho de 2015

Smartphones ajudam a diagnosticar depressão

Dados fornecidos pelo aparelho podem indicar com mais de
80% de precisão sintomas de depressão no usuário
(CCM SAÚDE) - Uma equipe de pesquisadores dos Estados Unidos mostrou que os padrões de uso do smartphone por um indivíduo podem indicar uma possível depressão. Os resultados surpreendentes abrem novos caminhos para o diagnóstico.

O estudo, realizado por uma equipe de pesquisadores da Universidade Northwestern, em Chicago (EUA), e publicado nesta quarta-feira (15) no 'Journal of Medical Internet Research' revelou que dados do smartphone podem prever com precisão de 86,5% se uma pessoa apresenta sintomas de depressão.

"Descobrimos que quanto mais tempo as pessoas passam em seus telefones, mais propensas elas estão de estarem deprimidas", disse David Mohr, principal autor do estudo e diretor do Centro de Tecnologia de Intervenção Comportamental da Universidade Northwestern.

Para o estudo, os cientistas recrutaram 40 pessoas, que responderam a um questionário para medir sintomas de depressão. Paralelamente, os participantes baixaram um aplicativo no seu telefone que determinava a sua posição através de GPS a cada cinco minutos, o número atividades e tempo gasto no telefone. Depois, elas foram seguidas por 15 dias.

"As pessoas que tendem a ficar mais tempo em um ou dois lugares, por exemplo em casa e no trabalho e, depois, voltar para casa, ao contrário daquelas cujos deslocamentos são mais frequentes, são mais propensas a terem altos níveis de depressão", diz Mohr. A pesquisa também estabeleceu que as pessoas deprimidas usam seus telefones por uma média de 68 minutos, enquanto que aquelas sem sintomas passam apenas cerca de 17 minutos falando no aparelho".

Entretanto, os pesquisadores apontam que as conclusões não são definitivas porque os dados sobre os sintomas da depressão foram autodeclarados pelos participantes através dos questionários e são, portanto, susceptíveis de terem sido sobre ou subestimados. Além disso, o tamanho da amostra foi pequeno.

Foto: © Pixabay.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Transtornos mentais afetam 700 milhões no mundo


Segunda causa mais comum de invalidez em todo o mundo, a depressão fica atrás apenas das dores nas costas, segundo um estudo recém-publicado na revista científica PLOS Medicine. A pesquisa comparou a depressão clínica, um dos transtornos mentais mais comuns, com outras 200 doenças e lesões apontadas como causas de invalidez. Segundo os autores, a doença deve ser tratada como uma prioridade de saúde pública global.

Falar sobre transtornos mentais ainda é um assunto muito delicado. Mas o fato é que eles são bem mais comuns do que se imagina. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), os transtornos mentais atingem cerca de 700 milhões de pessoas no mundo, representando 13% do total de todas as doenças. E apesar de doenças como esquizofrenia e psicose serem as primeiras lembradas ao se falar no assunto, elas não são as mais frequentes. No topo da lista estão a depressão e a ansiedade.

No Brasil, a capital paulista é a cidade com o índice mais alto de habitantes com transtornos mentais. Isso é o que aponta o projeto São Paulo Megacity: estudo realizado pelo IPq (Instituto de Psiquiatria) do Hospital das Clínicas de São Paulo com 5.037 residentes dos 39 municípios da região da Grande São Paulo, em 2012.

Depressão

A depressão é caracterizada pela tristeza, baixa autoestima, pessimismo e desânimo. Segundo a OMS, a depressão atinge cerca de 350 milhões de pessoas pelo planeta, o que corresponde a 5% da população mundial. Só no Brasil, 10% da população sofrem com o problema.

Já a ansiedade é caracterizada por excesso de pensamentos negativos, sensação de aflição, incapacidade de relaxar, tensão e preocupação exagerada. De acordo com a organização, a ansiedade atinge 10 milhões de pessoas.

Apesar dos altos números, muitas pessoas consideram a depressão e a ansiedade mais um "estado emocional" do que uma doença. O que é um erro grave: não dando o devido valor a esses sintomas, pode-se adiar o diagnóstico da doença, agravar seu estado e até mesmo prejudicar seu tratamento.

"É necessário entender que o transtorno mental é uma doença como qualquer outra, como diabetes, por exemplo. É necessário buscar tratamento para que os sintomas sejam controlados e, assim, a pessoa possa levar uma vida normal", afirma a psicóloga Ana Cristina Fraia, coordenadora terapêutica da Clínica Maia Prime.

Uma doença com tratamento

Os transtornos mentais podem ser causados por vários fatores, entre eles a genética, a química cerebral (problemas hormonais ou uso de substâncias tóxicas que afetam o cérebro) e o estilo de vida são tidos como os principais. "Muita pessoas acreditam que os transtornos mentais não têm componente físico e, portanto, seriam causados apenas por fatores externos, ambientais, sociais", aponta Pedro Katz, psiquiatra do Hospital Samaritano de São Paulo.

Como qualquer doença, os transtornos mentais precisam de tratamento e acompanhamento especializado. Existem medicamentos eficazes para tratar depressão, esquizofrenia, transtorno obsessivo compulsivo e todas as outras doenças mentais.

"Hoje, com um refinamento maior dos diagnósticos e com o avanço dos tratamentos, pode-se ajudar pessoas que possuem alterações mais sutis em relação a um sofrimento emocional, mas que, se diagnosticadas e tratadas, apresentam uma melhora importante na qualidade de vida", explica Marco Antônio Abud Torquato Junior, psiquiatra do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP (Ipq/HCFMUSP) e do Hospital Universitário da USP.

Porém o tratamento não é fácil: ele exige comprometimento e adesão - em muitos casos para a vida toda. Isso porque a maioria dos transtornos mentais não tem cura. Muitos médicos os comparam às doenças como hipertensão ou diabetes, que também não têm cura, mas podem ser controladas a ponto do paciente viver bem. "Não tem cura, mas tem controle - desde que a pessoa busque e siga um tratamento adequado. Aí é possível atingir uma boa qualidade de vida", ressalta Fraia.

Preconceito e desinformação

O que não pode é ficar sem tratamento - o que acontece muitas vezes devido ao preconceito e a desinformação que cercam os transtornos mentais. E vencer isso é um verdadeiro desafio.

"Em geral, o maior desafio está no início do tratamento, em ajudar a própria pessoa e sua família a vencerem o preconceito e o estigma em relação a realizar um tratamento psiquiátrico", afirma Torquato.

Parte desse preconceito existe justamente pela falta de informação. O assunto ainda é considerado tabu e dificilmente é discutido abertamente, mesmo na mídia. Também não existem muitos materiais informativos ou campanhas para esse tipo de doença. E a informação é um aliado importantíssimo na hora de fazer um diagnóstico e buscar um tratamento, que pode fazer toda a diferença para a qualidade de vida e o bem-estar do paciente.

"As pessoas ainda têm muita dificuldade e pouco acesso a informações que as auxilie a compreender que, embora estejamos falando de doenças que se manifestam com alterações emocionais, mudanças de humor, do comportamento e do pensamento, existe na maioria dos casos um comprometimento orgânico. E que é necessário um tratamento, que é efetivo na grande maioria dos casos", explica Katz.

(por Chris Bueno, do UOL)

terça-feira, 14 de julho de 2015

Nova chamada para pesquisas - UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro)

EXERCÍCIO AERÓBICO PARA TRATAMENTO DE TRANSTORNOS DE PÂNICO, DEPRESSÃO, ANSIEDADE GENERALIZADA E BIPOLAR

A pesquisa clínica realizada em seres humanos é fundamental para a descoberta de novas opções para o tratamento, prevenção e diagnósticos de doenças, e a participação de voluntários é fundamental para sua realização.

O voluntário de Pesquisa é totalmente protegido por leis nacionais e internacionais, normas e princípios, baseados na ética e nos direitos humanos visando resguardar sua segurança física, psicológica e social.

Com a intenção de desenvolver novos conhecimentos científicos e oferecer oportunidades de participação para pacientes, estamos conduzindo um estudo clínico sobre TRANSTORNOS DE PÂNICO, DEPRESSÃO E ANSIEDADE GENERALIZADA E BIPOLAR e EXERCÍCIO AERÓBICO no Instituto de Psiquiatria da UFRJ, no Rio de Janeiro (campus Botafogo).

Se você ou alguém que você conhece tem transtorno de pânico, transtornos de ansiedade generalizada, transtorno bipolar com idade entre 18 a 59 anos de idade, e depressão com idade entre 18 e 80 anos, que não tenha tido sucesso ou boa evolução no tratamento com sintomas persistentes, enviem e-mail para: secm80@gmail.com para agendar participação.

Os participantes passarão por alguns testes simples antes de iniciar o projeto. LEMBRAMOS QUE, CASO TENHA INTERESSE EM PARTICIPAR, VOCÊ NÃO TERÁ NENHUM CUSTO. Lembrando ainda que em pesquisas os dados pessoais são mantidos em sigilo!
Portanto, ninguém terá sua identidade revelada.

Prof. Sergio Machado (Neurocientista - Instituto de Psiquiatria da UFRJ)
Os transtornos alimentares são comorbidades frequentes nos transtornos de ansiedade. E a clínica Núcleo Integrado, nossa parceira no Rio de Janeiro, também trata desses pacientes com muito carinho e competência.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Oito sinais de que você precisa fazer terapia

Todo mundo passa por períodos de stress, tristeza, luto e conflito, então quando você não
se sente muito bem pode ser difícil saber se é hora de procurar um profissional para lidar com o problema.

A prioridade da comunidade psiquiátrica é identificar e atender aqueles que tem doenças mentais diagnosticáveis, mas a ajuda psicológica para quem tem algum problema que não seja tão óbvio pode ser igualmente importante. Além de sofrer sem necessidade, quem está nessa situação pode ter o quadro agravado justamente por falta de tratamento profissional. “Quanto mais cedo se procura ajuda, mais fácil é resolver o problema”, diz o psicólogo Daniel J. Reidenber. “O tratamento vai ser mais curto e menos estressante.”

Os psicólogos atribuem a baixa procura por ajuda médica ao estigma e aos mitos ligados à terapia: a ideia de que seja algo para gente louca, que a ajuda de um profissional seja um sinal de fraqueza ou tome tempo e custe caro demais. Nada disso é verdade, diz a psicóloga Mary Alvord.

“Um tratamento não precisa envolver análise quatro vezes por semana; tenho pacientes que vêm para apenas duas sessões ou para terapia comportamental durante um ano”, diz Alvord. “As pessoas acham que vão se tornar prisioneiras do tratamento, mas isso simplesmente não é verdade.”

“Existe um estigma injustificado ligado às doenças mentais, e olhe que nem estamos falando de uma doença mental”, diz Reidenberg. “Estamos falando apenas da vida e das dificuldades dela. Os benefícios da psicoterapia podem ser vistos mais como formas de aliviar o estresse, como exercícios físicos ou uma alimentação correta – estratégias que podem ajudar no dia-a-dia e a aliviar tensões.”

Então quais são os sinais de que pode ser a hora de marcar uma consulta? Pedimos que Reidenberg, Alvord e a psicóloga Dorothea Lack indicassem a que sintomas devemos estar atentos quando não nos sentimos muito bem. A principal conclusão? É apenas uma questão de avaliar sua capacidade de tolerância – tudo o que lhe faz sentir oprimido ou te impede de funcionar direito merece a atenção de um terapeuta, assistente social ou psicólogo.

Todas as suas emoções são intensas

“Todo mundo fica nervoso e triste, mas e a intensidade? E a frequência? Isso te atrapalha ou prejudica a sua vida?”, pergunta Alvord.

A sensação de ser regularmente dominado pela tristeza ou pela raiva pode indicar algo mais profundo, mas é preciso prestar atenção a uma outra coisa: o catastrofismo. Quando um desafio aparece de repente, você imediatamente se prepara para o pior? Esse tipo de ansiedade extrema, em que as preocupações são desproporcionais e os cenários pessimistas passam a se tornar cenários realistas, pode ser profundamente debilitante.

“Pode ser paralisante, levar a ataques de pânico e até mesmo a evitar as coisas”, diz Alvord. “Se sua vida começa a se contrair porque você está se omitindo, é provavelmente a hora de procurar alguém.”

Você passou por um trauma e não consegue parar de pensar no assunto
A dor de uma morte na família, uma separação ou a perda do emprego podem ser suficientes para exigir algum tipo de aconselhamento. “A tendência é achar que esse tipo de sensação vai embora sozinha”, diz Alvord, lembrando que nem sempre este é o caso. O luto pode nos atrapalhar no dia a dia e nos afastar dos amigos. Se você perceber que está se distanciando, ou se seus amigos notarem o mesmo, talvez seja a hora de procurar alguém para tentar entender como o evento ainda está te afetando. Por outro lado, algumas pessoas reagem às perdas com uma reação mais maníaca - buscam os amigos incessantemente e têm problemas para dormir. Estes também são sinais de alerta.

Você tem dores de cabeça recorrentes e inexplicáveis, dores de estômago ou baixa resistência

"Se estamos emocionalmente abalados, o corpo pode ser afetado", diz Alvord. Pesquisas confirmam que o estresse pode se manifestar de diversas formas, de problemas estomacais crônicos a dores de cabeças, resfriados e redução do apetite sexual. Reidenberg afirma que há outros indícios menos frequentes, como dores musculares repentinas (ou seja, não aquelas que aparecem depois da academia) ou dores no pescoço.

Você está usando alguma substância para aguentar o dia a dia
Se você percebe que está bebendo ou usando drogas em maiores quantidades ou com maior frequência - ou até mesmo pensando mais em bebidas ou drogas -, pode ser um sinal de que você queira anestesiar algum tipo de sensação. Mas essa substância pode não ser o álcool ou droga: pode ser comida. Reidenberg nota que mudanças no apetite podem ser um sinal de que nem tudo está bem. Comer demais, ou de menos, pode indicar estresse ou sinalizar que você não está querendo cuidar de si mesmo.

Você não está rendendo no trabalho

Mudanças na performance no trabalho são comuns entre aqueles que enfrentam questões emocionais ou psicológicas. Você pode se sentir desconectado do trabalho, segundo Reidenberg, mesmo que antes gostasse do que faz. Além de afetar a concentração e a atenção, você pode começar a receber críticas dos seus chefes ou colegas. Pode ser um sinal de que é hora de buscar um profissional.

"Adultos passam a maior parte do tempo no trabalho", diz Reidenberg. "Então as pessoas que reparam são aquelas que têm de compensar, como em uma família."

Você se sente desconectado daquilo que gostava de fazer

Se seus clubes, encontros de amigos e família estão perdendo a graça, pode ser um sintoma de que algo está errado, explica Reidenberg. "Se você está desiludido, achando que nada faz sentido, buscar terapia pode ajudar a clarear o ar ou procurar uma nova direção."

Seus relacionamentos estão desgastados

Você tem dificuldades para explicar como realmente está se sentindo – ou mesmo para identificar suas emoções? Se você se sente infeliz durante as interações com aqueles que ama, pode ser um candidato para uma terapia de casal ou de família, diz Alvord.

“Podemos ajudar as pessoas a escolher melhor as palavras – e ensinamos que não é só o que você está dizendo que importa, mas também sua linguagem corporal e sua atitude”, diz Alvord.

Seus amigos dizem que estão preocupados com você

Amigos podem perceber padrões que não conseguimos identificar nós mesmos, portanto é importante considerar a perspectiva daqueles que estão à sua volta.

“Se alguém que faz parte da sua vida diz algo como: ‘Você falou com alguém sobre isso?’ ou ‘Você está bem? Estou preocupado com você’ – é um sinal de que você provavelmente deveria ouvir o conselho”, diz Reidenberg.


(fonte: brasilpost.com.br)

sábado, 11 de julho de 2015

Apoie o Sem Transtorno!


Grupo de Apoio Sem Transtorno (RJ)
Você pode apoiar o Sem Transtorno fazendo sua contribuição através do Pix: semtranstorno@gmail.com ou pelo PayPal, entrando aqui e escolhendo a opção Seja um apoiador. 

Se você é psicólogo, psiquiatra, terapeuta, nutricionista, profissional de educação física, ou exerce alguma atividade que acredite estar alinhada ao nosso trabalho, entre em contato conosco para que possamos conversar a respeito de uma possível parceria! 

Desde sua criação, em setembro de 2007, o Sem Transtorno tem levado informação e acolhimento para um número incontável de pessoas no Brasil todo e até mesmo no exterior, incentivando a busca por tratamento adequado e contribuindo positivamente no enfrentamento do pânico, da ansiedade generalizada (TAG) e também de outros transtornos de ansiedade, além da depressão.  

Em fevereiro de 2014, fundamos no Rio de Janeiro um grupo de apoio presencial para reunirmos pacientes, familiares, amigos e todos que desejassem compreender melhor este universo. Atualmente, o grupo se reúne de forma virtual pelo Zoom, todas as quintas-feiras, às 19h.
Para participar, basta enviar um e-mail para semtranstorno@gmail.com , informando se possui diagnóstico de pânico ou TAG. (Infelizmente, pessoas com outros diagnósticos não poderão ser aceitas.) 

O Sem Transtorno conta ainda com canal no You Tube, Instagramfanpage e um grupo fechado no Facebook. Participe! :)

20 coisas para lembrar quando se ama uma pessoa com depressão

Tenho depressão associada ao TAG e ao pânico, acho que já sabem, e uma amiga me enviou esse texto. Achei muito tocante, sensível. Foi como se o autor, um psicoterapeuta, tivesse entrado na minha alma.
Que nossos amores também leiam, e que nos amem ainda mais!... <3



Segundo a Organização Mundial da Saúde, existem mais de 350 milhões de pessoas no mundo com depressão.

Tendo como base essa estatística impressionante, é altamente provável que todos nós, em algum momento de nossas vidas, tenhamos um contato próximo com alguém que sofre de depressão, sejam nossos amigos, família, colegas de trabalho, e até mesmo chefes - alguém muito próximo de nós precisará de nossa compreensão.

Em minha experiência como psicoterapeuta, os anos de trabalho me mostraram que um dos aspectos mais devastadores para quem lida com a depressão é ter que conviver com o estigma e com as críticas negativas que vem das pessoas próximas. Essas pessoas, na maioria das vezes, nem mesmo percebem o quanto seus comportamentos e comentários são negativos e prejudiciais e fazem com que o doente de depressão se sinta ainda pior.

Com isto em mente, apresento 20 coisas simples para nos lembrarmos quando formos interagir com aqueles que lutam contra a depressão. Qualquer um destes pontos não só pode ajudar diminuindo o estigma em torno da depressão, mas também pode ajudar o indivíduo a lidar com a doença em seu dia a dia.

1. A depressão pode agir como fortalecedora de caráter

Em uma recente conversa TEDx, o psiquiatra e filósofo, Dr. Neel Burton explicou que a depressão pode representar um mergulho mais profundo no significado e importância da vida. Uma pessoa que experimenta a depressão pode ser entendida como trabalhando para dar sentido e aprimorar a vida. Além disso, a depressão pode ser uma maneira de preparar um futuro melhor e ainda mais saudável tanto para nós quanto para aqueles que nos rodeiam. Dr. Burton continua a mencionar que algumas das pessoas mais influentes e inspiradoras da história lidaram com a depressão ao longo de suas vidas, tais como Abraham Lincoln e Winston Churchill. Sua busca pela paz e felicidade guiava seus corações e mentes para o poço da depressão, mas essa inquietação os auxiliou na mudança do curso da história.

É preciso imensa vontade e transparência para reconhecer e lidar com a presença da depressão, mas também é possível que ela seja um grande impulsionador para que as pessoas criem respostas nos momentos mais sombrios de suas vidas. Em conclusão, a depressão pode levar as pessoas para os bosques profundos de suas alma, mas também pode ajudá-las a limpar as ervas daninhas desnecessárias e os arbustos que podem estar escondendo a beleza da vida.

2. Pessoas com depressão precisam de mais companhia e gostam quando são procuradas por amigos e outras pessoas queridas

Uma teoria que cresce sobre a raiz da depressão em nossa sociedade é a falta de relações sociais em nossas comunidades e até mesmo em nossas famílias como desencadeantes ou mesmo potencializadoras da doença. Há uma dose constante de vazio e desconexão em nossas interações cotidianas, devido ao excesso de trabalho, televisão e tecnologia. As pessoas que desenvolvem depressão precisam de mais contato, mais amigos, mais pessoas chegando até elas, não o contrário.

Mesmo que haja um forte desejo por parte da pessoa doente pela solidão, é necessário quebrar esse ciclo. Amigos, vizinhos e pessoas próximas devem se aproximar para ver como estão as coisas, estimular e fazer um pouco de companhia.

Na próxima vez que você se lembrar de alguém que está passando por um estado depressivo, pense em um ato agradável, atraente e amigável que pode fazer, em vez de escolher ficar longe.

Considere seus entes queridos e amigos que estão passando pela depressão como pessoas que estão precisando de você e de sua presença mais do que nunca. Família e comunidade são remédios naturais para a depressão. Vamos começar a usá-los com mais frequência e como um excelente complemento no tratamento.

Madre Teresa faz uma colocação muito pertinente e que pode ser lembrada nesse contexto: “A mais terrível pobreza é a solidão e o sentimento de não ser amado.”

3. A pessoa doente não tem intenção de sobrecarregar ninguém

Uma característica comum de pessoas que estão lidando com a depressão é que elas estão conscientes de si mesmos, de seus pensamentos, seus sentimentos e do comportamento dos outros em relação a elas. O peso que a depressão pode trazer sobre uma pessoa é suficiente para enterrá-la por um dia – e o julgamento de pessoas ao seu redor não está na lista de afazeres.

Apenas um indivíduo deprimido entende o quão difícil pode ser esconder seus sentimentos e pensamentos de outras pessoas para evitar julgamentos e outras situações constrangedoras.

Infelizmente, as pessoas que lutam contra a depressão podem optar pela solidão, porque elas não querem afetar ninguém negativamente. Embora isto possa não ser sempre o caso, entes queridos deprimidos desejam gerenciar sua depressão e para isso podem tentar não afetar as pessoas próximas. Esta pode ser uma situação paradoxal, porque estar sozinho pode realmente agravar os sintomas de depressão.

A depressão pode fazer com que a pessoa se sinta como se ela fosse um fardo para o mundo, especialmente para aqueles que a rodeiam. Elas não estão em busca de atenção. É um entendimento valioso reconhecer que administrar a depressão é o objetivo mais importante de um indivíduo deprimido, não causando quaisquer ônus ou dor aos próximos. Se acontecer de eles te machucarem ou ofenderem, lembre-se que eles não são o inimigo – a depressão é o verdadeiro inimigo. Diga à pessoa deprimida que você a aceita, incondicionalmente, e lembre-a de  todas as características positivas que você ama nela.

4. Uma pessoa com depressão não está “quebrada” ou com defeito

O corpo humano é uma máquina complexa. Ainda mais complexo é o cérebro humano, suas estruturas e funções. Embora a causa de algumas formas de depressão não sejam totalmente conhecidas ou compreendidas, muitos de nós fazemos a suposição de que um indivíduo deprimido está com defeito ou falha em seu funcionamento. O valor de uma pessoa não está correlacionado com o diagnóstico de depressão. A depressão pode acontecer na vida de uma pessoa por muitas razões e a ciência está longe de respostas definitivas.

A coisa mais útil que você pode fazer para ajudar é continuar a valorizar o indivíduo deprimido e olhá-lo como um todo, como uma pessoa valiosa.

5. Eles são filósofos naturais

Indivíduos que vivem uma depressão têm muitas perguntas e opiniões sobre a vida, sobre a felicidade e sobre a sua importância no mundo. A depressão tem um jeito engraçado de tornar a perspectiva da pessoa mais ampla e inclusiva.

Os indivíduos deprimidos gostariam de fazer do mundo um lugar melhor e mais justo. Eles gostariam de ter respostas para todos os desafios da vida e, em seguida, gostariam de compartilhar o conhecimento com tantas pessoas quanto possível. Às vezes, essa curiosidade pode ser uma inimiga, uma vez que irá criar mais perguntas do que há respostas.

Nunca se esqueça de reconhecer que os indivíduos deprimidos são inteligentes, curiosos e criativos. Este é um ponto positivo, não negativo.

6. Eles estão lutando arduamente contra a depressão e precisam de apoio

Na maior luta de suas vidas, os indivíduos deprimidos precisam de líderes de torcida, não de intimidadores. É nos momentos mais sombrios que os amigos podem se tornar os anjos e os anjos se tornarem salva-vidas – literalmente. Você terá uma escolha em algum momento de sua vida para ser um salva-vidas ou um ceifador de esperanças. Seja um salva-vidas. Dê o presente da aceitação, ajuda, incentivo e presença.

7. Eles gostam de ter oportunidades de diversão e risos

O que é o oposto da depressão? É um fenômeno científico provado que o riso é bom para a
alma e para a mente. Os indivíduos deprimidos funcionam da mesma maneira.

8. Eles são sensíveis aos sentimentos e ações de outras pessoas

Os indivíduos deprimidos cuidam – e eles se preocupam muito. Eles se preocupam sobre como você se sente, sobre como você os vê, sobre como você se vê e sobre o que os outros precisam. Pode ser que eles se preocupem até demais! Algumas das pessoas mais carinhosas que eu já conheci são pessoas que sofrem de algum tipo de depressão. Deixe-os saber o que você precisa e o que você não precisa.

Estabeleça limites claros e seja carinhoso e atencioso. Não há nada melhor do que um relacionamento sólido com base em uma comunicação saudável e com limites.

9. Eles devem ser tratados com respeito

Há um estigma negativo vindo da sociedade e ligado a lidar com a depressão. O respeito é muito mais um valor do que um ato. Respeito envolve ver além do indivíduo deprimido e enxergar a pessoa inteira.

A depressão tem a capacidade de mascarar muitas qualidades positivas e verdadeiramente notáveis de uma pessoa. Não deixe que a depressão te engane ou engane a quem você ama. Comemore o que você não vê inicialmente, buscando a bondade das pessoas que sofrem com esta doença difícil.

10. Eles devem ser tratados como qualquer outra pessoa

Às vezes, apenas viver uma rotina com o máximo de normalidade possível pode trazer um tal impulso no tratamento, que pode servir como um grande coadjuvante no tratamento para a depressão.

11. Eles têm talentos e interesses

Todos nós temos talentos e habilidades. Seus entes queridos que estão deprimidos adorariam fazer algo. E adivinha? Eles provavelmente podem fazê-lo muito, muito bem! Se você não sabe o que é, então você acabou de encontrar a sua próxima missão. Vá descobrir. Ajude-os a encontrar a sua verdadeira paixão. Procure maneiras de alimentar e aprimorar essa paixão e, finalmente, apagar essa identidade negativa que vem com a luta contra a depressão.

12. Eles são totalmente capazes de dar e receber amor

Todo ser humano na Terra é capaz de dar e receber amor. E, você adivinhou! Seus entes queridos deprimidos não são diferentes. Dê e você receberá. Trate os outros como você gostaria de ser tratado. Não importa que alguém está lutando contra a depressão. A capacidade de amar ainda existe. Ela ainda está lá! Estenda a mão para ela. Você vai encontrar muito mais amor do que você imaginou que pudesse haver por lá.

Lembre-se que nas janelas de alívio dos sintomas da depressão, pode haver episódios maravilhosos de notável alegria, risos e comunhão. Você deve contar com elas e esperar que elas apareçam estando pronto para agir.

13. Eles adoram aprender sobre como funciona a vida

Em busca de maneiras de aliviar sua depressão, os indivíduos podem se tornar solucionadores de problemas naturais. Não se surpreenda se eles se tornarem leitores ou aprendizes vorazes. Não se surpreenda se eles fizerem perguntas que não podem ser respondidas rapidamente. Muitos dos líderes e pioneiros do mundo foram levados por uma análise profunda, pensamentos profundos e crenças e valores profundos, mas fortemente enraizados. Às vezes, simplesmente devemos permitir que as nossas perguntas venham à tona.

14. Eles não planejam perder a luta contra a depressão

A luta contra a depressão pode acontecer ao longo de toda uma vida, ou pode acontecer em um episódio isolado. Independentemente disso, uma luta é aquela que sempre precisa ser vencida. A pergunta sempre é: quando vou conseguir sair desta depressão e como posso acelerar isso um pouco? O plano é ganhar contra a depressão. O objetivo é não se afundar em auto-piedade. De extrema importância é lembrar que a depressão é tratável e há muitos, muitos recursos para ajudar. Um dos primeiros passos na luta contra a depressão é reconhecer a sua presença. Ao reconhecer a sua presença, você pode começar a tratá-la. Muitas vezes, uma pessoa em negação vai gastar inúmeras quantidades de energia escondendo sua depressão, ou tentando lidar com isso através de sua própria vontade.

15. Eles podem se sentir tristes, sem razão aparente, apenas esteja com eles

O humor pode ser volátil e instável e ele não é algo que é facilmente controlado como um interruptor ou uma alavanca. Seus entes queridos estão tentando muito, mas é muito difícil ser feliz, agradável e envolvente quando o humor varia pelo lado oposto.

Eles precisam de você por perto. Literalmente. Basta sentar-se com eles e ler um livro juntos, assistir a uma comédia, ou fazer um pequeno passeio até a loja de café local para uma pequena distração. Nenhum psicólogo é necessário nesse ponto, a relação acontece entre vocês, apenas a sua presença e aceitação são grande diferenciais.

16. Eles podem não ter tanta energia quanto eles gostariam de ter

Um dos sintomas da depressão é a fadiga ou a falta de energia. Um dos antidepressivos mais eficazes que tem sido reconhecido pelas pesquisas é o exercício. Eu imagino que você talvez já tenha ouvido falar dessa recomendação antes, mas deixe-me ser um pouco mais específico. O tipo e a duração do exercício pode variar, mas o mínimo necessário para se sentir um efeito antidepressivo é fazendo uma caminhada rápida pelo menos três vezes por semana durante 30 minutos de cada vez.

17. Podem parecer irritáveis às vezes – mas você não deve levar nada disso para o lado pessoal

Irritabilidade é outro sintoma de depressão, embora não haja nenhuma desculpa para tratar as pessoas de maneira desrespeitosa. Por isso é importante que exista uma expectativa quanto a um padrão mínimo que você espera de alguém. Um limite pode ser pensado como uma expectativa do que é ajustado, a fim de manter uma relação harmoniosa.

Se um indivíduo deprimido ferir seus sentimentos, de alguma forma, não há problema em dizer-lhes isso. Basta deixar que a pessoa amada saiba como você está se sentindo. Além disso, se o seu ente querido deprimido não está disposto a ouvir, tente novamente mais tarde quando as emoções estiverem mais equilibradas. Deixe-os saber que você os ama, mas que você também ama a si mesmo.

18. Eles não querem ouvir verbos como “deveria”

Se houver uma kriptonita para indivíduos deprimidos, é esta – o “deveria”. Os indivíduos deprimidos já têm um profundo e arraigado sentimento de “dever”. No caso de você não saber o que é um “dever”, é uma declaração de que tem um “sentimento de obrigação” inserido dentro de si. Por exemplo, você “deve” sair e se exercitar mais". "Se eu fosse você, eu faria x, y e z".

Uma postura como essa pressupõe que o indivíduo deprimido não tem uma mente e vontade própria  e a pessoa que faz essas declarações assume uma atitude paternalista. E entes queridos deprimidos não precisam de um pai dizendo o que eles “deveriam” fazer. Em vez disso, opte por fazer perguntas abertas e que deem a pessoa a oportunidade de refletir e tomar suas próprias decisões.

19. Eles precisam de muito apoio familiar e incentivo

Há um grande poder na utilização de um relacionamento como uma ferramenta para ajudar os indivíduos deprimidos a aprenderem sobre si mesmos.

Uma das melhores maneiras de fazer a diferença na vida de uma pessoa deprimida é deixar que ela saiba que você está lá com ela.  Isso é algo que tem de ser comunicado diretamente, cara a cara. Algo que deve ser considerado também é a maneira como você mostra o seu apoio e encorajamento. Aqui está uma pequena lista de recomendações:

– Dê um pequeno elogio sincero.

– Observe os pontos fortes e positivos da pessoa querida que está doente.

– Inclua essa pessoa em seus eventos ou planos.

– Remova as palavras “deveria” da relação.

– Respeite seus sentimentos e pensamentos, mas use perguntas abertas, tanto quanto possível.

20. Eles precisam de reforço positivo mais do que críticas

Em qualquer relacionamento, destaque sempre os ganhos positivos e comemore-os. Isso ajuda a aumentar a chance de repetição do comportamento desejado.
Por outro lado, ser o destinatário de reforço positivo gera um sentimento maravilhoso. Mesmo no local de trabalho, quando recebemos elogios e reconhecimento pelo nosso trabalho e esforços, aumentamos a nossa produtividade e nossa dedicação ao que fazemos.

A pessoa querida sempre receberá um reforço em sua autoestima quando você decidir usar um reforço positivo.

Experimente.

Por Christian Maciel
Do original:  20 Things to Remember If You Love A Person With Depression
Traduzido e adaptado por Josie Conti , exclusivamente para o site Conti outra.
Imagens retiradas da internet.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Internautas estão compartilhando fotos de suas tatuagens de “ponto e vírgula”; entenda o motivo


Por Tatiane Rosset, para Veja SP

As fotos com tatuagens minimalistas de “ponto e vírgula” parecem ser só mais uma moda hipster: mas, na verdade, os desenhos significam muito mais do que uma simples modinha passageira das redes sociais. Conheça o Project Semicolon (“Projeto Ponto e Vírgula”, em português): ele é dedicado a dar suporte para quem luta contra a depressão, tendências suicidas, vícios, ansiedade e pensamentos depreciativos. A intenção: quebrar estigmas ligados a doenças relacionadas à saúde mental.

De acordo com o site do movimento, um “ponto e vírgula é usando quando um autor poderia ter escolhido terminar a sua frase, mas escolheu continuá-la. O autor é você, e a frase é a sua vida”. O projeto começou em 2013, quando a fundadora Amy Bleuel fez sua tatuagem como tributo ao seu pai, que cometeu suicídio.

Recentemente, a campanha ganhou grande destaque nas redes sociais — diversas pessoas estão compartilhando suas tatuagens e outras, que ainda não tatuaram o desenho, estão fazendo ponto e vírgulas com canetas para mostrar o apoio à causa.


Eu, claro, já aderi à campanha :) <3

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Palavra de especialista: Dr. Daniel Contarini, psiquiatra

Adoro quando recebo mensagens de médicos e psicólogos me parabenizando pelo Sem Transtorno. Da mesma forma, adoro quando eles participam do blog, seja acrescentando, questionando ou corrigindo alguma informação nos posts.
Dia desses recebi uma dessas mensagens na fanpage e decidi começar a publicar essas contribuições. Tenho muito respeito e gratidão por esses profissionais que nos ajudam tanto a conquistarmos uma vida com qualidade. Espero que gostem, como eu gosto.

"Tenho visto, ultimamente, uma grande discussão a respeito do tratamento do Transtorno do Pânico, onde muitos pacientes se perguntam o que seria mais válido: o tratamento farmacológico ou a psicoterapia. Alguns esclarecimentos se tornam necessários.
O TP é uma doença psiquiátrica grave, que impede que seus portadores desenvolvam seu potencial na vida por terem sintomas de grande impacto em seu cotidiano e, principalmente, se tornarem reclusos por medo de reviver tais sintomas. O tratamento do TP não é fácil, não é simples. O principal objetivo, a curto prazo, é a tentativa de que os pacientes fiquem assintomáticos. Isso não significa cura. Para que se alcance esse objetivo, se fazem necessárias diversas abordagens. O tratamento medicamentoso costuma oferecer respostas mais rápidas, porém pode demorar meses até que estas respostas sejam mais consistentes. Ele é excelente, principalmente quando aliado ao tratamento psicológico (e defendo que a Terapia Cognitivo-Comportamental é a melhor terapia disponível para esses casos) e também a mudanças no estilo de vida do paciente, que será imensamente beneficiado com exercícios físicos, meditação, técnicas de respiração, abandono de vícios como o tabaco e o álcool e também com um ajuste em sua alimentação, que seja pobre em cafeína e outros estimulantes. Atualmente contamos também com uma grande possibilidade de tratamento, que ainda se encontra em fase de estudos, que é a Estimulação Magnética Transcraniana, que vem apresentando resultados promissores. Para concluir, gostaria de deixar claro duas coisas: o TP é uma doença grave, e seu tratamento não pode ser passivo, onde o paciente apenas receba medicamentos, terapias, e não mude seus hábitos de vida. Mesmo com todas as medicações e terapias e com as mudanças de vida, ainda não temos 100% de cura. Mas se criarmos uma boa interação entre os diversos profissionais e pacientes, teremos mais chances de um excelente resultado. Um grande abraço a todos."


Daniel Contarini - Psiquiatria
27 de junho às 20:27

terça-feira, 7 de julho de 2015

A diferença entre psicólogo, psicanalista e psiquiatra

Entenda algumas diferenças e veja o que cada um pode fazer por você

Por Andréia Meneguete, especial para o iG São Paulo

O uso do divã na sessão de tratamento é uma característica marcante da psicanálise. É só aparecer um problema de ordem emocional e física que o conselho sempre acaba surgindo: “Vá para a terapia”. A situação, no entanto, não é tão simples assim.

Quando se busca por terapia, a primeira dúvida que surge é a quem recorrer: psiquiatra, psicólogo ou psicanalista? O passo inicial é identificar as necessidades de quem precisa de ajuda e quais são as atribuições de cada um destes especialistas.

O iG Saúde montou um guia prático para acabar com as principais dúvidas que surgem na hora de escolher um profissional de saúde mental.


Psicólogo

O profissional desta área tem formação específica na área de psicologia e está habilitado para lidar com problemas de ordem psicológica e comportamental. O psicólogo pode atuar em uma clínica particular, empresa, escola ou em um hospital e tem capacitação para diagnosticar um teste vocacional, o perfil certo para uma vaga ou um quadro de ansiedade.

“Ele está habilitado para trabalhar com sessões de psicoterapia, orientação psicológica e psicodiagnóstico (testes), entre outras atividades”, explica a psicóloga e psicanalista Claudia Finamore, de São Paulo.

E como saber se a situação pede um profissional com este perfil? A psicóloga Sandra Mari Coelho, de Brasília, explica que a ajuda deste profissional pode ser mais indicada em casos de crises de ciclo de vida, como perda de emprego, problemas de ordem profissional, dificuldades de relacionamento, luto, ansiedade ou depressão. Crises de estresse ou relacionadas à violência – sequestro, acidentes de carro, estupro etc – também cabem na lista de problemas nos quais o psicólogo pode ajudar.

Mas se você ainda não se sente à vontade para identificar se o seu caso é para este profissional, uma dica: o termômetro fica por conta dos sinais dados no dia a dia. Dificuldades em ultrapassar determinados obstáculos da vida, situações do cotidiano que geram angústia constante, problemas de comportamento e relacionamento consigo e com os outros são sinais sugestivos de que é hora de procurar ajuda psicológica. O tempo de tratamento será determinado de acordo com as necessidades expostas ao longo das sessões.

“Se o paciente tem uma questão pontual no trabalho ou relacionamento poderá ser um tratamento mais breve. Se for um caso de depressão ou ansiedade, será mais longo. A questão do tempo é individual”, ressalta Claudia.


Psicanalista

“Ser ou não ser, eis a questão”. A famosa frase de William Shakespeare explica de forma bem metafórica a quem este profissional pode ajudar. Tendo como base de estudo as teorias do austríaco Sigmund Freud, o psicanalista trabalha para melhorar a relação do ser com o mundo e com os seus questionamentos sem fim. Por aqui, é muito comum o trabalho com pessoas que sentem dificuldade e, às vezes, chegam a sofrer na hora de lidar com os universos interior e exterior. De forma geral, a psicanálise tem como objetivo auxiliar no autoconhecimento e a habilidade em lidar com problemas do próprio eu.

Nível de estresse muito grande, pressão profissional, diferença de comportamento e ideais com as pessoas com quem se vive são fatores que levam a questionamentos e problemas de comportamento e, consequentemente, fazem com que a pessoa sinta a necessidade de buscar respostas para estes tantos pontos de interrogação.

De acordo com o psiquiatra diretor do serviço de psicoterapia do Hospital das Clínicas e diretor da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, Oswaldo Ferreira Leite Netto, a psicanálise permite ao indivíduo desenvolver sua sabedoria e a flexibilidade com o próximo.
“É um instrumento que ensina a gente a suportar as responsabilidades e encarar as frustrações da vida”, explica o especialista.

A duração do tratamento por meio da psicanálise não pode ser especificada de forma exata e pontual. “Tudo vai depender de como a pessoa está disponível para enfrentar suas dificuldades e medos. A evolução depende somente dela”, salienta Netto.


Psiquiatra

Formado em medicina e com especialização na área de psiquiatria, este profissional está capacitado para diagnosticar problemas de ordem mental e somente com ele o tratamento pode ser feito à base de medicamentos. Dependência química, transtorno obsessivo compulsivo (TOC), bipolaridade, depressão e ansiedade são os principais transtornos mentais que levam as pessoas a buscar tratamento psiquiátrico.

“É uma parte da medicina que trabalha diretamente com os aspectos fisiológicos das manifestações psíquicas indesejáveis, tendo uma metodologia de tratamento essencialmente medicamentosa”, explica a coordenadora do Setor de Gerenciamento de Estresse e Qualidade de Vida da Universidade Federal de São Paulo, Denise Diniz.

De acordo com a psicóloga Sandra Mari Coelho, o psiquiatra pode atuar efetivamente em todos os diagnósticos de transtornos mentais – sejam eles leves, moderados ou graves. O encaminhamento para este profissional pode ser dado por um psicólogo ou psicanalista, que detecta durante as sessões de terapia a necessidade do uso de medicamentos para aliviar os sintomas – como insônia, alteração de humor, falta de apetite – de um determinado transtorno. Um dos focos do tratamento com um psiquiatra é melhorar os aspectos funcionais da vida diante de uma determinada doença mental e, depois, tratar de forma gradativa e progressiva o problema.

(imagem retirada da internet)

segunda-feira, 6 de julho de 2015

O Sem Transtorno tem apoio da clínica Núcleo Integrado

Desde fevereiro de 2014, a clínica Núcleo Integrado acolhe o grupo de apoio Sem Transtorno em sua unidade na Barra da Tijuca. Antes disso, me acolheu com seus ótimos profissionais e me ajudou a ter uma vida muito melhor.
Conheça também o Núcleo Integrado e dê chance a uma vida sem transtornos! :)
Contato: (21) 2538-1202
www.nucleointegrado.med.br


domingo, 28 de junho de 2015

Cara de Sapato, atleta de MMA que também luta contra o pânico, vence no UFC

Um vencedor não somente nos tatames e octógonos, mas também na vida

O lutador de MMA Antonio Carlos "Cara de Sapato", que convive com o Transtorno do Pânico, acaba de vencer a luta contra o americano, campeão do TUF 19, Eddie Gordon no UFC. "Foi muito bom. Meus médicos me colocaram nessa divisão. Fizemos um excelente trabalho. Eu tive um pouco de medo, porque já tive crise de pânico, mas eu apenas trabalhei minha mente", disse ele.

Assista à excelente entrevista que Cara de Sapato concedeu ao Sem Transtorno em novembro de 2014.



quarta-feira, 24 de junho de 2015

Estresse, pânico e TCC

Frequentemente ouvimos que a TCC (Terapia Cognitivo-Comportamental) é a psicoterapia mais indicada para tratamento de transtornos de ansiedade, como o pânico. Realmente, ela é a que apresenta mais resultados positivos.
Mas como é a TCC? Como é sua conduta? Isso só descobrimos, pra valer, nos consultórios. Mas li um artigo publicado por uma psicóloga na página Vya Estelar, do UOL, que achei bem esclarecedor e quero compartilhar com vocês.
O início do texto é bem didático, mas nunca é demais explicar o pânico por aqui!

Mais uma vez, peço que não se preocupem com o tempo de tratamento, se irão tomar remédio por três meses, seis meses, um ano ou pela vida toda.
Desejem sentir-se bem, plenos, felizes, produtivos...
Tanta gente toma remédio todos os dias para inúmeras doenças crônicas (diabetes, hipertensão...), por que não podemos tomar o nosso remédio também, caso isso seja necessário, para termos qualidade de vida?
Pensem nisso.

Um grande abraço a todos, saúde... e coragem.

Estresse é um dos principais causadores de síndrome do pânico 
(por Thaís Petroff)

Transtorno de pânico ou síndrome do pânico ou simplesmente pânico é uma doença que afeta globalmente a vida da pessoa que a desenvolveu.
Esse tipo de transtorno de ansiedade é caracterizado por ataques de pânico (por isso o nome), os quais podem ocorrer a qualquer momento, independente de onde a pessoa esteja (no mercado, dirigindo, na rua, em casa, etc...) e dura alguns minutos (para a pessoa parecem eternos).

Os sintomas mais característicos durante as crises são:

• Palpitações (o coração dispara);

• Dores no tórax e tensão muscular;

• Sensação de asfixia (dificuldade de respirar);

• Tontura, atordoamento, náusea;

• Calafrios ou ondas de calor, sudorese;

• Sensação de "estar sonhando" ou distorções de percepção da realidade;

• Terror: sensação de que algo inimaginavelmente horrível está prestes a acontecer e de que se está impotente para evitar tal acontecimento;

• Medo de morrer, de perder o autocontrole ou de ficar louco.

"O estresse é um dos principais causadores do transtorno de pânico, sendo responsável pela grande maioria das crises"

No transtorno de pânico há um desequilíbrio nos neurotransmissores noradrenalina e serotonina, o que deixa a pessoa com seu sistema de “alerta” (responsável por fazer com que o indivíduo reaja frente a uma ameaça) funcionando de uma maneira anormal.
Nesse caso, esse sistema é acionado sem que haja nenhum perigo real.
No entanto, não é o que a pessoa com pânico percebe e sente.

O estresse é um dos principais causadores do transtorno de pânico, sendo responsável pela grande maioria das crises.
As drogas tanto lícitas quanto ilícitas representam outro fator de risco.
Há estudos que averiguaram que há maior frequência em algumas famílias, sugerindo também a predisposição genética como uma das causas.

Para ilustrar, descreverei brevemente um caso clínico, com alteração do nome e alguns outros dados para preservar a privacidade do paciente.

Geraldo é um jovem executivo que veio ao meu consultório com queixa de transtorno do pânico. Ele havia sido diagnosticado por seu atual psiquiatra, com o qual estava em tratamento há pouco mais de um ano.
Conta-me logo em nossa primeira conversa que nunca havia feito psicoterapia. No entanto buscou a TCC por ter ouvido falar que era bastante eficaz para casos como o seu.
Disse também que há alguns meses o psiquiatra havia começado a diminuir a dosagem da medicação, pois ele havia apresentado melhora (estabilidade), mas logo teve de subir a dosagem rapidamente, uma vez que apresentou uma forte recaída.
Conta que ficou muito assustado e não gostaria de passar por aquilo novamente. Porém, não queria tomar a medicação pelo resto da vida.

Ao compreender o contexto de vida do paciente descubro que ele mudou de emprego e logo foi promovido. Isso aumentou em nível considerável suas responsabilidades e carga de trabalho; além de nesse período ter agendado a data de seu casamento. Esses dois fatos ocorreram um pouco antes de ele ter seu primeiro ataque de pânico.

Cabe aqui uma importante consideração a respeito do estresse.
Não são somente acontecimentos e situações ruins que desencadeiam o estresse. Muitos eventos positivos como viagem, mudança de residência ou localidade, mudança de emprego ou promoção, casamento, etc... são grandes causadores de estresse na maioria das pessoas. Tudo depende de como o envolvido percebe a situação e como reage a ela.
Neste caso, Geraldo estava bastante eufórico com todos os acontecimentos, de tal maneira que já percebia como eles estavam alterando em grande escala a organização de sua vida atual.

Dessa maneira, o trabalho terapêutico com Geraldo iniciou-se com, primeiramente, educá-lo sobre o modelo da TCC e em seguida fazê-lo compreender e perceber que suas reações (fisiológicas, emocionais e comportamentais) provinham em decorrência de como ele percebia (interpretava) o momento.
Foi-lhe explicado que, provavelmente, seu primeiro ataque de pânico ocorreu diante de alguma alteração fisiológica (exemplo: aceleração do coração), que ele percebeu como um fator de risco.
Outras situações como essa ocorreram e começaram a tornar-se mais frequentes e então ele começou a sentir-se cada vez pior e mais e mais assustado. Dessa maneira, o quadro de pânico estava instalado.

Após a compreensão do modelo cognitivo-comportamental do transtorno do pânico (explicação de como ele ocorre), passou-se a colocar o foco na interpretação que ele fazia (estar atento aos pensamentos automáticos) e a buscar outras explicações alternativas aos possíveis fenômenos físicos que eram percebidos. Exemplo: quando sua respiração acelerava poderia ser em função de:

• Estar tendo um ataque cardíaco (pensamento automático negativo ou PAN)

Ou

• Ter acelerado o passo;

• Ter feito mais força;

• Estar ansioso;

• Estar eufórico (muito alegre);

• Ter se assustado com algo.

Munido dessa técnica, foram propostos alguns experimentos comportamentais, em ordem de dificuldade, frente a uma lista que foi feita conjuntamente (paciente e terapeuta).
Um exemplo desses experimentos comportamentais foi ele voltar a frequentar a academia que havia parado por medo de passar mal. Ele quis fazer uma atividade aquática, pois estava acima do peso e temia machucar-se caso fizesse algum esporte de solo ou retornar à musculação. Escolheu a hidroginástica, pois achava menos puxada que a natação. Sua tarefa foi frequentar as aulas, aumentando cada vez mais o nível de permanência nelas e o ritmo do exercício. Para isso, precisou focar sua atenção nos PANs, pensar em possíveis alternativas para as sensações que tinha e confrontar esses pensamentos.

Quando iniciou essa prática ficou muito assustado, uma vez que assim que entrou na água e começou a se mexer sentiu seu coração acelerando e logo percebeu que pensou: “Estou tendo um ataque cardíaco!”
Lembrou-se então do trabalho psicoterapêutico e propôs outras explicações para esse evento e em pouco tempo sua ansiedade baixou, de maneira que, mesmo não sumindo por completo, fez-se possível de ser suportada.

Na TCC, esse tipo de experimento enquadra-se no que é chamado de exposição, ou técnicas de exposição. Refere-se a expor o paciente paulatinamente a situações que ele teme de maneira que ele sofre o fenômeno de habituação (acostumar-se com algo ou, na linguagem da TCC, diminuição automática e não intencional da intensidade da resposta frente a um estímulo). Essa técnica é muito utilizada em casos de fobias.

Outro ponto que compôs o processo terapêutico desse paciente foi auxiliá-lo a reorganizar sua vida e seu tempo. Para isso trabalhou-se com gerenciamento de tempo, o que requereu do paciente que ele monitorasse as atividades que atualmente desenvolvia através de uma planilha semanal. Além disso, foi investigado tudo o que estava pendente por algum motivo. Exemplos: dívidas, emagrecer, estudar, etc...

Com base nisso seus horários foram organizados de modo que ele tivesse a possibilidade de fazer o que precisava, mas também o que gostava, uma vez que diversos itens de lazer e da vida pessoal e social estavam sendo deixados de lado. Foram também traçadas metas (com datas para início e término) e feito um planejamento de quais os passos para atingi-las. Todas essas ações possibilitaram que ele se reorganizasse, fosse capaz de planejar como fazer para realizar seus objetivos e diante disso se sentisse mais no controle de sua vida e portanto menos preocupado com ela.

Em aproximadamente quatro meses, o quadro de pânico foi totalmente revertido, tendo o paciente já durante o processo diminuído a dosagem do medicamento e preparando-se para retirá-lo totalmente, agora sem o medo de fazê-lo e também de recaídas.

sábado, 6 de junho de 2015

ACALME-SE, a estratégia de Bernard Rangé

(fonte: psiquiatrarj.com.br)
A ansiedade é uma sensação comum a todos nós, e essencial para continuar nos movendo na vida e nos protegendo dos perigos. Mas há momentos em que ela é excessiva e disfuncional, pois não há nenhum perigo real nos ameaçando e lá está ela, nos impedindo de fazer nossas atividades normalmente. 

Algumas vezes, a ansiedade vem sob a forma de crises agudas, acompanhadas por sintomas somáticos como suor excessivo, tremores, coração disparado e falta de ar – são os ataques de pânico, que, se frequentes, podem caracterizar o Transtorno do Pânico. 


Outras vezes, a ansiedade está presente o tempo todo, e pode até ter sido assim pela vida toda – é o que acontece no Transtorno de Ansiedade Generalizada.

Seja qual for a forma como a ansiedade se manifesta, é importante ter em mente que ela passa e não mata. E, principalmente, que podemos aprender a viver com ela. Bernard Rangé, um psicólogo especialista em Terapia Cognitivo Comportamental, estruturou alguns passos para conseguir lidar melhor com a ansiedade: é a estratégia ACALME-SE.

Se você sofre com a ansiedade, esta estratégia pode te ajudar. Leia com calma, item por item, e tente incorporar esta técnica ao seu cotidiano. Note que cada letra da palavra ACALME-SE fala de um dos oito passos da estratégia. Experimente! Não tem contra-indicações e é gratuito! :)
                                            
                                           A.C.A.L.M.E.-S.E.

A chave para lidar com um estado de ansiedade é aceitá-lo totalmente. Permanecer no presente e aceitar a sua ansiedade fazem-na desaparecer. Para lidar com sucesso com sua ansiedade você pode utilizar a estratégia “A.C.A.L.M.E.-S.E.”, de oito passos.

ACEITE a sua ansiedade. Um dicionário define aceitar como dar “consentimento em receber”. Concorde em receber as suas sensações de ansiedade. Mesmo que lhe pareça absurdo no momento, aceite as sensações em seu corpo assim como você aceitaria em sua casa um visitante inesperado ou desconhecido ou uma dor incômoda. Substitua seu medo, raiva e rejeição por aceitação. Não lute contra as sensações. Resistindo você estará prolongando e intensificando o seu desconforto. Ao invés disso, flua com elas.

CONTEMPLE as coisas em sua volta. Não fique olhando para dentro de você, observando tudo e cada coisa que você sente. Deixe acontecer com o seu corpo o que ele quiser que aconteça, sem julgamento: nem bom nem mau. Olhe em volta de você, observando cada detalhe da situação em que você está. Descreva-os minuciosamente para você, como um meio de afastar-se de sua observação interna. Lembre-se: você não é sua ansiedade. Quanto mais você puder separar-se de sua experiência interna e ligar-se nos acontecimentos externos, melhor você se sentirá. Esteja com ansiedade, mas não seja ela; seja apenas um observador.

AJA com sua ansiedade. Aja como se você não estivesse ansioso(a), isto é, funcione com as suas sensações de ansiedade. Diminua o ritmo, a velocidade com que você faz as suas coisas, mas mantenha-se ativo(a)! Não se desespere, interrompendo tudo para fugir. Se você fugir, a sua ansiedade vai diminuir mas o seu medo vai aumentar: se isso acontecer, na próxima vez a sua ansiedade vai ser pior. Se você ficar onde está – e continuar fazendo as suas coisas bem devagar – tanto a sua ansiedade quanto o seu medo vão diminuir. Continue agindo, bem devagar!

LIBERE o ar de seus pulmões! Respire bem devagar, calmamente, inspirando pouco ar pelo nariz e expirando longa e suavemente pela boca. Conte até três, devagarinho, na inspiração, outra vez até três, prendendo um pouco a respiração e até seis, na expiração. Faça o ar ir para o seu abdômen, estufando-o ao inspirar e deixando-o encolher-se ao expirar. Não encha demais os pulmões. Ao exalar, não sopre: apenas deixe o ar sair lentamente por sua boca. Procure descobrir o ritmo ideal de sua respiração, neste estilo e nesse ritmo, e você descobrirá como isso é agradável.

MANTENHA os passos anteriores. Repita cada um, passo a passo. Continue a: (1) aceitar sua ansiedade; (2) contemplar; (3) agir com ela e (4) respirar calma e suavemente até que ela diminua e atinja um nível confortável. E ela irá, se você continuar repetindo estes quatro passos: aceitar, contemplar, agir e respirar.

EXAMINE seus pensamentos. Você talvez esteja antecipando coisas catastróficas. Você sabe que elas não acontecem. Você mesmo já passou por isso muitas vezes e sabe que nunca aconteceu nada do que você pensou que fosse acontecer. Examine o que você está dizendo para você mesmo(a) e reflita racionalmente para ver se o que você pensa é verdade ou não: você tem provas de que o seu pensamento é verdadeiro? Há outras maneiras de você entender o que está lhe acontecendo? Lembre-se: você está apenas ansioso(a): isto pode ser desagradável, mas não é perigoso. Você está pensando que está em perigo, mas você tem provas reais disso?

SORRIA, você conseguiu! Você merece todo o crédito e reconhecimento. Você conseguiu, sozinho(a) e com seus próprios recursos, tranqüilizar-se e superar este momento. Não é uma vitória pois não havia um inimigo, apenas um visitante de hábitos estranhos que você passou a compreender e aceitar melhor. Você agora saberá como lidar com visitantes estranhos.

ESPERE o futuro com aceitação. Livre-se do pensamento mágico de que você terá se livrado definitivamente de sua ansiedade, para sempre. Ela é necessária para você viver e continuar vivo(a). Em vez de se considerar livre dela, surpreenda-se pelo jeito como você a maneja, como você acabou de fazer agora. Esperando a ocorrência de ansiedade no futuro, você estará em uma boa posição para lidar com ela novamente.

Confira!

A psicóloga Patrícia Silveira gravou um ótimo vídeo, aonde explica, passo a passo, como aplicar a técnica ACALME-SE. Assista: https://www.youtube.com/watch?v=x4yJeq1qiXk



sexta-feira, 5 de junho de 2015

Ansiedade: causas, tipos de transtornos e soluções

O psiquiatra do Ambulatório de Ansiedade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, Tito Paes de Barros Neto, afirma que 25% da população sofre de algum transtorno de ansiedade.

Existem vários tipos: transtorno do pânico, transtorno de ansiedade generalizada, fobias específicas e transtorno de estresse pós-traumático são alguns deles. Os dois primeiros são os mais comuns.

Sintomas

Na ansiedade generalizada, os sintomas são tontura, tensão muscular, dor de cabeça e medos. Por exemplo: receio de ser demitido, medo das reuniões ou de não atingir o resultado esperado pelo chefe. O pior desse tipo de ansiedade é que está associado à depressão e ao abuso de substâncias, como drogas, álcool e cigarro.

Já o transtorno do pânico é caracterizado pelos ataques de ansiedade. "De repente, a pessoa passa mal, sente falta de ar, taquicardia, formigamento nas mãos e nos braços. Às vezes, sente que vai morrer. O mais comum nesses casos é ir para o pronto socorro e, após realizar uma série de exames, nenhum problema físico é constatado", explica o médico.

Pesquisas indicam que esse tipo de ansiedade atinge mais mulheres entre 20 e 30 anos, que sofrem com um estresse ambiental (em casa e/ou no trabalho), tendo uma predisposição genética, isto é, histórico de depressão e ansiedade na família. "Se não for o tipo de transtorno mais comum, é o que mais causa procura de tratamento médico", avisa Barros sobre o pânico.

Causas

"Os sinais de que a pessoa tem predisposição para desenvolver algum transtorno de ansiedade são: insegurança, medo e pessimismo (ela sente que está mais propensa do que os outros de passar por acontecimentos ruins)", diz o especialista.

O trabalho estressante pode, sim, ocasionar a ansiedade generalizada, mas, no caso do pânico, ele serve apenas de gatilho. Por trás desse tipo de ansiedade, pode haver muito mais. "Geralmente, acontece quando a pessoa passa também por mudanças, como o nascimento de um filho, um divórcio, uma promoção no emprego ou uma ameaça de demissão."

o transtorno de estresse pós-traumático acomete as pessoas que vivenciaram alguma situação traumática e não conseguem esquecer. Por exemplo, policiais que presenciaram a morte de um colega.
E as fobias específicas dizem respeito a medos específicos, como o próprio nome diz, como medo de se relacionar com os outros ou de falar em público.


Como a ansiedade atrapalha a profissão

De acordo com o psiquiatra, o profissional que sofre de ansiedade fica com medo de trabalhar, costuma passar mal, não consegue dar conta do trabalho e, no final, se demite ou pede licença. O ideal é que ele procure ajuda médica. Se tirar um período de férias entre quatro e seis semanas, pode fazer um tratamento. "O tratamento medicamentoso, associado à psicoterapia, ajuda bastante", garante Barros. 
"Ao contrário da crença geral, simplesmente tirar férias não adianta. Os transtornos de ansiedade normalmente são problemas crônicos, que acompanham a pessoa ao longo da vida, exceto nos casos de fobias específicas e transtorno de estresse pós-traumático". Quem sofre de transtorno do pânico, por sua vez, deve desenvolver a capacidade de ficar sozinho, o que costuma ser difícil, já que é normal ter medo de passar mal em meio a estranhos. Se a pessoa não encarar o medo, entretanto, pode desenvolver agorafobia, que é a necessidade de estar sempre acompanhada para ir a todos os lugares. 

(fonte: rhportal.com.br; ilustração retirada da internet)


Busque tratamento. Tenha coragem para mudar. 
Saúde e paz.