quarta-feira, 13 de março de 2013

Até onde vai a culpa dos pais?



Quando a gente vê uma criança na rua fazendo o maior escândalo porque quer ou porque não quer alguma coisa, o que passa pela nossa cabeça? 
"Ah, coitado dos pais"!!! Ou então: "Que criança mal-educada, os pais não deram educação"!!! 
Não é verdade?! 
De alguma forma a gente sempre pensa nos pais da criança birrenta.

Um dia desses, minha mãe estava toda cabisbaixa, dizendo que errou comigo, que devia ter prestado mais atenção em mim, que não quis enxergar que eu tinha um problema "de cabeça"... (rs)

Bom, eu acho que os pais, ou os responsáveis, enfim, que quem cria uma criança tem responsabilidade sim sobre o desenvolvimento saudável ou não dessa criança. Não total responsabilidade. Mas tem.

No meu caso, acho que vários fatores contribuíram para que eu me tornasse uma pessoa ansiosa e depressiva. E um dos fatores, certamente, foi o meio em que cresci. 

Não quero entrar em detalhes para não expor outras pessoas que não eu, mas posso dizer que não fui criada num ambiente totalmente positivo e benéfico. 
Minha mãe era workaholic, trabalhava muito, de domingo a domingo, praticamente sem folga, sem feriado, sem férias muito menos. Era carinhosa, dedicada, mas tinha pouco tempo pra mim.
 
Meu pai também trabalhava o dia todo, de segunda a sábado. Também era carinhoso, brincalhão, mas nem um pouco chegado a diálogo
Então eu ficava muito tempo sozinha, já que sou filha única e meus familiares moram distante. Minhas companhias eram os brinquedos, os desenhos animados e as empregadas lá de casa. Nem todas muito carinhosas, digamos assim.

Não culpo os meus pais não. Tenho algumas mágoas, é verdade, mas não os culpo. Nesse dia eu disse pra minha mãe que tenho certeza de que se ela errou comigo de alguma forma, foi tentando acertar. Assim como hoje eu tento acertar com o meu filho, e por mais que eu me esforce muito e que o ame mais do que tudo, sei que não vou conseguir acertar cem por cento. 
Só fico atenta para não repetir os mesmos erros dos meus pais. Que eu pelo menos erre em outras coisas! ;)

Minha mãe diz que muitas crianças passam por situações bem piores do que a minha e que não desenvolvem nenhum tipo de trauma, nem transtorno.
Só que nem todo mundo reage da mesma maneira, né, mãe!? Cada um é cada um, sabemos disso!

 
Esses traumas precisam ser superados e a terapia tem me ajudado muito nesse sentido. Não quero culpar a minha mãe nem ninguém pelo que passei. Quero só pensar no passado se for para resolvê-lo dentro de mim e viver melhor o meu presente. Sem mágoas, sem raiva. 

De qualquer forma, peço que fiquem atentos aos seus filhos e pessoas próximas. Muitas vezes precisamos de ajuda, mas não sabemos como pedir.

Pra finalizar, uma frase que adoro:
"É mais fácil criar crianças fortes do que consertar homens quebrados".

Coragem, saúde e paz para todos nós! 

4 comentários:

  1. Acredito piamente que nossa criação e crenças contribuem para um quadro de ansiedade, depressão e pânico e que para cada pessoa isso chega de determinada forma. Mas acredito tb que devemos levar em consideração aspectos físicos e genéticos. Fui criada por uma pessoa depressiva e com pânico, ficou anos e anos sem sair na rua, além disso tive nódulos na tireóide e tive de removê-la, os hormônios da tireóide influenciam muito neste estado. No meu caso levo em consideração os dois fatores, trabalho paralelamente em prol do meu bem estar físico e mental, um influenciando no outro e vice-versa.

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  2. Oi, Priscila, tudo bem? Você sofre de pânico? O que faz para cuidar do seu bem estar físico e mental? Obrigada pelo seu comentário! Volte sempre!

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  3. Também acredito que criação interfira. Minha mãe também era uma pessoa depressiva, sempre insatisfeita, sempre chorando pelos cantos, sempre exigindo muito de mim (nada nunca tava bom, ela ajudava, mas acho que exagerava um pouco), meu pai nunca me incentivou a fazer nada que eu gostasse, apenas a catequese (ele não era do tipo super conservador, mas teve uma educação religiosa, e durante um tempo pensou que eu poderia ser freira!!??) e eu ficava o tempo todo em casa com ela, e ela tava sempre querendo me "consertar".
    Hoje não melhorou nada, quando eu disse que precisava ir a um psicologo ela reagiu com um "também, essa menina nunca teve estrutura" e ficou aquele silêncio.

    Também tive um problema com a tireóide, além de uma paralisia facial inexplicada, acredito que possa ter alguma relação, mas não tenho certeza de nada.
    Bem... isso foi mais um desabafo, apenas.

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  4. Olá, anônimo do dia 27/03,
    essa exigência excessiva da sua mãe e a frase dela ("também, essa menina nunca teve estrutura") me fizeram lembrar de muitas coisas...
    Bom, espero que não tenha desistido da ideia de procurar um psicólogo. Se vc sempre teve ou nunca teve "estrutura" não importa, o importante é que, se você não está se sentindo bem e realmente acha que precisa de ajuda, busque-a!
    Dê notícias!!! Abs, saúde e paz!

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