sábado, 19 de janeiro de 2013

A Cura



Por que algumas pessoas têm apenas uma ou duas crises de pânico e, depois de um curto tempo de tratamento, se sentem curadas, enquanto outras convivem por tanto tempo com a doença? 

Bom, primeiro porque existem pessoas que têm ataques de pânico por algum motivo específico, mas não desenvolvem o transtorno do pânico, que se caracteriza pela repetição desses ataques e passa a prejudicar e a limitar de forma significante o cotidiano de seus portadores. 

Segundo porque cada pessoa tem um temperamento, um organismo, suas heranças genéticas... "cada caso é um caso". A cura, portanto, na minha opinião, não é necessariamente se livrar dos remédios e do tratamento. Pode ser também conviver com a doença sem sofrer - ou sofrendo menos - com seus sintomas; sem sentir tanto medo, tanta taquicardia, tanta angústia; sem se privar de viver! 

Se não for tratado, o pânico pode nos transformar em pessoas inoperantes, que não conseguem sair de casa nem para trabalhar, nem para se divertir. Por isso incentivo tanto a busca por um diagnóstico certeiro e um tratamento correto. Atualmente existem medicações muito modernas, que não causam dependência e nem tantos efeitos colaterais. E aliado ao tratamento medicamentoso, o tratamento psicoterápico é fundamental. A terapia mais indicada costuma ser a cognitivo-comportamental (TCC), onde o terapeuta funciona como um "treinador" com quem o paciente aprende a enxergar de outra forma seus problemas e a enfrentar os medos que o perseguem.

Lembre-se de que o pânico não prejudica de forma permanente suas funções mentais. "A concentração, a memória, as capacidades intelectuais, a alegria e a sensação de bem-estar são apenas temporariamente suprimidas pelo medo. Tudo pode ser recuperado, e até mesmo melhorado, com a superação do pânico." 

Paz e coragem a todos.
Cuidem-se! :)

Informações retiradas do livro "Mentes Ansiosas" (Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva). 

7 comentários:

  1. Acho que o problema fundamental que desencadeia todas essas crises é algo (trabalho, relacionamentos, amizades) que já não te dá mais prazer. No meu caso, o trabalho. Toda a minha ansiedade começou quando o trabalho deixou de ser prazeroso e até rentável. Recentemente, depois de dois anos sem uma crise de ansiedade, que no meu caso se manifesta através da taquicardia, tive uma crise muito forte durante um dia de trabalho muito estressante. Percebi que a busca de uma nova atividade, que ainda não encontrei, tem que ser o meu foco principal. Espero chegar lá, em breve!

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  2. Querido Alex Parentes, essas crises podem ser desencadeadas sim por algum motivo específico. No caso do pânico, não esse motivo específico não existe... ou ao menos a pessoa não identifica o que é. O que sabemos é que pra aliviar essa ansiedade atividade física, boa alimentação e descanso (ócio mesmo!!!) são fundamentais.
    Mas no caso de ansiedade patológica, quando a coisa foge do controle e vira doença mesmo, aí o negócio é procurar ajuda de um especialista!
    Como vc não tem doença nenhuma e sim um estresse totalmente compreensível, te aconselho a procurar algum exercício que seja prazeroso pra vc, por exemplo, a capoeira pra mim foi uma excelente válvula de escape e fonte de energia! Por que não tenta? Boxe tb, ioga... (tenta de novo o frango assado! rsss)
    Obrigada pela sua visita e pelo seu comentário, amigo, volte sempre!!!!!!!

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  3. Falou tudo...e mais uma vez e sempre nos damos conta que somos seres humanos únicos, uma coisa que funciona p/ mim, não funciona para os demais e assim por diante...
    Eu sempre falo e escrevo: tudo tem uma raiz, conhecendo e trabalhando essa raiz, acredito que amenizamos muito a ansiedade e os ataques de pânico...
    Ps: a minha manifestação tb é taquicardia e intestino irritado(se é q vcs me entendem)...

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  4. Hahaha! Priscila, sim, entendo seu problema de intestino "irritado"! rsss
    Adorei seu comentário, assino embaixo! ;)

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  5. Tenho tantas dúvidas ainda sobre este transtorno. Um dia acordei me sentindo mal, coração acelerado, diarréia, sensação de desmaio, fui parar na emergência de um hospital, como meus filhos estavão com uma gastroenterite viral, e meus exames não derão nada, o médico falou que provavelmente tb estava com virose, mas passou dias, e a sensação de aperto no peito, de que eu iria infartar a qualquer minuti continuou durante mais de 2 semanas. Uma psicóloga falou para eu pedir que minha ginecologista me pasasse um calmante e ela me passou Rivotril e pediu para eu procurar um psiquiatra, fui em um e ele falou para eu tomar por 7 dias e parar,e se os sintomas continuassem para voltar, e eles voltaram, tudo. E a diarreia permaneceu por 1mês e voltei nele que falou para eu continuar tomando rivotril ecomeçou a fluoxetina e voltar depois de 50 dias, quando comecei a reduzir o rivitril voltei a ter diarréia, então voltei a tomar o comprimido inteiro. Tenho uma filha de 8 anos, um de 1 ano e 9 meses e estou praticamente sozinha para cuidar deles. Hoje tenho medo de tudo, de ficar doente, de não ter forças para cuidar dos meus filhos, de ficar sozinha em casa, de não ter forças para lutar contra isso tudo, medo de já estar dependente do rivitril ( tomando há quase 3 meses). Só choro o dia inteiro. Estou fazendo psicoterapia, tratamento com psiquiatra, academia e enfrentando meus medos, maseu queria saber de vc, que me pareceu entender claramente sobre o assunto, se o tratamento demora mesmo a surtir efeitos, se volta, pois eu fiquei por uns 50 diassem ter crise nenhuma, diarréia tinha parado, os ataque, a insegurança,a ansiedade e tudo issovoltou quando comecei a reduzir o rivotril. Estou muito desesperada. E além disso tudo, tenho uma relação muito difícil com meus pais. Eles não aceitam que eu faça tratamento psiquiátrico, falam que eu tenho que lutar, não posso me entregar. Preciso muito de uma palavra de alguém que tb luta com isso. Por favor. E parabéns pelo seu blog. Obrigada pela atenção.

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  6. Oi, Elaine!
    Não sei se entendi certinho, vc está em tratamento há três meses, está tomando fluoxetina e Rivotril, ou só o Rivotril. É isso? Não sou médica, é bom esclarecer, mas posso te adiantar que o tratamento costuma demorar um pouquinho pra fazer efeito sim. A medicação, em torno de um mês, mas esse tempo varia de pessoa pra pessoa. O importante é não parar com o remédio de uma hora pra outra, sem o conhecimento do seu médico psiquiatra. A terapia tb é muito importante. É comum que a gente se sinta deprimido e que nossa família não entenda muito bem o que estamos sentindo, mas o que importa é que vc fez o que devia ter feito: procurou ajuda médica e está se tratando.
    Vamos conversar! Me passa seu email? Ou então, se vc tiver facebook, curta a página do Sem Transtorno que a gente conversa lá por mensagem. Pode ser? Fica firme, tb preciso de ajuda muitas vezes pra seguir meu caminho. Coragem!!! Vc vai ficar bem. Beijos, Karen

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  7. No meu caso, atribuo meu sofrimento a uma mudança muito radical e repentina na minha vida. Muita coisa boa tá acontecendo na minha vida neste momento, mas parece que uma "imaturidade" da minha cabeça ainda não conseguiu traduzir tudo isso pra realidade. Quando tenho crises, mesmo tentando concentrar nas coisas boas da minha vida não resisto a vontade intensa de chorar e chorar e chorar... e aí só tomando um alprazolan pra relaxar. Mas muita coisa pode ser feita pras coisas voltarem ao normal, exemplo: hoje mesmo conversei por horas com uma pessoa que também sofre de transtorno de ansiedade e a nossa troca de "experiencias" nos permitiu uma liberdade para desabafar um com o outro. Ouvi uma frase em um filme que dizia: "Seu maior inimigo está onde você menos espera". Então se seu inimigo são as crises, enfrente-as falando sobre elas. Abraço e boa sorte a todos!

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