domingo, 30 de junho de 2013

Fatores que influenciam na Síndrome do Pânico



Fonte: grupo Síndrome do Pânico 

As causas dos ataques de pânico estão relacionadas, principalmente, a fatores ambientais/históricos (acontecimentos ao longo da vida) e sócio-culturais. Os fatores filogenéticos não explicam os acontecimentos, visto que as reações do sistema nervoso simpático, que surgiriam, geralmente, diante de perigos reais, aparecem em situações que não existe perigo.
Assim, compreender a história de vida daquele que tem o transtorno do pânico é fundamental para o seu tratamento. Normalmente, as pessoas que sofrem de ataque do pânico costumam apresentar muitos aspectos em comum (Bernik e Range, 2001):

a) são pessoas extremamente produtivas no nível profissional;

b) costumam assumir uma carga excessiva de responsabilidades e afazeres;

c) são muito exigentes consigo mesmas e não convivem bem com erros ou imprevistos;

d) são perfeccionistas, com excessiva necessidade de estar no controle e de ter a aprovação dos outros;

e) têm tendência a se preocupar demais com os problemas do dia a dia;

f) possuem alto nível de criatividade;

g) possuem auto-expectativas extremamente altas e tem fortes regras;

h) não sabem diferenciar seus sentimentos; e

i) tem uma grande tendência a não perceber suas necessidades físicas.

Outras características que têm sido observadas naqueles que desenvolveram o transtorno são a privação afetiva, a dependência emocional e a passividade nas relações interpessoais.


Eu acrescentaria ainda o prolapso da válvula mitral, que é bastante comum entre os portadores. Aliás, vou preparar um post sobre esse assunto em breve, ok? Saúde e paz! 

Aproveitem o domingo! :) 

Diagnóstico errado e subestimado de TDAH no Brasil


Foto: reprodução internet
Sem falsa modéstia, sempre fui uma criança muito esperta.
Tudo que resolvia fazer, aprendia rápido e fazia bem feito. Comecei a ler e a escrever sozinha aos quatro anos, a tocar piano de ouvido com a mesma idade ou até menos, era ótima aluna, comunicativa, criativa, adorava participar de todas as atividades propostas na escola: concursos de redação e oratória, gincanas culturais, olimpíadas esportivas, grêmio estudantil, aulas de música, artes, balé... Não deixava passar nada.


Até que por volta dos 11 anos, quando fazia a então quinta série (atual sexto ano), passei a sentir dificuldade para assimilar as informações. Eu não conseguia me concentrar para fazer os deveres. Quando lia qualquer livro, tinha que voltar no texto várias vezes porque esquecia o que tinha acabado de ler. 

Lembro que tive várias professoras particulares. E que interrompi as aulas de piano que fazia desde pequena porque tinha preguiça de estudar. Que passei a agir de forma displicente, excessivamente distraída e estabanada. E isso perdura até os dias de hoje, para meu desgaste, tristeza e culpa. Muita culpa.

Minha mãe conta que minhas professoras sempre a procuravam para tecer elogios pelo meu desempenho e que, de repente, os elogios foram substituídos por advertências e conselhos para que ela procurasse um psicólogo para me ajudar. 

Chegamos a procurar uma, que sugeriu que eu fizesse um exame neurológico.
O tal exame apontou um distúrbio no lobo não sei o quê, que, segundo o médico que nos atendeu, era relacionado justamente ao campo da atenção. 


Não cheguei a fazer nenhum tratamento na época, mas tenho certeza de que o TDAH não foi cogitado.
 

Sei que muitas crianças estão sendo diagnosticadas precipitadamente e tomando remédios muitas vezes sem necessidade. Mas muitas outras, assim como eu, vão passar muito tempo sofrendo por falta de um diagnóstico preciso e de um tratamento eficiente. 

Compartilho com vocês esta matéria publicada no jornal O Globo que achei bastante apropriada. 

Saúde a todos, coragem e paz! :)


Especialista diz que problema maior do país ainda é falta de tratamento
Por Flávia Milhorance

Se nos Estados Unidos, a principal preocupação de especialistas é com relação ao aumento de diagnósticos do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e o consequente consumo alarmante de medicamentos para contornar os sintomas, no Brasil, médicos ainda esbarram na dificuldade de diagnosticar a doença entre crianças e jovens, especialmente em localidades fora dos grandes centros urbanos.

No Brasil, o que acontece é o contrário. Há uma quantidade grande de crianças não diagnosticadas ou diagnosticadas incorretamente - afirma Fábio Barbirato, coordenador do setor de psiquiatria infantil da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. 

O especialistas cita dados da USP em que 5,4% de indivíduos de 6 e 16 anos têm TDAH, mas só 2,5% recebem tratamento, incluindo o uso de remédios. 

- A venda de medicamento no Brasil não teve este aumento como as pessoas falam. Se for pensar, a venda está menor do que o necessário - avaliou.

Em sua prática médica, Barbirato estima que, das crianças diagnosticadas equivocadamente com TDAH, 90% têm, na verdade, outro transtorno, como autismo, ansiedade, dislexia ou retardo mental. Outros 10% não têm nenhum transtorno, e a desatenção, sintoma clássico do distúrbio, teria relação com outros fatores, como falta de limite ou de atenção dos pais.

- Com diagnóstico errado, os sintomas podem piorar, e as consequências disto levam até a evasão escolar - alerta o especialista. - Por isso, recomendamos que os pais procurem profissionais titulados pela Associação Brasileira de Psiquiatria. 

SEM ALARME, MAS ATENÇÃO A SINTOMAS

Embora haja casos de "exageros" de diagnósticos de TDAH, é importante que pais estejam alertas aos sintomas. Desatenção, inquietude, desorganização extremadas estão entre os principais.

- É quando ele deixa tudo para depois, precisa ser monitorado sempre, havendo um desgaste da relação familiar, da mãe sempre cobrando da criança que não tem nenhuma autonomia - exemplifica Barbirato.

Mesmo sem dados estatísticos, o especialista aponta que é na segunda fase do ensino fundamental, ou seja, a partir do 6º ano, que os sintomas são mais percebidos, porque interferem mais no desempenho escolar. 

- Com a exigência maior, aquela desatenção que era suprida pela família e pela professora fica ressaltada, e o aluno acaba se atrasando.

terça-feira, 25 de junho de 2013

O que são transtornos de ansiedade?



"Como tudo em medicina recebe nomes específicos, com direito a sobrenomes, foram denominados transtornos de ansiedade quando o medo excessivo e, consequentemente, a sua fiel companheira ansiedade passam a trazer prejuízos expressivos para a vida da pessoa. 


Os transtornos de ansiedade possuem diversos espectros que variam em grau, intensidade e na forma como se apresentam. Podemos percebê-los em diversas situações, tais como nas lembranças que insistem em nos perseguir após uma experiência traumática (morte de um parente muito próximo, por exemplo); nas fobias ou no medo intenso de falar em público ou participar de eventos sociais; no temor exacerbado de determinados objetos ou animais (elevador, avião, insetos). Também são perceptíveis no terror (pânico) que surge do "nada" e nos dá a sensação de que podemos morrer a qualquer momento; nas preocupações excessivas com os fatos mais corriqueiros e triviais; nos pensamentos obsessivos e comportamentos repetitivos, mais conhecidos como manias, entre outros. Cada um desses transtornos tem características e manifestações distintas, mas todos estão intrinsecamente relacionados ao medo e à ansiedade.

Em graus variados, quando os transtornos de ansiedade já estão instalados, inevitavelmente trarão prejuízos significativos para os setores vitais de suas vítimas (vida social, familiar, profissional, acadêmica etc.). Contudo, somente após muito tempo de sofrimento, de peregrinação em vão - entre as mais variadas especialidades médicas e não médicas -, ou quando suas vidas já estão reviradas pelo avesso, é que os pacientes procuram ajuda especializada.

A demora para buscar o tratamento adequado se deve a muitos fatores, a maioria por falta de conhecimentos sobre o assunto, pelo sentimento de vergonha em expor tudo o que o aflige ou pela crença errônea de que se trata de mera fraqueza

Felizmente, é possível reverter esses quadros tão dolorosos ou, no mínimo, atenuá-los de forma expressiva, com orientações e tratamentos adequados. Isso significa muito mais do que enfrentar o inimigo que aparentemente pareça invencível. É restaurar as perdas nos seus diversos setores vitais, libertar-se, renascer e, quem sabe, projetar um futuro próximo de mais confiança e esperança, para que seja possível desfrutar a vida em sua plenitude".   


Fonte: Ana Beatriz Barbosa Silva, no livro Mentes Ansiosas

domingo, 23 de junho de 2013

Atendimento de saúde mental gratuito - onde encontrar

Serviços gratuitos de saúde mental
A terapeuta ocupacional Mariana Fulfaro criou e publicou em seu site um mapa com a relação dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) que oferecem atendimento gratuito, especializado, para problemas psiquiátricos, como depressão, esquizofrenia, alcoolismo e dependência química.

Esses serviços gratuitos de saúde mental podem ser encontrados em todo o território nacional e oferecem atendimento com equipe de reabilitação completa, com terapeutas ocupacionais, psiquiatras, psicólogos, assistentes sociais e enfermeiros.
 

Veja o mapa aqui.

Para encontrar o CAP mais próximo de você, clique no seu estado e, em seguida, procure sua cidade e o endereço mais próximo de sua casa na relação que irá aparecer.

Não deixem de me contar depois como foi o atendimento, por favor.
Saúde e paz para todos nós! 
Coragem! ;)



sábado, 22 de junho de 2013

Como o familiar pode ajudar um fóbico social

DICA: PALESTRA ABERTA AO PÚBLICO EM SÃO PAULO: "COMO O FAMILIAR PODE AJUDAR NO TRATAMENTO DO FÓBICO SOCIAL" - Dia: 29/06/2013

A fobia social é a intensa ansiedade gerada quando o paciente é submetido à avaliação de outras pessoas. É natural sentir-se acanhado quando se é observado, esse desconforto até certo ponto é normal e aceitável, muitas vezes vantajoso. Esta vergonha ou timidez passam a ser consideradas como patológicas a partir do momento em que a pessoa sofre algum prejuízo pessoal por causa dela, como deixar de concluir um curso ou uma faculdade por causa de um exame final que exige uma apresentação pública ou diante de um avaliador(es). No momento em que a pessoa é exposta a situação fóbica, a crise de ansiedade é de tal forma intensa que parece uma crise de pânico. Por causa de todo o desconforto envolvido nessa situação, a pessoa passa a apresentar um comportamento de evitação para estas situações. (Definição retirada do Psicosite)


Fonte: GruPan (Grupo de apoio aos portadores de Transtorno do Pânico)


sexta-feira, 21 de junho de 2013

Problemas emocionais dos homens

Distúrbios de estresse e ansiedade são os principais problemas emocionais desse grupo, podendo acarretar em comportamentos autodestrutivos e vícios.

Não é novidade para ninguém que os homens sempre foram cobrados socialmente quanto à demonstração de equilíbrio emocional, fibra e resiliência — a capacidade de se recuperar e dar a volta por cima. Prova disso é a conhecida máxima "homem não chora", dito popular tão presente no vocabulário das gerações que antecederam a presente. No entanto, a medicina tem revelado que ambos os sexos estão sujeitos a problemas de cunho emocional, e eles são semelhantes.

Sérgio Klepacz, psiquiatra do Hospital Samaritano, exemplifica um dos muitos dramas enfrentados pelo sexo masculino, bem como suas consequências. "Eles sofrem com demandas específicas de gênero. O papel de ser o provedor da família é o grande desafio, que começa logo cedo, quando ele se vê diante de escolhas profissionais e amorosas", aponta. De acordo com o médico, esse tipo de cobrança é característica da sociedade moderna, a qual é baseada no consumo e no status social. Isso resultaria em um aumento de estresse e, consequentemente, em medo e insegurança com relação ao futuro.

Então, seria o homem moderno o tal "sexo frágil"? Luiz Cuschnir, psiquiatra e autor do livro Homens sem máscaras – paixões e segredos dos homens (Ed. Campus), afirma que não há como definir quem é mais vulnerável emocionalmente quando o assunto é saúde. Ele explica que aquilo que é definido como parâmetro social está em constante transformação, o que obriga homens e mulheres a reinventar constantemente suas estratégias para lidar com as dificuldades. "A fragilidade é do ser humano. Em qualquer crise, existem mudanças de paradigmas que afetam seus participantes. Por exemplo: o homem foi atingido quando percebeu uma inversão de papéis em sua relação com a mulher, e se fragilizou até encontrar novos padrões e uma maneira de viver com seus papéis revistos. Mas isso não fez que ele se tornasse o sexo frágil, pois a mulher também passou e continua passando por uma série de dilemas que também a fragilizam".

Se não combatidos, porém, estes questionamentos podem evoluir para conflitos emocionais graves e acabar afetando o desempenho profissional e a vida social. "Homens não tratados emocionalmente fazem escolhas incorretas, passam a depender de relacionamentos que os consomem e não adquirem estrutura emocional para mudarem o rumo de sua vida. Isso para não falar das dependências químicas e quadros clínicos", alerta.

O estresse nosso de cada dia


Segundo Klepacz, a maioria dos problemas emocionais do universo masculino está ligada a duas causas primordiais: estresse e ansiedade. E as linhas que as separam são muito tênues. No caso do estresse, motivos é que não faltam para desenvolvê-lo no dia a dia. Contudo, o psiquiatra destaca a insegurança quanto ao futuro — seja profissional ou amoroso — como um fator estressante que assola constantemente os marmanjos. "Os hormônios do estresse (principalmente o cortisol) são liberados quando o homem acumula esse tipo de sentimento, além de frustrações e solidão. Essa substância gera a sensação de ansiedade, medo e até depressão. Portanto, sem que percebamos, desenvolvemos uma postura de ‘medo do medo’, do qual o ciúme e a dependência emocional são sentimentos acessórios". Ou seja: em alguns casos, o que é considerado um problema emocional (como o excesso de ciúme em um namoro, por exemplo), na verdade é apenas um dos sintomas de algo maior.

Ânsia por aprender


No tocante à ansiedade, um dos principais causadores é o nível de exigência do mercado de trabalho quanto ao aprendizado. Em meio a um excesso de informação, o indivíduo se vê obrigado a desenvolver habilidades novas e a adquirir mais conhecimento e graduações para alçar posições melhores em sua carreira.

"Os parâmetros para ser um bom profissional subiram. Tudo o que você tem de aprender no mundo pode gerar algum distúrbio de ansiedade. Esses excessos acabam afogando o cérebro e bloqueando as áreas racionais. O sujeito não consegue lidar com tudo isso", comenta Klepacz. Embora seja um sentimento inerente ao ser humano, essa ânsia para atender expectativas pode resultar em quadros de síndrome do pânico ou transtorno de ansiedade generalizada.

Eles têm coração


Cuschnir destaca que muitos homens vão aos consultórios devido a traumas decorrentes de relacionamentos frustrados ou por não encontrar a companhia que procuram. "Eles não encontram uma parceira capaz de compartilhar suas necessidades. Às vezes, se confundem e têm padrões que elas não correspondem, ficam insatisfeitos e se isolam, superficializam as relações ou simplesmente não aceitam as mulheres. Ainda desejam companheiras dedicadas, fiéis, envolvidas e disponíveis, mas quando percebem que não os atendem, mesmo sofrendo pela frustração ou pelo envolvimento amoroso, reveem o relacionamento e o rompem", esclarece.



Fonte: Revista Viva Saúde

sábado, 15 de junho de 2013

Sugestão de leitura: "Como Vencer o Transtorno do Pânico"

Portadora do Transtorno do Pânico, blogueira lança livro com informações e dicas para superar o problema
Por Karen Terahata

Vanessa Fagundes sofre com o Transtorno do Pânico há cerca de cinco anos e decidiu escrever seu livro quando percebeu a dificuldade de encontrar qualquer material que abordasse o tema. "Resolvi escrever sobre a minha experiência e as maneiras que encontrei para superar, acredito que possa ajudar muita gente".

Concorra a uma versão eletrônica do livro!

Para contornar o pânico, Vanessa utiliza técnicas de respiração, terapia comportamental, faz yoga, come alimentos indicados para combater o pânico, entre outras que explica no livro com detalhes. "Não acho que curar o pânico seja a colocação certa, mas SUPERÁ-LO. Não digo que nunca mais tive ansiedade, mas é questão de utilizar as técnicas para evitar que as crises aconteçam ou fiquem maiores".

Quer saber mais sobre a Vanessa? Assista.


Para lançar seu livro, Vanessa encontrou em uma editora virtual a alternativa mais acessível. Os ebooks (livros eletrônicos) são tendência e estão cada vez mais presentes na vida de leitores, pelo menor custo e praticidade (uma pessoa pode levar até 10 mil títulos em um celular... parece bastante sedutor, não?!).

O ebook de "Como Vencer o Transtorno do Pânico pode ser encontrado no site da Saraiva. Já a versão impressa do livro pode ser adquirida no Clube de Autores (
https://www.clubedeautores.com.br/book/146029--Como_Vencer_o_Transtorno_do_Panico).

terça-feira, 11 de junho de 2013

Ah, a preguiça!...

A ansiedade muitas vezes embaralha nossos pensamentos e nos atrapalha na hora de agir, não é?
A depressão idem.

Por um motivo ou pelo outro, constantemente não sei por onde começar minhas tarefas, seja em casa, no trabalho, em diversas situações. Na semana passada mesmo conversei com a minha psicóloga sobre isso. Por que costumo adiar tanto as coisas? Por que sinto tanta preguiça? Sempre me pergunto...
E no final de semana me deparei com uma reportagem da revista Você S/A sobre certos sentimentos ("pecados", como eles mencionam) que prejudicam o ambiente de trabalho e a nossa carreira.
Um deles, claro, só podia ser... a preguiça! 


Com certeza, muitos irão se identificar com essa matéria também.
Acho importante que a gente não sinta culpa por sentir esse desânimo e que, por outro lado, saibamos como combatê-lo.


Abraços a todos, coragem, saúde e paz! :)
 


Os pecados do trabalho - Preguiça

(Por Fabiana Corrêa e Jeniffer Gonzalez)

A preguiça, originalmente,
não tinha nada a ver com falta de vontade de trabalhar. "O preguiçoso era o homem que não se esforçava para salvar sua alma", diz o filósofo Mario Sergio Cortella, de São Paulo. Na idade média, esse pecado traduzia uma melancolia que abatia os homens e os impedia de agir. Podemos traduzir também como apatia. No trabalho, uma dose de preguiça pode até ser produtiva de vez em quando. É o tal do ócio criativo. Mas viciar-se nesse estado de moleza compromete a imagem profissional. Sem
motivação, ninguém avança.

Como a preguiça se manifesta no trabalho?

Na Idade Média, ela era chamada de acédia, a preguiça de salvar-se em Deus. A pessoa tomada por esse pecado não queria fazer nada para buscar a salvação. Assim é no trabalho e na carreira: há muita gente que não quer fazer nada por si mesmo. O preguiçoso transfere a ausência de motivação para a carreira e substitui a ideia de esperançar, que é uma postura
ativa, para a ideia de esperar, uma atitude passiva. O preguiçoso é aquele que adia em vez de realizar. Está sempre esperando alguém fazer com que as coisas aconteçam.

Como lidar com nossa própria preguiça?

Se você está procrastinando demais, tem primeiro de descobrir se é preguiça mesmo ou se é estresse. Existe um adiamento prazeroso, mas também há a desmotivação, que você sente quando simplesmente não vê sentido em cumprir uma tarefa. É o esforço sem sentido. De certa maneira, é muito bom ter um chefe que coloque prazos e metas e cobre isso de você, que estabeleça consequências para trabalhos que não são entregues ou tarefas que não são
cumpridas.

Mas... e aquela preguiça que faz parte da vida, que todo mundo sente de vez em quando?
Essa é uma coisa normal, uma ocorrência eventual. O perigo é fazer dela um hábito. Claro que há momentos de preguiça. Basta pensar em uma lei fundamental da física — a da inércia. Nós tendemos ao repouso, nosso estado natural. Isso faz parte do exercício de se dar um tempo e não ser implacável consigo. É quando você relaxa e adia a tarefa, sabendo que irá retomá-la mais adiante. Mas tem uma coisa: saber lidar com a lerdeza, a lombeira, não significa não vivenciá-la. O momento de prazer não pode suplantar a execução de suas tarefas. Ser implacável consigo é doentio, mas adotar como herói o Macunaíma, que dizia “Ai, que preguiça”, é autodestrutivo.

Há espaço nas empresas para a alternância entre o esforço e o repouso?

Nas empresas inteligentes, sim. A produção contínua só leva ao esgotamento. Na Totvs, desenvolvedora brasileira de software, por exemplo, há dois quiosques para os funcionários fazerem uma pausa e tomar um café. Em outras, há o cochilo depois do almoço. Vale lembrar que distração em latim é recreio, aquilo que nos faz criar de novo. Empresas inteligentes criam a preguiça estratégica para aumentar a criatividade.

Além dos períodos de preguiça diários, quando mais precisamos dessa preguiça?

Nossa tendência é economizar energia. Um repouso depois de grandes esforços é sinal de inteligência. Agora, adiar o trabalho pode significar fazê-lo dobrado no futuro. É necessário planejar essas paradas.

Como lidar com os efeitos da preguiça

  • Faça da preguiça um compromisso: Organize a agenda, anotando não só as reuniões, mas também os momentos dedicados ao descanso. A preguiça fora de hora nada mais é do que a falta de descanso na hora certa.
  • Valorize o ócio: "Se for dar um tempo para o ócio criativo, aproveite para fazer coisas realmente inspiradoras, como cultura e lazer", diz Bernt Entschev, da De Bernt, empresa de recrutamento de executivos, de Curitiba.
  • Dose o ritmo: Alterne períodos de alta produtividade com outros de ritmo lento. "Se você produzir 100% em um ano, os acionistas irão cobrar 120% no seguinte. É preciso administrar", diz Augusto Carneiro, da Zaitech, consultoria que faz coach para altos executivos, do Rio de Janeiro.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Veja como mudar 15 hábitos e combater a ansiedade

Ansiedade é o pior de todos os males psicológicos, diz especialista
(Fonte: UOL - Saúde)


Aflição, agonia, impaciência, inquietação.
Esses são alguns sinais da ansiedade, sentimento capaz de prejudicar a qualidade de vida, autoestima e saúde do ser humano.
Aprender a lidar com ela é fundamental para garantir uma vida saudável. (...)


Para o psicólogo Alexandre Bez, especialista em relacionamentos pela Universidade de Miami e em ansiedade e síndrome do pânico pela Universidade da Califórnia, a ansiedade é o pior de todos os males psicológicos. "Ela é o gatilho para desencadear outros transtornos. Dentro do ponto de vista psicológico, podemos definir ansiedade como um estado mental praticamente subjetivo carregado de apreensão e recheado de incertezas", diz. Por causa dos múltiplos papéis que desempenham e devido às variações hormonais, algumas mulheres sofrem mais com a ansiedade e o estresse. Porém, os homens não estão imunes a esse mal. Questões profissionais e financeiras também podem desencadear a sensação de angústia e impaciência no sexo masculino.

Sentimento que pode causar doenças
Se não for controlada, a ansiedade pode causar o surgimento de enfermidades psicossomáticas, ou seja, doenças que afetam a saúde física e mental. Gastrite, úlceras, colites, taquicardia, hipertensão, cefaleia e alergias são alguns exemplos de doenças causadas pela ansiedade. (...)
Qualquer um sofre, em maior ou menor grau, de ansiedade. Mas o transtorno merece atenção redobrada quando passa a prejudicar os relacionamentos conjugais, profissionais, acadêmicos e até mesmo sexuais.

"Quando a ansiedade ultrapassa o limite e a pessoa não consegue mais realizar suas tarefas diárias sem sofrimento, é hora de buscar ajuda especializada e dar início a um tratamento", explica a psicóloga Sâmia Simurro.


"Ter força de vontade e entender que essa ansiedade descontrolada não é normal são requisitos básicos para o processo de cura inicial", afirma o psicólogo Alexandre Bez. "Procurar ajuda psicológica é fundamental para retomar a rotina. Curar-se sozinho é praticamente impossível", alerta. De acordo com Bez, em casos extremos e dependendo do perfil do paciente é necessária a prescrição de medicamentos.

Apesar dos males causados pela ansiedade, a psicóloga Sâmia Simurro alerta que, na dose certa, esse sentimento pode ser positivo. "Precisamos de desafios para nos desenvolver. É preciso aprender a viver com níveis de ansiedade suficientes para atingir o nível mais alto do nosso potencial. É claro que ansiedade demais torna a vida das pessoas um caos, porém, nenhuma ansiedade nos leva à estagnação", conclui.



Veja como mudar 15 hábitos e combater a ansiedade

1. Procure não deixar nada pendente

Não terminar tarefas e assumir responsabilidades acima do que se pode fazer contribuem para o aumento da ansiedade. Esboce um plano para resolver o que é urgente e organize-se.

2. Prepare-se para os desafios

Atitudes como estudar com antecedência para as provas, informar-se sobre a empresa antes de uma entrevista de emprego e se preparar para uma reunião de negócios são fundamentais para ter confiança diante dos desafios. Dessa forma, você vai se sentir seguro e menos ansioso.

3. Melhor prevenir do que remediar

Antes de sair, veja se o tanque de combustível do carro está cheio. Se você saiu de casa com o ponteiro do combustível na reserva, trate de completar o tanque no primeiro posto que avistar. Evite ter problemas desnecessários por falta de precaução e cuidado.

4.Veja o lado bom das coisas

De acordo com um estudo publicado pela Isma Brasil, filial da International Stress Management Association, instituição voltada à pesquisa e ao desenvolvimento da prevenção e do tratamento do estresse no mundo, o impacto positivo da felicidade no sistema de imunidade é mais poderoso do que o negativo e ajuda a minimizar a ansiedade. Portanto, se você planejava ir à praia no fim de semana, mas viu que o tempo não está bom, mude seus planos: vá ao cinema, faça um fondue com os amigos, alugue os DVDs da série que você adora ou faça outro programa que o agrade. Ao invés de reclamar, procure transformar situações negativas em positivas.

5. Caminhe 30 minutos por dia, três vezes por semana
Essa prática, recomendada pela OMS, é ótima não só para tirar você do grupo dos sedentários como para ajudar a controlar a tensão emocional. O mesmo período de tempo pode ser empregado para qualquer outra atividade física, como boxe, ioga ou corrida.

6. Ouça música

"Estudos científicos demonstram que a música relaxa os músculos, diminui a sensibilidade à dor e dilui emoções destrutivas", explica a psicóloga Ana Maria Rossi, presidente da Isma Brasil. Para driblar a ansiedade, os gêneros mais indicados são o clássico e o barroco – em especial, no trânsito.

7. Evite ter pensamentos negativos

Seu pensamento determina a forma como você enxerga a vida. Se pensar de maneira positiva, vai se sentir mais feliz e as chances de tudo dar certo podem ser maiores.

8. Tenha um bicho de estimação
O simples ato de fazer carinho em um animal relaxa tanto o bicho quanto seu dono. Alguns estudos científicos indicam que as pessoas que cuidam de um animal tendem a baixar a pressão arterial. Então, se você não tem condições de ter um pet, que tal levar o cachorro da vizinha para passear de vez em quando? Observar peixes no aquário também traz benefícios: tranquiliza a mente e evita pensamentos que trazem preocupação e ansiedade.

9. Livre-se da mania de perfeição

Perfeccionistas tendem a prejudicar suas relações pessoais e profissionais colocando-se sob constante pressão. Confronte o medo que lhe motiva a buscar a perfeição. Você pode temer, por exemplo, que as pessoas não gostem de você. Na realidade, as pessoas tendem a respeitar quem tem coragem de admitir um erro e repelem quem acha que sabe tudo.

10. Deixe o trabalho no trabalho

Muitos sintomas do estresse, como ansiedade, dores musculares, hipertensão, fadiga, taquicardia e angústia, têm sido atribuídos ao acúmulo das pressões profissionais. Evite ficar pensando em trabalho depois do expediente. Afinal, você já passa horas no escritório.

11. Alimente o seu humor

Carboidratos, em geral, costumam acalmar: macarrão, pães, biscoitos, arroz e batata. Frutos do mar, nozes, brócolis, espinafre, chocolate e pimentão dão energia. Já a cafeína ajuda a combater o cansaço, mas deixa o cérebro mais desperto, o que pode ser um perigo para pessoas muito ansiosas.

12. Tenha plantas em casa
Cuidar de plantas (flores ou hortaliças) pode proporcionar equilíbrio emocional e amenizar os efeitos negativos do estresse. Regar uma plantinha é uma terapia informal, que ajuda aliviar a tensão e a ansiedade. Mexer com terra e folhas não resolve os problemas, mas ajuda a refletir e analisar melhor as situações.

13. Faça refeições sem pressa

Escolha um momento em que você possa comer sem interrupções. "Procure sentir os sabores, a temperatura e a textura dos alimentos. Sinta-os se desmanchar e transformando-se em sangue e tecido para o seu corpo", sugere Carlos Legal, consultor em aprendizagem organizacional e qualidade de vida no trabalho, da Legalas Educação e Qualidade de Vida, empresa dedicada ao desenvolvimento de pessoas e organizações.

14. Dê uma pausa no trabalho

Busque fazer uma pausa durante o trabalho. Feche os olhos e respire fundo por alguns minutos, procurando manter a mente tranquila e relaxada. O cardiologista Artur Zular, de São Paulo (SP), diz que é bom se imaginar em algum lugar calmo, como um bosque, jardim ou uma praia, sempre sozinho. "Estar com alguém inspira sentimentos e o melhor para meditar é ficar livre de qualquer emoção, concentrando-se apenas em si", explica.

15. Medite com palavras

Marcia Plessmann, instrutora do Centro de Estudos Filosóficos Palas Athena, de São Paulo (SP), ensina que para meditar é preciso criar uma frase que seja significativa e inspiradora para manter a ansiedade sob controle. "Na medida em que você solta a respiração, repita a frase mentalmente. Pode, também, ser uma oração ou um pequeno verso", ensina.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Tímida e deprimida

Mais difícil escrever... ;)
Hoje me toquei de duas coisas. Primeira: que estou escrevendo bem menos sobre mim. Segunda: que tenho falado bem mais sobre depressão do que sobre ansiedade. 
Respondo.

Desde que passei a assinar o blog e a divulgá-lo, passei também a receber muitas mensagens de pessoas que me acompanham. Eu já recebia alguns emails e tal, mas da forma como estou recebendo agora, nunca! 
São emails, mensagens pela fan page, comentários aqui no blog... Isso me fez perceber que estou sendo muito mais "lida" do que antes, e acho que isso me intimidou um pouco. Não é fácil expor a vida, principalmente as fraquezas, pra tanta gente. Antes, quando eu não assinava o blog, quando eu era simplesmente a WGoonie, era bem mais fácil, viu!? ;)

Quanto à depressão... bom, quem sofre de algum transtorno de ansiedade, especialmente o pânico, sabe que a depressão é uma companheira bastante comum. Se não sabe, eu explico: acredita-se que mais da metade das pessoas que sofrem com a ansiedade, também sofrem com a depressão. De acordo com uma matéria publicada no site Psiqweb, por exemplo, esse número chega a 65%.
O "medo", seja de característica fóbica ou não, sempre denota uma grande insegurança e pode fazer parte tanto de um quadro ansioso quanto de um quadro depressivo. 


Eu sofro com essa comorbidade e ando num momento bem mais depressivo do que ansioso. Talvez por conta de tudo que venho passando nesses últimos seis meses, quando precisei me afastar do trabalho. Não cheguei a falar sobre isso aqui no blog, talvez tenha até comentado, mas sem dar muita ênfase porque minha proposta aqui é transmitir encorajamento e otimismo, nunca tristeza ou desânimo. Acontece que sou humana, né, também sofro, também tenho maus dias e maus momentos, e acho que devo mostrar esse lado para vocês também, mesmo que em bem menos quantidade por uma questão de objetivo pessoal.

Mas sou osso duro de roer, bambu que se curva e não quebra! Amanhã volto a trabalhar e sei que tudo isso que tenho passado tem um motivo. O mais provável é que seja para me fortalecer ainda mais, me fazer crescer. E eu adoro me sentir mais forte, mais madura. Acho que essa é a graça de envelhecer: aprender e evoluir sempre.

Coragem, saúde e paz para todos nós! :)
Conto com vocês. Contem comigo.