O Ambulatório de Ansiedade (AMBAN), do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, iniciou suas atividades em 1985 com o objetivo de realizar estudo multidisciplinar em diferentes aspectos do tratamento do TRANSTORNO DE PÂNICO.
Visando pesquisar transtornos ansiosos - anteriormente denominados neuroses -, o AMBAN utiliza a infra estrutura do Instituto de Psiquiatria para o desenvolvimento de estudos Científicos. O estudo da ansiedade foi uma das áreas da Psiquiatria em que ocorreram significativos progressos, com desenvolvimento de tratamentos de grande eficácia.
Uma das maiores preocupações dos participantes do AMBAN tem sido multiplicar o conhecimento de técnicas através de treinamentos de profissionais e trabalhos de pesquisa para alcançar novos conhecimentos em uma área tão complexa. A equipe do Ambulatório vem colaborando com o desenvolvimento desse progresso através de um intenso intercâmbio científico com profissionais nacionais e estrangeiros.
Além de ser um grupo de pesquisa e educação em saúde, o AMBAN presta serviços à comunidade e à população em geral através de atendimentos pré agendados, tratamentos dos transtornos ansiosos e divulgação de material informativo técnico e científico junto ao Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.
Atividades em Ensino e Divulgação Científica
Uma linha de atuação que é considerada essencial pelo AMBAN é a formação e qualificação de profissionais, tanto para a realização de pesquisas, como para a utilização dos modernos recursos terapêuticos em Psiquiatria.
A partir de 1989 foi colocado em funcionamento o Ambulatório de Ansiedade Didático (AMBAN - Didático). Este serviço tem por objetivo oferecer treinamento, sob supervisão, para psiquiatras e outros profissionais de Saúde Mental, no tratamento de transtornos ansiosos. Já recebem treinamento no AMBAN-Didático, anualmente, cerca de 20 profissionais médicos, além de psicólogos e assistentes sociais.
Em 1997 foi criada a Liga de Ansiedade, que visa a aquisição da experiência do Ambulatório pelos alunos da Faculdade de Medicina da USP, e a partir de 1999 também para os alunos da Faculdade de Medicina do ABC.
Vários componentes da equipe têm participação ativa e regular como docentes em cursos de Graduação, Residência Médica e Pós-graduação.
Com o intuito de discutir os trabalhos de pesquisa que desenvolve e promover o intercâmbio com profissionais ou pesquisadores que trabalhem em áreas afins, o AMBAN realiza semanalmente reuniões científicas abertas aos interessados no Instituto de Psiquiatria.
O Instituto tem também organizado cursos com professores nacionais e estrangeiros seminários e simpósios científicos.
Contato: Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Rua Dr. Ovídio Pires de Campos, 785
Cerqueira César – São Paulo – SP
CEP: 05403-903
Tel.: (11) 2661-6988
www.amban.org.br
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sexta-feira, 24 de outubro de 2014
quarta-feira, 1 de outubro de 2014
Índice de transtorno de ansiedade e depressão em São Paulo é igual a de país em guerra
E aí eu pergunto: como pode ainda termos que conviver com tanto estigma quando o problema é, comprovadamente, cada vez mais recorrente e - como afirma abaixo o pesquisador Wang Yuan Pang, do Hospital das Clínicas de São Paulo - altamente incapacitante?
Ainda há muito trabalho pela frente!! ;)
Saúde, paz e coragem para todos nós!
Transtorno de ansiedade atinge 19,9% da população da região metropolitana de São Paulo e depressão 11%, diz estudo
A região metropolitana de São Paulo tem índices de depressão e transtornos de ansiedade semelhantes ao de áreas de guerra como o Líbano e a Síria. Um estudo realizado por pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP e que integra uma base de dados internacional identificou que 19,9% da população sofre de algum transtorno de ansiedade. Já em relação à depressão, os dados mostram que ela atinge 2,2 milhões, ou 11% dos 20 milhões de pessoas que moram na grande São Paulo.
(...) “Acreditamos que o nível de violência tenha relação com a ansiedade e a depressão”, disse Wang Yuan Pang, pesquisador do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo e coordenador da pesquisa São Paulo Megacity, que integra um estudo da Organização Mundial da Saúde realizado concomitantemente em vários países.
Wang afirma que 54% dos entrevistados relataram ter vivido pelo menos um evento violento traumatizante. (...) Além do alto índice, outra preocupação dos pesquisadores é o fato de não haver serviço suficiente para atender a demanda. “A gente não tem pessoal suficiente para atender esta população” disse.
No estudo, os problemas de saúde mental foram divididos em três níveis de acordo com a gravidade. Apenas um terço destes 10% de pessoas na categoria grave de fato receberam tratamento.
A taxa de depressão está entre as maiores do mundo. (...) Mas são os casos mais sérios de transtornos de ansiedade que deixaram os pesquisadores alarmados, aqueles que englobam casos como fobias e até síndrome do pânico.
Só a síndrome do pânico, um grave transtorno de ansiedade, atinge 1,1% da população, ou 220 mil pessoas só na região metropolitana de São Paulo. De acordo com Wang, no entanto, ela é mais percebida do que a depressão, por exemplo, porque é mais difícil de esconder. “Ela é extremamente incapacitante. O indivíduo não consegue sair de casa, pegar o metrô cheio."
O estudo também mapeou os locais onde há mais casos de ansiedade e depressão. Percebeu-se que as áreas periféricas, onde há menos segurança e saneamento - as chamadas áreas de privação social -, são justamente aquelas com menos casos de depressão e transtornos de ansiedade. “Não quer dizer que as pessoas são mais felizes, não é isso. O que acontece é que nessas áreas periféricas há um alto número de migrantes, que se mudam para São Paulo para trabalhar. Quem não está saudável, com boa saúde mental, não aguenta e volta. Nessas áreas os problemas são outros: há muitos casos de alcoolismo e uso de drogas.”
(fonte: Ig, reportagem de Maria Fernanda Ziegler, 16/05/2014)
Leia ainda:
São Paulo lidera as estatísticas mundiais de transtornos mentais
Cerca de 30% dos paulistas apresentam algum distúrbio mental, de acordo com um estudo realizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 24 países. A prevalência é a maior em relação a pesquisas semelhantes feitas em outros lugares do mundo.
O estudo foi coordenado pelo sociólogo Ronald Kessler, da Universidade Harvard e publicado na revista PLoS One em fevereiro, no artigo São Paulo Megacity Mental Health Survey e aqui no Brasil realizado no âmbito do Projeto Temático “Estudos epidemiológicos dos transtornos psiquiátricos na região metropolitana de São Paulo: prevalências, fatores de risco e sobrecarga social e econômica”, financiado pela FAPESP e encerrado em 2009.
Entre os autores do artigo está Laura Helena Andrade, professora do Departamento e Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina (FM) da Universidade de São Paulo (USP).
(...) Eles descobriram que os transtornos de ansiedade foram os mais frequentes, acometendo cerca de 20% das pessoas, seguido do transtorno de humor (11%), impulsividade (4,3%) e uso de substâncias (3,6%). É previsto que o crescimento da população mundial se concentre nas grandes cidades, especialmente nos países em desenvolvimento. São Paulo fornece um aviso prévio sobre a carga de transtornos mentais associados ao aumento de desigualdades sociais, econômicas, estressores ligados à rápida urbanização e deterioração da saúde.
(...) Ao cruzar as variáveis, os pesquisadores concluíram que as mulheres que vivem em regiões de alta privação, são as que mais sofrem de transtorno de humor, enquanto que homens migrantes têm mais transtornos de ansiedade.
“É necessário que haja rápida expansão no sistema brasileiro de saúde do setor primário e trabalho focado na promoção da saúde mental. Essa estratégia pode se tornar um modelo diante de poucos recursos em uma área altamente habitada como São Paulo”, diz Kessler.
Para Laura, não é possível ter um serviço especializado em todas as unidades, por isso é preciso equipar a rede com pacotes de diagnóstico e de conduta a serem utilizados pelos profissionais de cuidados primários. É preciso capacitar não só os médicos, mas também os agentes comunitários, que devem ser orientados para identificar casos não tão comuns como os quadros psicóticos, levando em conta os fatores de risco associados aos transtornos mentais.
(fonte: site Psicologado.com; imagem retirada da internet)
Ainda há muito trabalho pela frente!! ;)
Saúde, paz e coragem para todos nós!
Transtorno de ansiedade atinge 19,9% da população da região metropolitana de São Paulo e depressão 11%, diz estudo

(...) “Acreditamos que o nível de violência tenha relação com a ansiedade e a depressão”, disse Wang Yuan Pang, pesquisador do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo e coordenador da pesquisa São Paulo Megacity, que integra um estudo da Organização Mundial da Saúde realizado concomitantemente em vários países.
Wang afirma que 54% dos entrevistados relataram ter vivido pelo menos um evento violento traumatizante. (...) Além do alto índice, outra preocupação dos pesquisadores é o fato de não haver serviço suficiente para atender a demanda. “A gente não tem pessoal suficiente para atender esta população” disse.
No estudo, os problemas de saúde mental foram divididos em três níveis de acordo com a gravidade. Apenas um terço destes 10% de pessoas na categoria grave de fato receberam tratamento.
A taxa de depressão está entre as maiores do mundo. (...) Mas são os casos mais sérios de transtornos de ansiedade que deixaram os pesquisadores alarmados, aqueles que englobam casos como fobias e até síndrome do pânico.
Só a síndrome do pânico, um grave transtorno de ansiedade, atinge 1,1% da população, ou 220 mil pessoas só na região metropolitana de São Paulo. De acordo com Wang, no entanto, ela é mais percebida do que a depressão, por exemplo, porque é mais difícil de esconder. “Ela é extremamente incapacitante. O indivíduo não consegue sair de casa, pegar o metrô cheio."
O estudo também mapeou os locais onde há mais casos de ansiedade e depressão. Percebeu-se que as áreas periféricas, onde há menos segurança e saneamento - as chamadas áreas de privação social -, são justamente aquelas com menos casos de depressão e transtornos de ansiedade. “Não quer dizer que as pessoas são mais felizes, não é isso. O que acontece é que nessas áreas periféricas há um alto número de migrantes, que se mudam para São Paulo para trabalhar. Quem não está saudável, com boa saúde mental, não aguenta e volta. Nessas áreas os problemas são outros: há muitos casos de alcoolismo e uso de drogas.”
(fonte: Ig, reportagem de Maria Fernanda Ziegler, 16/05/2014)
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São Paulo lidera as estatísticas mundiais de transtornos mentais
Cerca de 30% dos paulistas apresentam algum distúrbio mental, de acordo com um estudo realizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 24 países. A prevalência é a maior em relação a pesquisas semelhantes feitas em outros lugares do mundo.
O estudo foi coordenado pelo sociólogo Ronald Kessler, da Universidade Harvard e publicado na revista PLoS One em fevereiro, no artigo São Paulo Megacity Mental Health Survey e aqui no Brasil realizado no âmbito do Projeto Temático “Estudos epidemiológicos dos transtornos psiquiátricos na região metropolitana de São Paulo: prevalências, fatores de risco e sobrecarga social e econômica”, financiado pela FAPESP e encerrado em 2009.
Entre os autores do artigo está Laura Helena Andrade, professora do Departamento e Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina (FM) da Universidade de São Paulo (USP).
(...) Eles descobriram que os transtornos de ansiedade foram os mais frequentes, acometendo cerca de 20% das pessoas, seguido do transtorno de humor (11%), impulsividade (4,3%) e uso de substâncias (3,6%). É previsto que o crescimento da população mundial se concentre nas grandes cidades, especialmente nos países em desenvolvimento. São Paulo fornece um aviso prévio sobre a carga de transtornos mentais associados ao aumento de desigualdades sociais, econômicas, estressores ligados à rápida urbanização e deterioração da saúde.
(...) Ao cruzar as variáveis, os pesquisadores concluíram que as mulheres que vivem em regiões de alta privação, são as que mais sofrem de transtorno de humor, enquanto que homens migrantes têm mais transtornos de ansiedade.
“É necessário que haja rápida expansão no sistema brasileiro de saúde do setor primário e trabalho focado na promoção da saúde mental. Essa estratégia pode se tornar um modelo diante de poucos recursos em uma área altamente habitada como São Paulo”, diz Kessler.
Para Laura, não é possível ter um serviço especializado em todas as unidades, por isso é preciso equipar a rede com pacotes de diagnóstico e de conduta a serem utilizados pelos profissionais de cuidados primários. É preciso capacitar não só os médicos, mas também os agentes comunitários, que devem ser orientados para identificar casos não tão comuns como os quadros psicóticos, levando em conta os fatores de risco associados aos transtornos mentais.
(fonte: site Psicologado.com; imagem retirada da internet)
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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014
Fobia Social - entrevista com o Prof. Sergio Machado
Em sua segunda participação no Sem Transtorno, o professor Sergio Machado nos fala sobre a Fobia Social e faz um novo convite aos pacientes que queiram participar das pesquisas do núcleo de neurociências do laboratório de Pânico e Respiração (LABPR) do IPUB/UFRJ.
ST - Professor Sergio, o que é Fobia Social?
SM - A Fobia Social (FS) consiste em uma apreensão e ansiedade diante de situações sociais devido ao medo exagerado de ser avaliado de maneira negativa por outras pessoas. O portador sente um medo intenso de ser humilhado ou ficar embaraçado em situações sociais, que passam a ser evitadas ou suportadas com desgaste. Somado a isso, existe uma sensibilidade a críticas e rejeição, preocupação em relação à opinião das pessoas, dificuldade em ser assertivo e baixa autoestima.
ST - Quais são os sintomas da Fobia Social?
Os sintomas são rubor, urgência em urinar e evacuar, porém, a queixa inicial é o automonitoramento durante uma situação social, ou seja, é uma atenção exagerada voltada para seu desempenho, que o impede de se comportar adequadamente.
ST - Não poderíamos chamar a Fobia Social simplesmente de timidez?
SM - Não. A Fobia Social não é timidez, pois a timidez é transitória e não está ligada ao comprometimento significativo da vida do sujeito. A Fobia Social, se não tratada, pode ser incapacitante.
ST - Qual é o quadro atual da doença?
SM - A Fobia Social é o terceiro transtorno mental mais comum, ficando atrás do alcoolismo e da depressão. Ela varia entre 3 e 13%, ou seja, um grupo de pessoas tem a chance de desenvolvê-la como patologia de 3 a 13%.
Foi demonstrado, em 2008, que a Fobia Social é um fator predisponente para transtorno de humor, como a depressão e abuso de substâncias. Um estudo sobre comorbidades feito com 71 pacientes com Fobia Social, realizado por Turner em 1991, concluiu que ela é frequentemente associada a outros transtornos, como: transtorno de ansiedade generalizada (33%), seguido pela fobia simples (8%), transtorno evitativo de personalidade (22%), seguido pelo transtorno de personalidade obsessivo-compulsivo (9%).
ST - Existe uma possível causa para a Fobia Social?
SM - A causa da Fobia Social é multifatorial. Ela pode ser devido à predisposição genética, traços de personalidade, experiências de vida, disfunções cognitivas entre outros fatores que resultarão no surgimento da doença e em sua intensidade.
ST - Qual seria o tratamento adequado para a Fobia Social?
SM - Eu recomendo a psicoterapia cognitivo-comportamental (TCC) combinada com tratamento medicamentoso.
ST - Explique, por favor, para os nossos leitores o que é psicoterapia cognitivo-comportamental.
SM - Psicoterapia cognitivo-comportamental é um tipo de psicoterapia baseada em métodos específicos para a modificação de pensamentos, emoções e comportamentos, com o intuito de conseguir contornar as queixas dos pacientes.
ST - E como ela é aplicada no tratamento da Fobia Social?
SM - Normalmente são utilizadas 4 técnicas: a de habilidades sociais, a exposição, a reestruturação cognitiva e a de relaxamento. A técnica de habilidades sociais trabalha a habilidade de se comunicar e interagir com as outras pessoas de uma forma eficaz e apropriada, levando em consideração o contexto sócio-cultural vivido, uma vez que ser socialmente hábil em um determinado lugar pode não ter o mesmo significado que em outro. A de exposição pode ser pela imaginação, quando requer que o paciente imagine a situação, ou ao vivo, quando este indivíduo confronta realmente a realidade.
A reestrutura cognitiva é formada por uma série de intervenções em que os pacientes são ensinados a identificar pensamentos que geram ansiedade e que normalmente têm como tema situações sociais. Já as técnicas de relaxamento têm a função de ajudar o paciente a controlar sintomas fisiológicos e a reduzir sintomas de ansiedade que estejam presentes antes e durante os eventos sociais temidos.
Além do tratamento combinado com TCC, recomendo também a estimulação magnética transcraniana, que é um trabalho inédito no mundo e que o núcleo de neurociências do laboratório de Pânico e Respiração (LABPR) do IPUB/UFRJ vem desenvolvendo sob minha coordenação e do psiquiatria Prof. Dr. Antônio Egidio Nardi, coordenador do LABPR e do Programa de Pós-Graduação em Psiquiatria e Saúde Mental (PROPSAM) do IPUB/UFRJ.
ST - O que é a estimulação magnética transcraniana?
SM - A EMT é um método não-invasivo, seguro e indolor, baseado na lei de Faraday de indução eletromagnética, onde uma corrente elétrica é induzida no tecido cortical através de um campo magnético gerado por uma bobina colocada sobre o escalpo, despolarizando ou hiperpolarizando os neurônios. É considerado um tratamento de neuromodulação devido a seu foco nos circuitos neurais dos transtornos. A EMT altera a neuroquímica nas sinapses cerebrais, alterando ou modulando a função dos circuitos neurais no cérebro que se acredita estar desorganizada nos transtornos.
ST - Como pacientes com Fobia Social podem ter acesso a esse procedimento?
SM - Pacientes com Fobia Social, assim como qualquer outro transtorno de ansiedade e de humor, que queiram participar de nossa pesquisa no núcleo de neurociência do LABPR no IPUB/UFRJ devem entrar em contato comigo via email: secm80@gmail.com
O tratamento em nossa pesquisa é totalmente gratuito.
* Sergio Machado é neurocientista, Ph.D., graduado em Educação Física (UNESA), Mestrado e Doutorado pelo Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPUB/UFRJ), Pós-Doutorado em Neurofilosofia pelo Instituto de Filosofia da Universidade Federal de Uberlândia (IFILO/UFU), é professor do Programa de Pós-Graduação em Psiquiatria e Saúde Mental (PROPSAM) do IPUB/UFRJ e do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Atividade Física da Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). É pesquisador na área de transtornos de humor e ansiedade.
Imagem retirada da internet.
ST - Professor Sergio, o que é Fobia Social?
SM - A Fobia Social (FS) consiste em uma apreensão e ansiedade diante de situações sociais devido ao medo exagerado de ser avaliado de maneira negativa por outras pessoas. O portador sente um medo intenso de ser humilhado ou ficar embaraçado em situações sociais, que passam a ser evitadas ou suportadas com desgaste. Somado a isso, existe uma sensibilidade a críticas e rejeição, preocupação em relação à opinião das pessoas, dificuldade em ser assertivo e baixa autoestima.
ST - Quais são os sintomas da Fobia Social?
Os sintomas são rubor, urgência em urinar e evacuar, porém, a queixa inicial é o automonitoramento durante uma situação social, ou seja, é uma atenção exagerada voltada para seu desempenho, que o impede de se comportar adequadamente.
ST - Não poderíamos chamar a Fobia Social simplesmente de timidez?
SM - Não. A Fobia Social não é timidez, pois a timidez é transitória e não está ligada ao comprometimento significativo da vida do sujeito. A Fobia Social, se não tratada, pode ser incapacitante.
ST - Qual é o quadro atual da doença?
SM - A Fobia Social é o terceiro transtorno mental mais comum, ficando atrás do alcoolismo e da depressão. Ela varia entre 3 e 13%, ou seja, um grupo de pessoas tem a chance de desenvolvê-la como patologia de 3 a 13%.
Foi demonstrado, em 2008, que a Fobia Social é um fator predisponente para transtorno de humor, como a depressão e abuso de substâncias. Um estudo sobre comorbidades feito com 71 pacientes com Fobia Social, realizado por Turner em 1991, concluiu que ela é frequentemente associada a outros transtornos, como: transtorno de ansiedade generalizada (33%), seguido pela fobia simples (8%), transtorno evitativo de personalidade (22%), seguido pelo transtorno de personalidade obsessivo-compulsivo (9%).
ST - Existe uma possível causa para a Fobia Social?
SM - A causa da Fobia Social é multifatorial. Ela pode ser devido à predisposição genética, traços de personalidade, experiências de vida, disfunções cognitivas entre outros fatores que resultarão no surgimento da doença e em sua intensidade.
ST - Qual seria o tratamento adequado para a Fobia Social?
SM - Eu recomendo a psicoterapia cognitivo-comportamental (TCC) combinada com tratamento medicamentoso.
ST - Explique, por favor, para os nossos leitores o que é psicoterapia cognitivo-comportamental.
SM - Psicoterapia cognitivo-comportamental é um tipo de psicoterapia baseada em métodos específicos para a modificação de pensamentos, emoções e comportamentos, com o intuito de conseguir contornar as queixas dos pacientes.
ST - E como ela é aplicada no tratamento da Fobia Social?
SM - Normalmente são utilizadas 4 técnicas: a de habilidades sociais, a exposição, a reestruturação cognitiva e a de relaxamento. A técnica de habilidades sociais trabalha a habilidade de se comunicar e interagir com as outras pessoas de uma forma eficaz e apropriada, levando em consideração o contexto sócio-cultural vivido, uma vez que ser socialmente hábil em um determinado lugar pode não ter o mesmo significado que em outro. A de exposição pode ser pela imaginação, quando requer que o paciente imagine a situação, ou ao vivo, quando este indivíduo confronta realmente a realidade.
A reestrutura cognitiva é formada por uma série de intervenções em que os pacientes são ensinados a identificar pensamentos que geram ansiedade e que normalmente têm como tema situações sociais. Já as técnicas de relaxamento têm a função de ajudar o paciente a controlar sintomas fisiológicos e a reduzir sintomas de ansiedade que estejam presentes antes e durante os eventos sociais temidos.
Além do tratamento combinado com TCC, recomendo também a estimulação magnética transcraniana, que é um trabalho inédito no mundo e que o núcleo de neurociências do laboratório de Pânico e Respiração (LABPR) do IPUB/UFRJ vem desenvolvendo sob minha coordenação e do psiquiatria Prof. Dr. Antônio Egidio Nardi, coordenador do LABPR e do Programa de Pós-Graduação em Psiquiatria e Saúde Mental (PROPSAM) do IPUB/UFRJ.
ST - O que é a estimulação magnética transcraniana?
SM - A EMT é um método não-invasivo, seguro e indolor, baseado na lei de Faraday de indução eletromagnética, onde uma corrente elétrica é induzida no tecido cortical através de um campo magnético gerado por uma bobina colocada sobre o escalpo, despolarizando ou hiperpolarizando os neurônios. É considerado um tratamento de neuromodulação devido a seu foco nos circuitos neurais dos transtornos. A EMT altera a neuroquímica nas sinapses cerebrais, alterando ou modulando a função dos circuitos neurais no cérebro que se acredita estar desorganizada nos transtornos.
ST - Como pacientes com Fobia Social podem ter acesso a esse procedimento?
SM - Pacientes com Fobia Social, assim como qualquer outro transtorno de ansiedade e de humor, que queiram participar de nossa pesquisa no núcleo de neurociência do LABPR no IPUB/UFRJ devem entrar em contato comigo via email: secm80@gmail.com
O tratamento em nossa pesquisa é totalmente gratuito.
* Sergio Machado é neurocientista, Ph.D., graduado em Educação Física (UNESA), Mestrado e Doutorado pelo Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPUB/UFRJ), Pós-Doutorado em Neurofilosofia pelo Instituto de Filosofia da Universidade Federal de Uberlândia (IFILO/UFU), é professor do Programa de Pós-Graduação em Psiquiatria e Saúde Mental (PROPSAM) do IPUB/UFRJ e do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Atividade Física da Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). É pesquisador na área de transtornos de humor e ansiedade.
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