quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Sem Transtorno Entrevista: Antonio Carlos Junior "Cara de Sapato"


Campeão do reality show "The Ultimate Fighter Brasil 3" fala sobre a superação da Síndrome do Pânico

Por Karen Terahata


"Frescura", "bobagem", "maluquice", "falta de Deus", "de fé"...
Estas são apenas algumas das "definições" que nós, pacientes de transtornos de ansiedade, costumamos ouvir de pessoas que desconhecem o nosso problema.


Atacados por um medo incontrolável, que vem de não sabemos onde e nem quando, ainda temos que nos preocupar com o julgamento de pessoas próximas, tantas vezes nossos familiares - com quem deveríamos poder contar, mas que não conseguem (e às vezes não querem mesmo) nos compreender. Mais do que isso, nos ajudar.


A vergonha é um dos motivos que nos fazem adiar a procura por ajuda médica. No caso dos homens, essa dificuldade é ainda maior.
Se o sentimento de fragilidade não é nada fácil de assumir, imagine num universo tão machista 
como no que vivemos.Pois o nosso entrevistado, nada menos do que o lutador Antonio "Cara de Sapato", bicampeão mundial e campeão Pan-Americano absoluto de Jiu-Jitsu, e campeão da última edição do TUF Brasil, exibido pela TV Globo, enfrentou todo esse preconceito de cabeça erguida.

Há cerca de três anos, Cara de Sapato foi acometido por crises de pânico e saiu em busca de um diagnóstico. Após peregrinar por diversos médicos, de diversas especialidades, recebeu a indicação de se consultar com um psiquiatra.
Com coragem e humildade, aceitou o tratamento e hoje leva uma vida, como ele mesmo diz, "normal".

Prestes a fazer sua primeira luta 
no UFC após o The Ultimate Fighter (no dia 20 de dezembro ele enfrentará o americano Patrick Cummins), este paraibano de 24 anos nos mostra que é um vencedor não somente nos tatames e octógonos, mas também na vida!

Veja também: 
Da síndrome do pânico ao sucesso no TUF Brasil 3: conheça a história de ‘Cara de Sapato’

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Sem Transtorno Entrevista: Flávia Paes

Psicóloga explica o que é a TCC e como ela ajuda no tratamento da ansiedade

Nesta primeira entrevista em vídeo, o Sem Transtorno apresenta sua mais nova parceira, a psicóloga Flávia Paes, especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental. Entenda um pouco mais sobre a tão falada TCC, como ela auxilia no tratamento do pânico, das fobias específicas, como o medo de avião, e de outros transtornos de ansiedade. Flávia também fala sobre a combinação medicação - psicoterapia e sobre a importância de se quebrar preconceitos, e ser feliz. :)

Espero que gostem da novidade, muitas outras ainda estão por vir! Continuem acompanhando o Sem Transtorno, lendo e agora assistindo também!!! ;)

Um abraço a todos, saúde, paz e... CORAGEM! <3


Flávia Paes é psicóloga especialista em TCC (CRP 29051-05), doutoranda em saúde mental (Ipub/UFRJ) e Neuropsicóloga (USP). 
Contato: flavia.paes.psi@gmail.com / (21) 2146-1851 / (21) 9 9156-7880

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Ansiedade e alcoolismo

(Prof. Dr. Mario Rodrigues Louzã Neto, psiquiatra e psicanalista)

O uso de bebidas alcoólicas é tão antigo quanto a própria Humanidade. Beber moderada e esporadicamente faz parte dos hábitos de diversas sociedades. Determinar o limite entre o beber social, o uso abusivo ou nocivo de álcool e o alcoolismo (síndrome de dependência do álcool) é por vezes difícil, pois esses limites são tênues, variam de pessoa para pessoa e de cultura para cultura. 


Estima-se que cerca de 10% das mulheres e 20% dos homens façam uso abusivo do álcool; 5% das mulheres e 10% dos homens apresentam a síndrome de dependência do álcool ou alcoolismo. (...) Freqüentemente pessoas portadoras de outras doenças mentais (por exemplo, ansiedade, pânico, fobias, depressão) apresentam também problemas relacionados ao uso de álcool.

Conseqüências físicas do alcoolismo

O uso excessivo de bebidas alcoólicas pode afetar praticamente todos os órgãos e sistemas do organismo. O aparelho gastrintestinal é particularmente atingido. Podem ocorrer gastrites, ulceras, inflamação do esôfago, pancreatite; as lesões no fígado podem levar à cirrose. Outros aparelhos atingidos são o cardiocirculatório (podendo ocorrer pressão alta, infarto do miocárdio), o sistema nervoso (epilepsia, lesões em nervos periféricos) e o geniturinário (impotência). Podem ocorrer também doenças devido a deficiências de vitaminas e alterações no sangue. O uso de álcool por mulheres grávidas pode levar a malformações no feto com retardo mental, malformações no coração, membros, crânio e face (síndrome fetal do álcool).

Conseqüências psíquicas do alcoolismo

A embriaguez ou intoxicação aguda pelo álcool é bem conhecida. A pessoa pode ficar agitada, falante, eufórica, com incoordenação motora, rubor facial. Por vezes o quadro de embriaguez é acompanhado de um esquecimento dos fatos ocorridos durante a embriaguez ("blackout"). Algumas pessoas ficam embriagadas com doses muito pequenas de bebidas alcoólicas - este quadro é denominado intoxicação patológica ou idiossincrática.

Na síndrome de dependência ocorre o uso exagerado, continuo de álcool por muito tempo. Há um desejo intenso de beber e necessidade de beber quantidades cada vez maiores para obter o mesmo efeito (tolerância). As atividades da pessoa giram em torno da obtenção de bebidas, ocorrem prejuízos nas demais atividades, como falta ao trabalho, queda do rendimento no trabalho e convívio familiar.

Outra característica da síndrome de dependência é a síndrome de abstinência. Ocorre em geral com a interrupção ou redução abrupta da quantidade de bebida ingerida. A síndrome de abstinência caracteriza-se por tremores, sudorese, aumento da pulsação, insônia, náusea ou vomito, ansiedade e agitação. Quando se torna mais grave surgem ainda as alucinações, em geral na forma de "visões" de animais ou fios na parede ou no ar ou da sensação de formigamento ou de bichos andando pelo corpo da pessoa. Este quadro é chamado de delirium tremens e é ainda acompanhado de febre, convulsões e confusão mental (a pessoa não consegue conversar direito, confunde objetos e pessoas, não sabe informar sobre datas ou local onde se encontra). O delirium tremens é um quadro grave e necessita de tratamento hospitalar.

Tratamento

O tratamento do alcoolismo é bastante complexo e depende do tipo de quadro que o paciente apresenta. Em termos genéricos, o primeiro passo é evidentemente a conscientização do problema e a interrupção total do uso de bebidas alcoólicas (abstinência). A chamada "desintoxicação" pode ser feita em casa ou, em casos mais graves, em hospital, mas sempre sob cuidado médico. Nesse período é feita também a avaliação e o tratamento dos danos físicos e mentais decorrentes do álcool.

Após a recuperação inicial, segue-se a manutenção da abstinência. A maioria dos trabalhos mostra que a abstinência deve ser total e completa. Uma "bebidinha" de vez em quando abre caminho novamente para a dependência na grande maioria dos casos. Assim é preciso muito esforço e muito apoio para que a pessoa fique distante das bebidas alcoólicas e de outros produtos que contem álcool.

Há alguns medicamentos que podem ajudar a manter a abstinência, os quais devem ser prescritos e seu uso acompanhado pelo médico. O mais conhecido deles é o dissulfiram. Este medicamento deve ser tomado diariamente; ele provoca uma reação extremamente desagradável se a pessoa que o está utilizando ingere mesmo pequenas quantidades de álcool. Com isto cria-se uma aversão ao uso do álcool. Outros medicamentos, entre eles o naltrexone, diminuem a vontade de beber e podem contribuir na recuperação.

A psicoterapia desempenha papel fundamental na recuperação. Procurar buscar com o paciente os motivos que o levam a beber e auxiliar na resolução dos conflitos permitem a construção de uma personalidade mais madura, capaz de lidar com as adversidades sem precisar se refugiar na bebida.

Os grupos de auto-ajuda* (Alcoólicos Anônimos e outros) também são muito importantes na recuperação.

* Na verdade são grupos de mútua ajuda, formados por pessoas que se reúnem com o objetivo de satisfazer uma necessidade comum, trocando informações, experiências e apoio emocional.

(fonte: saudemental.net; imagem retirada da internet)

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Meditação

Meditação pode trazer benefícios relacionados ao
aprendizado, memória e controle emocional
Os benefícios da meditação podem ir muito além do bem-estar e autoconhecimento. De acordo com novo estudo de Harvard, a sua prática pode trazer mudanças estruturais no cérebro.

A neurocientista Sara Lazar reuniu 16 voluntários, que tiveram seus cérebros examinados antes e depois de um período de oito semanas da prática do “mindfulness” - um estilo de meditação simples.

Exames de ressonância magnética foram tomados antes e após as sessões de meditação coletiva e colocadas em comparação com voluntários que não tinham praticado nenhum tipo de exercício.

Nos  voluntários que praticaram a meditação foram detectadas massa cinzenta mais densa em várias partes do cérebro - associadas ao aprendizado, memória e controle emocional.

(fonte: Catraca Livre; foto Flickr/Mitchel Joyce)


terça-feira, 11 de novembro de 2014

Novo grupo de mútua ajuda no Rio! :)

Amigos, é com muita satisfação que informo aos leitores do Sem Transtorno que um novo grupo de apoio para pessoas com transtornos de ansiedade, como o pânico, está surgindo aqui no Rio!

Nossa querida Lucia Oliveira Jardim, frequentadora do Grupo de Apoio Sem Transtorno, decidiu criar um grupo para atender aos moradores da Zona Sul, que, como ela, têm dificuldade para irem até a Barra da Tijuca.


E eu achei ótimo!! Quanto mais pessoas se reunirem com o intuito de trocar informação, de se fortalecer e se ajudar, melhor! Que surjam muitos outros pelo Brasil todo! :D
 

As reuniões do grupo Convivendo, da Lucia, acontecerão sempre no segundo sábado do mês, das 10 às 11:30h, em Copacabana. Para participar, envie um e-mail para cconvivendo@yahoo.com.br
A primeira reunião oficial acontecerá no dia 13 de dezembro, e eu faço questão de estar presente para celebrar!

SUCESSO ao grupo Convivendo, que ele ajude muitas pessoas a viverem melhor!!! Parabéns, Lucia!!!

Sete coisas que você não deve dizer a alguém com ansiedade

(The Huffington Post / Por Lindsay Holmes)

Se você já sofreu de ansiedade grave, provavelmente conhece muito bem o modo como ela pode controlar sua vida.
Os transtornos de ansiedade e pânico podem causar sensações intermináveis de medo e incerteza - e esse sofrimento muitas vezes provoca comentários que são mais prejudiciais que úteis. 

Segundo o psicólogo clínico Scott Bea, professor-assistente de medicina na Clínica Cleveland, embora geralmente venha de pessoas amadas, a incompreensão dos outros pode tornar incrivelmente desafiador superar uma crise de pânico. 
"Por isso, muitas coisas que você poderia dizer acabam tendo um efeito paradoxal e agravam a ansiedade", diz Bea a The Huffington Post.
"A ansiedade pode ser como areia movediça - quanto mais você tenta resolver a situação imediatamente, mais você afunda. Dizer às pessoas coisas como 'fique calmo' pode realmente aumentar sua sensação de pânico."


Apesar de tudo, existem maneiras de ainda dar apoio sem causar mais perturbação. Aqui estão sete comentários que você deve evitar fazer para alguém que sofre de transtorno de ansiedade - e como você pode realmente ajudar essa pessoa.

1. "Não dê importância a essa bobagem."

A verdade é que o que você considera bobagem pode não ser tão insignificante no mundo de outra pessoa. Embora você tente projetar uma luz positiva sobre uma situação tensa, pode querer reduzir algo que é muito maior para outra pessoa.

"Você precisa entrar no sistema de crença da pessoa", aconselha Bea. "Para [alguém com ansiedade], tudo é importante." Para ajudar, tente aproximar-se dela com uma perspectiva de incentivo, em vez de implicar que ela "surtou" por causa de algo sem importância. Lembrar à pessoa que ela já superou esse pânico antes pode ajudar a confirmar que sua dor é real e ajudá-la a empurrar para longe os sentimentos arrasadores, diz Bea.

2. "Acalme-se."

O problema debilitante dos transtornos de ansiedade e pânico é que você simplesmente não consegue se acalmar. Encontrar a capacidade de relaxar - especialmente por ordem de alguém - não é fácil para a maioria das pessoas, e certamente pode ser mais difícil para alguém que sofre de ansiedade.

Em um blog em "Psychology Today", o psicólogo Sean Smith escreveu uma carta aberta para uma pessoa amada do ponto de vista de alguém com ansiedade, afirmando que, mesmo que haja boas intenções, dizer para a pessoa se acalmar provavelmente terá o efeito contrário:

"Vamos reconhecer o óbvio: se eu pudesse conter minha ansiedade, já o teria feito. Isso pode ser difícil de entender, já que provavelmente parece que eu escolhi (entrar em pânico, me coçar, acumular coisas, andar de um lado para outro, me esconder, ruminar, verificar, limpar, etc). Não. No meu mundo, fazer essas coisas é apenas ligeiramente menos doloroso do que não as fazer. É difícil explicar, mas a ansiedade coloca uma pessoa nessa posição."

Segundo Keith Humphreys, professor de psiquiatria na Universidade Stanford, suas palavras não precisam ser seu método mais poderoso - oferecer para fazer algo com a pessoa talvez seja a melhor maneira de ajudar a aliviar seus sintomas. Humphreys diz que atividades como meditação, dar um passeio ou fazer exercícios são maneiras positivas de ajudar.

3. "Apenas faça isso."

Quando alguém com ansiedade enfrenta seus medos, um pouco de "amor duro" pode não ter o efeito que você espera. Dependendo do tipo de fobia ou transtorno que a pessoa enfrenta, o pânico pode atacar a qualquer momento - ao embarcar em um avião, falar a um grupo de pessoas -, ou mesmo surgir do nada. "Obviamente, se elas pudessem superar isto o fariam, porque seria mais agradável", diz Humphreys. "Ninguém escolhe ter ansiedade. Usar estas frases as faz sentir-se na defensiva e sem apoio."

Em vez de dizer a alguém para "aguentar", praticar empatia é o segredo. Humphreys aconselha a trocar a linguagem incentivadora de time esportivo por frases como "É horrível sentir isso" ou "Que pena que você se sinta assim".

"O paradoxo é que uma frase empática ajuda a acalmá-las porque elas não sentem que têm de lutar por sua ansiedade", diz Humphreys. "Demonstra certa compreensão."

4. "Tudo vai dar certo."

Embora seja de modo geral um apoio, Bea diz que as pessoas com ansiedade não vão reagir de fato a palavras reconfortantes da maneira que você gostaria. "Infelizmente, dizer a alguém que está enfrentando ansiedade que tudo vai dar certo não ajudará muito, porque a pessoa não vai acreditar", ele explica. "A tranquilização às vezes pode ser um método ruim. Ela as faz sentir-se melhor durante 20 segundos e depois a dúvida pode retornar."

Bea sugere que se continue encorajando, sem usar declarações vagas que podem não ter valor naquela situação. Às vezes, diz ele, até permitir que a pessoa abrace sua preocupação em vez de tentar afastá-la pode ser a única maneira de ajudar. "Ela sempre pode aceitar a condição", disse Bea. "Encorajá-la dizendo que é bom sentir o que ela está sentindo também pode ser um bom remédio."

5. "Também estou estressado."

Semelhante a "Acalme-se" e "Não dê importância a essa bobagem". Você pode estar acidentalmente banalizando a luta de alguém ao criar uma comparação. No entanto, se você estiver estressado ou sofrendo de um transtorno leve de ansiedade ou pânico, Humphreys adverte que a camaradagem depois de certo ponto pode ser perigosa. "É importante não ficar obcecados um pelo outro", aconselha. "Se você tem duas pessoas ansiosas, elas podem se alimentar mutuamente. Se as pessoas têm dificuldade para controlar sua própria ansiedade, tente não se envolver nessa atividade mesmo que você pense que pode ajudar."

Pesquisas demonstraram que o estresse é uma emoção contagiosa, e um estudo recente da Universidade da Califórnia em São Francisco descobriu que até os bebês podem captar esses sentimentos negativos de suas mães. Para promover pensamentos mais saudáveis, Humphreys aconselha que se tente reorientar a narrativa, em vez de lamentar-se juntos.

6. "Tome uma bebida - vai distrair sua mente."

Esse coquetel pode diminuir a tensão, mas quando lidar com transtornos de ansiedade existe um problema maior para se preocupar, diz Humphreys. Médicos e tratamentos prescritos são mais adequados quando se trata de lidar com os problemas que causam o pânico. "A maioria das pessoas supõe que se alguém tomar alguns drinques sua ansiedade desaparecerá", disse ele. "Em curto prazo, sim, talvez desapareça, mas em longo prazo pode ser um caminho para a dependência. Essas substâncias podem reforçar a ansiedade."

7. "Eu fiz alguma coisa errada?"

Pode ser difícil quando uma pessoa amada está constantemente sofrendo e às vezes pode até parecer que seus atos de alguma forma estão provocando isso. Humphreys diz que é importante lembrar que os transtornos de pânico e ansiedade derivam de algo maior do que apenas uma instância particular. "Aceite que você não pode controlar as emoções da outra pessoa", ele explica. "Se você tentar isso, se sentirá frustrado, a pessoa que você ama e que está sofrendo pode se sentir rejeitada e vocês dois se ressentirão. É importante não levar a ansiedade do outro para o plano pessoal."


Humphreys diz que também é crucial deixar a pessoa amada saber que há uma maneira de superar qualquer transtorno de ansiedade ou pânico - e que você está lá para ajudar. "Há maneiras de ser mais feliz e mais funcional", diz ele. "Existe com certeza uma razão para ter esperança." :)

(fonte: Brasil Post; imagens retiradas da internet)

sábado, 8 de novembro de 2014

24 coisas que apenas pessoas ansiosas entenderão

Se tem uma coisa da qual sinto orgulho em mim é do meu senso de humor. Ter bom-humor, enxergar as situações do cotidiano - mesmo as piores! - com leveza, é uma grande arma contra o estresse. 

Espero que se divirtam com este post sugerido por um leitor do Sem Transtorno. Me vi em vários momentos, e no final lembrei da gente aqui no blog! <3

C
omo já dizia o Titãs: "Diversão é solução sim"! ;)
(fonte: BuzzFeed)


24 coisas que apenas pessoas ansiosas entenderão

Há um botão de desligar neste cérebro?

1. Você tem um sentimento constante de desconforto.


Você literalmente nunca se sente completamente calmo.

2. Sua ansiedade causa um desconforto físico e dor de verdade.

A ansiedade pode estar na sua cabeça, mas afeta seu corpo de muitas maneiras. O aperto em seu peito, a tensão nos seus ombros, o enjoo no seu estômago, a sensação de estar desconfortável na sua própria pele…

3. Que no seu pior se transforma em um ataque de pânico.

Você está apenas cuidando da sua vida, passando o seu dia, e BAM,
sua ansiedade pergunta: “Lembra de mim?! MUAHAHAHA!”
Porque é uma desgraçada.

4. Sua mente está constantemente correndo.

Se sua mente fosse um cavalo, ganharia CADA maldita corrida;
ela nunca desacelera.

5. E você está sempre duvidando de si mesmo.

Eu deveria ter dito isso? Feito isso? PENSADO isso? !

6. Sério, você questiona TUDO.

Literalmente cada pessoa, paixão, interesse, ódio, amor, animal, objeto, atividade… Se existe, você se preocupa com isso e com tudo o que SIGNIFICA.


7. Você tem habilidade zero para se desligar.

Seu cérebro está sempre indo, super analisando e super pensando tudo.

8. Está a fim de assistir um filme engraçado? NÃO.

Desculpe, seu cérebro quer que você se preocupe sobre
como está destinado a ficar sozinho para sempre.

9. Quer pegar no sono? NÃO.

HAHA o que você está pensando, esta é a hora perfeita
para 
sua mente te irritar.

10. Ter uma conversa interessante com um amigo? NÃO.

Opa, seu cérebro prefere mostrar algo constrangedor que você fez há 
10 anos, suspendendo a sua capacidade de formar uma frase coerente.

11. Você fica ansioso sobre ansiedade.

Qualquer coisa pode ser um gatilho potencial, então você passa a vida
inteira em estado de alerta se protegendo contra picos de ansiedade. Infelizmente, isso significa que você gasta muito tempo
estando ansioso sobre ficar ansioso.

12. Você nunca está realmente "no momento".

É difícil aproveitar a vida agora, quando você está sempre se
estressando 
com coisas que aconteceram no passado ou que poderiam acontecer no futuro.

13. Tentar tomar uma decisão é extremamente doloroso.

14. E até mesmo quando você toma uma decisão, você
imediatamente se preocupa se foi a certa.

Eu já não sei de mais nada.

15. Leva uma eternidade para fazer qualquer coisa, porque você 
está frequentemente perdido dentro de sua própria cabeça.

Além disso você tem que checar três vezes que a porta está trancada /
o ferro está desligado / o cão foi alimentado.


16. Você está exausto. Todo. O. Tempo.
Fisicamente, mentalmente, emocionalmente. Ansiedade cansa.

17. Você se encontra na situação bizarra de não ser capaz de confiar
em seu próprio cérebro.

Isso é um pensamento verdadeiro, ou apenas a ansiedade falando? 
CÉREBRO, PARE DE TENTAR ME ENGANAR.

18. Então você se depara com a difícil perspectiva de tentar combater a
sua ansiedade com a própria coisa que a está causando.

Ah, olá CÉREBRO, nos encontramos de novo.

19. Pessoas bem-intencionadas tentam ajudar, mas às vezes pioram.

Sim, eu sei que a coisa que me preocupa não vale a pena preocupar,
mas saber disso não impede meu cérebro de se preocupar com isso.

20. Pessoas MAL intencionadas tornam isto muito pior.

Não, eu não sou egoísta ou preguiçoso, obrigado, na verdade
só tenho ansiedade paralisante.


21. Você realmente se preocupa em ser um fardo para
as pessoas que você ama.

Às vezes você mal aguenta a si mesmo, então como eles podem
te suportar?! 
(Isso é o seu cérebro mentindo para você novamente).

22. Você quer nada mais do que simplesmente parar de se preocupar,
mas literalmente não consegue.

Há um botão de desligar nesta coisa?

23. Você sabe que há coisas que podem ajudar a sua ansiedade, mas
você se sente ansioso a respeito de experimentá-las.

Meditação? Meu cérebro vai ser muito barulhento e eu não
vou ter nada para distrair do barulho! Exercício? Todos estarão me
olhando e julgando! Arrrrgghhhaahgahahgah…


24. Finalmente, há o alívio de conseguir falar com alguém sobre suas preocupações e saber que eles compreenderão completamente.

E você não está sozinho.
:)

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Mensagens dos leitores

Reserva Ecológica da Família Lima, Novo Hamburgo (RS)
Boa tarde, Karen!

Encontrei teu blog por acaso enquanto pesquisava sobre a Síndrome do Pânico.

Faz pouco mais de um mês que comecei a ter crises, inclusive na primeira fui parar no hospital por achar que estava com algum problema físico. Lá me aconselharam a buscar ajuda psiquiátrica e hoje estou tomando um antidepressivo e indo à psicóloga uma vez por semana.

Depois que compreendi melhor o transtorno de ansiedade e pânico, aprendi a ir lidando com isso, a ponto de não ter mais crises. Mas ainda sofro com a ansiedade e o descontrole dos meus próprios pensamentos.
Realmente, só quem passou por algo assim sabe como é complicada a situação, por isso teu blog pra mim foi um ponto de encontro excelente. 
Ler os depoimentos das pessoas que sofrem desse tipo de transtorno me ajudou muito. Creio que através do compartilhamento de experiências conseguimos vencer mais rápido desafios como o da Síndrome. 

Achei muito bacana tu ter criado um espaço tão útil e positivo na internet. Não tenho Facebook, mas como a página do teu blog é pública, aproveitei para conferir as lindas frases e mensagens compartilhadas por lá, o que me encheram ainda mais de fé para lutar e seguir em frente.


Deixo aqui meus sinceros agradecimentos e força para que continue sempre seguindo com esse teu projeto, pois certamente está ajudando muitos.

Acredito que se prestamos caridade e somos fontes de amor e respeito, recebemos de volta sempre coisas boas que iluminam nosso caminho.


Um abraço!

Nanda, Novo Hamburgo (RS)

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Leia... e assista no Sem Transtorno! :)

Extra! Extra! Amanhã irei gravar as primeiras entrevistas pro Sem Transtorno! :D
Pois é! Esta e muitas outras novidades aguardarão por vocês no nosso novo site, que está sendo preparado com muito carinho e que logo, logo estará pronto. Torçam por mim!

Saúde, paz e coragem para nós! :)




segunda-feira, 3 de novembro de 2014

O que você deve saber sobre transtornos mentais


“Fiquei sem chão”
, disse Claudia, depois de ser diagnosticada com transtorno bipolar e transtorno de estresse pós-traumático. “Enfrentar o estigma de uma doença mental parecia demais para mim.”

“Levou um bom tempo para aceitar nossa situação”, disse Mark, marido de Claudia. “Mas percebi que precisava me concentrar em dar apoio emocional à minha esposa.”

Se você ou alguém que você ama fosse diagnosticado com um transtorno mental, como reagiria?
Felizmente, as doenças mentais podem ser tratadas. (...)

Fatores importantes sobre saúde mental

“Em todas as partes do mundo, milhões de pessoas sofrem de transtornos mentais, o que também acaba causando mudanças na vida daquelas que as amam. Uma em cada quatro pessoas será afetada por um tipo de transtorno mental em algum momento da vida. Em todo o mundo, a depressão incapacita mais pessoas que qualquer outra doença. A esquizofrenia e o transtorno bipolar estão entre os distúrbios mais graves e incapacitantes. Embora afete um grande número de pessoas, os transtornos mentais continuam invisíveis, negligenciados e discriminados.” — Organização Mundial da Saúde (OMS).

Segundo a OMS, muitas pessoas não buscam tratamento por causa do estigma relacionado à doença mental.
A maioria das doenças mentais é tratável, mas, de acordo com a Aliança Nacional para a Doença Mental, nos Estados Unidos, aproximadamente 60% dos adultos e quase 50% dos jovens entre 8 e 15 anos que têm transtorno mental não receberam tratamento no ano passado.

Entenda os transtornos mentais

O que é transtorno mental?
Especialistas o definem como uma disfunção significativa no pensamento, controle emocional e comportamento de alguém, o que muitas vezes compromete sua habilidade de se relacionar com outros e de administrar as várias atividades do dia a dia.

Os transtornos mentais não têm nada a ver com fraqueza ou falha de personalidade

A gravidade dos sintomas pode variar de duração e intensidade, dependendo da pessoa, da doença e das circunstâncias. Os transtornos mentais podem afetar qualquer pessoa, independentemente de sexo, idade, cultura, raça, religião, nível educacional ou renda, e não têm nada a ver com fraqueza ou falha de personalidade. Com os cuidados médicos apropriados, a pessoa pode levar uma vida produtiva e gratificante.

Tratamento para transtornos mentais

Profissionais da área têm tratado com sucesso vários tipos de transtornos mentais. Por isso, o primeiro passo é ter uma avaliação completa de um profissional de saúde com experiência em tratar distúrbios mentais.

No entanto, quem sofre de transtorno mental só vai se beneficiar dessa ajuda se aceitar e seguir um tratamento apropriado. Para isso, ele talvez precise superar qualquer receio de falar sobre seu problema. Pode ser que o tratamento inclua conversas com profissionais de saúde mental habilitados que podem ajudá-lo a entender melhor sua doença, a resolver problemas do dia a dia e a reforçar a necessidade de não interromper o tratamento. Nessas consultas, um membro da família ou um amigo pode ter um papel vital em dar o apoio necessário.

O primeiro passo é ter uma avaliação completa de um profissional de saúde experiente
 

Muitas pessoas aprenderam a lidar com os transtornos mentais depois de terem entendido melhor sua doença e seguido o tratamento prescrito por profissionais da área. “Antes de minha esposa receber o diagnóstico”, diz Mark, já mencionado, “nós dois entendíamos muito pouco sobre doenças mentais. Mas aprendemos a viver um dia de cada vez e a nos adaptar à nossa situação. Tem sido muito bom receber o apoio de profissionais confiáveis, da família e dos amigos.”

Claudia concorda. “No começo, meu diagnóstico parecia uma sentença de prisão”, admite ela. “Mas, apesar de meus problemas de saúde imporem certas limitações a nós dois, descobri que alguns obstáculos aparentemente intransponíveis podem ser superados. Assim, eu enfrento a doença mental por cooperar com os profissionais que cuidam de mim, manter uma boa relação com outros e viver um momento de cada vez.”

COMO LIDAR COM TRANSTORNOS MENTAIS

  • Siga o tratamento prescrito por um profissional qualificado da área de saúde mental. 
  • Mantenha uma rotina diária equilibrada e estável.
  • Pratique exercícios físicos. 
  • Durma o suficiente.
  • Tire tempo todos os dias para relaxar.
  • Tenha uma alimentação balanceada e nutritiva.
  • Limite o consumo de álcool e evite medicamentos que não foram prescritos a você.
  • Não se isole. Passe tempo com pessoas em quem confia e que se importam com você.
  • Dê atenção às suas necessidades espirituais. 

(fonte: JW.ORG; imagens retiradas da internet)

Nação Rivotril

Esta matéria foi publicada há um tempinho pela revista Superinteressante, mais precisamente há quatro anos. Mas como ela ainda é atual, resolvi compartilhar alguns trechos com vocês.
Lembrando que qualquer diagnóstico deve ser feito por um médico, assim como a prescrição de remédios. E 
Rivotril é com psiquiatra, heim gente?! 



O Brasil é o maior consumidor de Rivotril do mundo. Saiba como um calmante tarja preta tem sido usado para aplacar os sentimentos ruins de jovens, trabalhadores e donas de casa

Por Bruno Versolato   


Todo mundo tem um refúgio a que costuma recorrer para aliviar o peso dos problemas. Pode ser um lugar tranquilo, talvez a praia. O pensamento em uma pessoa querida. Uma extravagância, como compras ou aquele prato proibido pelo médico. 
Ou pode ser o armarinho de remédios de casa.

Na farmácia não se encontra produto descrito como "paz em drágeas" ou "xarope de paz". Mas muita gente acha que é isso o que deveria dizer o rótulo do Rivotril, um ansiolítico (ou, popularmente, um calmante).

Rivotril é prescrito por psiquiatras a pacientes em crise de ansiedade - nos casos em que o sofrimento tenha causa bem definida. Mas tem sido usado pelos brasileiros como elixir contra as pressões banais do dia a dia: insônia, prazos, conflitos em relacionamentos. Um arqui-inimigo dos dilemas do mundo moderno. 
Tanto que o Brasil é o maior consumidor do mundo em volume de clonazepam, o princípio ativo do remédio. (...)

E olhe que o Rivotril é um remédio tarja preta. Só pode ser comprado na farmácia com a receita do médico em mãos. "A maior parte das vendas desse medicamento acontece via prescrição. Mas muitos conseguem o remédio com receita em nome de outros pacientes ou até pela internet", afirma Elisardo Carlini, diretor do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, da Unifesp.

Em alguns casos, até há a prescrição - mas de um médico não especialista, segundo Alexandre Saadeh, professor do Instituto de Psiquiatria da USP. "Ginecologistas costumam prescrever Rivotril para pacientes que sofrem fortes crises de TPM", diz. Até porque poucos brasileiros vão ao psiquiatra, de acordo com a Roche, laboratório responsável pelo Rivotril. "Grande parte dos brasileiros tem dificuldade de acesso a psiquiatras, e isso está relacionado à prescrição do Rivotril por médicos não especialistas", afirma Maurício Lima, diretor-médico da Roche.


Foi assim, por via não ortodoxa, que a popularidade do Rivotril cresceu. Não é difícil ouvir donas de casa recomendando o remédio a uma amiga que tem tido problemas para dormir. "Quem nunca ouviu que uma tia ou uma vizinha toma Rivotril há 20 anos e só dorme com isso?", pergunta o professor de psiquiatria do curso de medicina da PUC de São Paulo, Carlos Hubner. Ou achar relatos do tipo "Rivotril é meu melhor amigo". (...)

O que é que o Rivotril tem?


Quando somos pressionados, algumas áreas do cérebro passam a trabalhar mais. Vem a ansiedade. O Rivotril age estimulando justamente os mecanismos que equilibram esse estado de tensão - inibindo o que estava funcionando demais. A pessoa passa a responder menos aos estímulos externos. Fica tranquila. Ainda que o bicho esteja pegando no trabalho, o casamento indo de mal a pior e as contas se acumulando na porta.

É essa sensação de paz que atrai tanta gente. Afinal, a ansiedade traz muito incômodo: suor, calafrios, insônia, taquicardia... "Muitas vezes o sofrimento se torna insuportável. O remédio é valioso quando o paciente piora", diz Silva Costa. (...) 


Justamente por trazer essa calma toda, o Rivotril não é recomendado a qualquer um. Seu consumo por profissionais que têm de se manter ágeis e em estado de alerta - como pilotos de avião e operadores de máquinas, por exemplo - é desaconselhado por médicos. "O Rivotril dá a falsa impressão de que a pessoa produz mais, mas a verdade é que o remédio só deixa mais calmo", diz José Carlos Galduroz, psiquiatra da Unifesp.

Não é só com o Rivotril que isso acontece. Os calmantes da família dele - os chamados benzodiazepínicos - têm o mesmo papel. São remédios como Lexotan, Diazepam e Lorax. Em parte, o Rivotril ficou famoso ao pegar carona na onda dos "benzo". Eles surgiram na década de 1950, e logo viraram os substitutos para os barbitúricos, como o Gardenal. Os barbitúricos têm indicação semelhante à dos benzo. Mas são mais perigosos: a linha entre a dosagem indicada para o tratamento e aquela considerada tóxica é muito tênue. (...) Quando surgiram os benzodiazepínicos, o mundo achou um combate mais seguro à ansiedade. "Uma overdose de remédios como o Rivotril é praticamente impossível", diz Saadeh, da USP. 

É verdade, o Rivotril tem berço, vem de uma família benquista pelos médicos. Isso já garante uma popularidade. Mas ele tem uma vantagem extra em relação aos parentes. Seu tempo de ação é de, em média, 18 horas no organismo, entre o início do relaxamento, o pico do efeito e a saída do corpo. É o que os médicos chamam de meia-vida. "A meia-vida do Rivotril é uma das mais confortáveis para o paciente, porque fica no meio-termo em relação aos outros remédios para a ansiedade e facilita a adaptação", diz Saadeh.

Na prática, esse meio-termo significa que o efeito do Rivotril não termina nem cedo demais - o que poderia fazer o paciente acordar de uma noite de sono já ansioso - nem tarde demais - o que não prolonga a sedação por um período maior que o desejado. (...) 


Tudo isso faz o pessoal se esquecer da tarja preta do remédio. Mas ela está lá por um motivo, é claro. E esse motivo é o risco de dependência. 

O risco é o mesmo visto em outros benzodiazepínicos. São dois, aliás. O de dependência química e o de dependência psicológica.
Na química, o processo é parecido com o gerado por drogas como álcool e cocaína. O uso prolongado torna o cérebro dependente daquela substância para funcionar corretamente.

A outra dependência é a psicológica.
A pessoa até para de tomar o remédio, mas mantém uma caixa sempre no bolso como precaução. "Cerca de 80% das pessoas que usam benzodiazepínicos ficam dependentes em 2 ou 3 meses de uso", diz Anthony Wong, diretor do Centro de Assistência Toxicológica do Hospital das Clínicas, de São Paulo. "E a maioria tem síndrome de abstinência se o remédio for tirado de uma hora para outra." (...)


Portanto, como digo e repito: remédio, ainda mais controlado, só com acompanhamento médico. Responsabilidade e bom senso nunca são demais. ;)

Saúde, paz e coragem! :)


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