sábado, 27 de setembro de 2014

Mensagens dos leitores

Minas Gerais! :)
A mensagem desta semana veio de Minas Gerais. É curioso como percebemos o estigma, a dificuldade em se falar sobre o assunto mesmo entre pessoas esclarecidas. Mais do que isso, mesmo entre profissionais da saúde. Temos muito a fazer!
Saúde, coragem e paz.

Karen,


Boa noite! Meu nome é Andreia, sou enfermeira, e há aproximadamente sete anos fui diagnosticada com Síndrome do Pânico.
Descobri quando cursava o pré-vestibular, dentro 
de uma sala lotada de estudantes. Tive que interromper meus estudos e o meu sonho da graduação. 

Achei seu blog, Karen, digitando a palavra "claustrofobia" no Google, e resolvi te escrever. 
Bom, pode até parecer estranho, uma vez que sou enfermeira, mas gostaria que você me tirasse algumas dúvidas sobre essa síndrome. Há anos busco pessoas que possam compartilhar comigo um pouquinho de suas experiências com esse mal.
 

Daqui a duas semanas irei me mudar para outro estado e terei que ir de avião, e isso tem me deixado um pouco apreensiva, já que será a primeira vez. 
Sempre que viajo de ônibus comum me sinto um pouco mal, mas
nada que não possa controlar, visto que, mesmo sendo o ônibus um
ambiente fechado, posso pará-lo! Com o avião já é diferente!! rss
Sei que você entende isso muito bem!
 

Tive algumas sessões com a minha psicóloga, mas ainda assim dá um certo pavor! Nunca tive acompanhamento psiquiátrico.Gostaria que você me ajudasse com algumas dicas para que possa passar por esse período de voo um pouco mais tranquila!
Pensei em fazer uso de alguma medicação, quais os métodos ideais que, pela sua experiência, 
dariam certo?
Apesar de conviver com outros colegas no hospital, nunca 
quis expor para eles esse meu mal, até porque as opiniões são diversas.
Ficaria feliz e pudesse me ajudar, Karen!

E quero aqui 
parabenizá-la pela brilhante iniciativa de criar esse blog interativo, que, com certeza, ajudará muitas pessoas como eu.
Abraços!
Andreia, Minas Gerais.

Imagem retirada da internet.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Personal Flyer

Comandante Luiz Bassani
(foto: Cristiano Estrela / Agência RBS *)
Você já ouviu falar em um profissional que acompanhe pessoas que tenham medo de andar de avião?
Pois essa pessoa existe e se autodenomina "Personal Flyer".
Se você é uma dessas pessoas que não conseguem nem pensar em entrar numa aeronave e ficar com os pés a alguns mil metrinhos do chão ou conhece alguém com esse perfil, taí uma alternativa! ;)


Por Giovanna Rossin
Revista Galileu


Todo mundo conhece alguém que morre de medo de viajar de avião. Nos mais de 20 anos em que trabalhou como piloto de voos comerciais, o comandante Luiz Bassani deu de cara com centenas de passageiros apavorados. E, quando se aposentou, ele resolveu transformar o medo dos outros em negócio. Há dez anos, o ex-piloto atua como personal flyer (termo que ele mesmo criou), uma espécie de acompanhante de voo que fica ao lado do passageiro para tranquilizá-lo e esclarecê-lo sobre os aspectos técnicos do avião. "Muitas vezes, o nervosismo surge por conta de coisas que nem existem no avião", diz ele.

Bassani faz até três viagens por mês e cobra R$ 600 por hora. Em alguns casos, são acrescentados os preços das passagens ida e volta, já que ele mora em Florianópolis, além de translado, hotel e alimentação. Já atendeu mais de 200 clientes. O acompanhamento começa uma hora antes do voo, na sala de embarque, e termina uma hora depois do pouso. Já acomodado na poltrona, o trabalho do comandante é, basicamente, bater papo. (...)

Bassani é autor do livro O Mundo do Avião - E Tudo o que Você Precisa Saber para Perder o Medo de Voar (Globo Livros) e nunca ouviu de ninguém que faça o mesmo trabalho que ele: "Quando o passageiro me conta que já viaja sozinho, é missão cumprida".

Com  destino à felicidade 

Relaxa e voa: Para viajar tranquilo, beba um copo de água (200 ml) a cada hora, evite bebidas alcoólicas e use meias medicinais de suave compressão.
Atendimento bilíngue: Bassani fala inglês e acompanha passageiros fora do Brasil. Ele inclusive já atendeu alguns estrangeiros.
A quem interessar possa: Para contratar os serviços do comandante, basta mandar uma mensagem pelo site personalflyer.com.br



Leia também:

Matéria com Luiz Bassani na Folha de S.Paulo

Meu post sobre minha primeira viagem de avião depois de dez anos sem voar :)

* foto retirada do site Hora de Santa Catarina

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Sugestão de leitura: "Respirar, Meditar, Inspirar"

Respirar, Meditar, Inspirar
De Priscilla Warner
Editora Valentina

"Uma jornada de mil milhas com um único passo, disse Lao-Tzu, autor do Tao-Te-Ching, ou Livro do Caminho e da Virtude. E, por vezes, esse único passo é quase o mesmo passo dado várias vezes". A citação escolhida por Priscilla Warner talvez seja a forma mais emblemática de resumir sua trajetória, em busca da cura da Síndrome do Pânico, em Respirar, Meditar, Inspirar. Medicina, religião, terapias alternativas orientais, neurociência, amizades, família. Não faltaram instrumentos da corajosa busca desta autora norte-americana pelo autoconhecimento da alma, espírito e corpo.

Priscilla Warner tinha uma família feliz, boa condição financeira, amigos. Mas um trauma sofrido aos 15 anos a atormentou por mais de 40 anos, a ponto de levá-la à dependência de remédios e bebida. A busca pela paz interior e a luta pela resolução do problema a conduziu a retiros e palestras com líderes budistas, como Dalai Lama, a consultas com médicos, neurocientistas, psicoterapeutas, e até musicoterapeutas.

Em Respirar, Meditar, Inspirar, Priscilla divide um diário de intimidades com o leitor, em tom carinhoso, de amizade e alegria. Trata-se de um guia inspirador para os que estão enfrentando pequenos e grandes desafios diários, para os que buscam uma confortante sensação de paz, autoaceitação e compreensão.

Na obra os leitores poderão encontrar dicas de métodos que a autora recomenda para se manterem calmos, felizes e em paz. 

Sobre a autora: Priscilla Warner formou-se na Universidade da Pensilvânia, trabalhou muitos anos em publicidade como diretora de arte, em Boston e em Nova York. Saiu em busca do guia espiritual que todos temos dentro de nós. Aprendeu a meditar e, finalmente, pode dizer que encontrou o caminho que a levou do pânico à paz.
Priscilla também é coautora de 
The Faith Club, best-seller do New York Times com o qual excursionou pelos Estados Unidos por três anos.

(texto adaptado de release enviado pela editora Valentina)

domingo, 21 de setembro de 2014

Mensagens dos leitores

Ilha do Sal, Cabo Verde
A mensagem desta semana vem de bem longe! Da África!
Obrigada, internet, por me proporcionar esse tipo de emoção! :)


Oi pessoal, gosto muito deste blog e tenho marcado na minha barra de favoritos. 
Vivo em Cabo Verde e tenho 23 anos. Toda vez que sinto medo ou estou em crise venho aqui ver que há pessoas iguais a mim e me sinto mais descontraído.... Tenho muito medo de ter um problema no coração, pois sinto palpitações (coração a bater rápido, suor e às vezes um batimento diferente). Sinto muito medo de morrer. 
Já fiz quatro eletrocardiogramas em dois médicos diferentes, um ecocardiograma, um holter e uma prova de esforço e o médico diz sempre que está tudo bem, pra eu esquecer o coração pois não tenho nada...
Eu sempre fui apaixonado pelo desporto e sempre me destaquei no mundo do desporto. Fui da seleção de futebol, basket e handebol do Liceu e na escola primária. Fui campeão de basket nacional sub 18, em Cabo Verde. Joguei futebol nas equipas de renome em Cabo Verde, mas desde que comecei a sentir tais sintomas tudo acabou. Tenho medo de tudo. Agora evito beber, ir a lugares longe de casa, ir à  academia, enfim, é muito triste. Mas só de saber que existem pessoas iguais é como se tirasse um peso das minhas costas. 
Dérick, Cabo Verde.
Imagem retirada da internet.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Compradores compulsivos

Psiquiatra Ana Beatriz Barbosa explica os perigos da compulsão por compras

Fonte: site Mais Você


Ana Beatriz Barbosa (foto: Mais Você/TV Globo)
Sabe quando você abre o guarda-roupas lotado e constata que não tem nada para vestir? A solução é simples e prazerosa: ir às compras! Mas e quando a diversão vira uma compulsão?

Tratada muitas vezes como besteira, a compulsão por compras é uma doença chamada oniomania. O prazer do indivíduo que sofre dessa doença está no ato da compra em si.

O consumista gosta de comprar, mas consegue viver normalmente, já o comprador compulsivo vive apenas para comprar e acaba trazendo problemas para a vida pessoal e profissional.


A psiquiatra e consultora do Mais Você, Ana Beatriz Barbosa, que está lançando o livro "Mentes Consumistas: do consumismo à compulsão por compras" explicou os perigos desse problema. "O consumismo é comum e aumentou muito nos últimos anos. Mas o compulsivo é um viciado. Geralmente são mulheres. Os homens também consomem, mas são coisas que não fazem volume, como relógios. O fato é que a pessoa passa a viver para isso,  é impulsivo e tem um componente obsessivo. A ajuda para esses casos é médica e psicológica."

Todas essas mulheres encontraram ajuda em uma organização chamada Devedores Anônimos, que existe no Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná. Ela funciona como os "Alcoólatras Anônimos": homens e mulheres se reúnem para trocar experiências e lá encontram o apoio para dar a volta por cima.

Por todo o Brasil existem outras organizações que tratam de diferentes tipos de compulsões. O importante é reconhecer a doença e procurar ajuda.


Saiba mais:
Devedores Anônimos - http://devedoresanonimos-rio.org/


Matéria sobre os Devedores Anônimos no Globo Repórter
http://g1.globo.com/globo-reporter/noticia/2011/09/devedores-anonimos-tratam-consumidores-obcecados-por-gastar.html


segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Psicóloga fala sobre sua experiência clínica com os transtornos de ansiedade

Rosanna Mannarinno foi minha psicóloga durante cerca de dois anos e depois de me ajudar da melhor maneira possível a enfrentar um período bastante difícil com o pânico e a ansiedade generalizada tornou-se minha amiga e parceira no Sem Transtorno. De maneira voluntária, acompanha todas as reuniões do nosso Grupo de Apoio na Barra da Tijuca, no Rio.
Neste bate-papo, ela nos dá suas impressões sobre o tratamento da ansiedade.



ST - Rosanna, quais são as principais queixas dos pacientes que a procuram para tratar transtornos de ansiedade?

O medo por não saber o que está acontecendo com eles, por não conseguirem dar conta de algumas áreas de sua vida devido às crises de pânico. A grande maioria vai em busca de ajuda após várias tentativas, por si só, de darem conta da situação. Entender o que está acontecendo é o principal motivo que os leva à busca de um profissional

ST - Você percebe características em comum entre esses pacientes? 

Percebo algumas características nos clientes com diagnóstico de pânico. São pessoas que sempre, de alguma forma, deram conta de tudo e que estão
disponíveis ao outro. São controladoras. E a atitude de controlar o outro pode aparecer maquiada por um interesse genuíno e sincero de gerar bem estar.

ST - Entre os homens, quais são os traços de personalidade mais marcantes? Você poderia apontar algum?
Percebo que muitos homens ansiosos procuram atividades que envolvem certo grau de estresse e / ou risco. Eles têm como lazer atividades que ativem a adrenalina, como motociclismo, mergulho, grandes viagens. Mesmo que alguns não consigam colocar em prática.

ST - Dentre os transtornos de ansiedade (pânico, ansiedade generalizada, estresse pós traumático, fobias específicas, fobia social), quais são as mais frequentes em seu consultório?

Pânico e TAG (ansiedade generalizada).

ST - Qual a abordagem indicada para tratar pacientes com transtornos de ansiedade, especialmente pânico e ansiedade generalizada? 

A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é a que apresenta maior eficácia na questão da ansiedade e do pânico, mas também pode-se utilizar outras técnicas que vão 
complementar e auxiliar no tratamento.  

ST - Existe alguma expectativa quanto à duração do tratamento?

Não é possível definir o tempo exato, mas a duração mínima prevista é de 6 meses. Vários fatores interferem nesta previsão, como a resistência do paciente, o grau da 
ansiedade e do pânico, a construção do rapport*, a resistência do paciente para um tratamento medicamentoso quando necessário.

*rapport é um conceito do ramo da psicologia, diz respeito à ligação de sintonia e empatia com outra pessoa.

ST - E qual é a sua opinião sobre o uso de remédios no tratamento?

É importante passar por uma avaliação médica, mas percebe-se que quando o paciente tem dificuldade em aceitar a medicação ele tem maior dificuldade para evoluir 
no tratamento, podendo com isso intensificar a construção de pensamento negativos, de incapacidade, e reforçando o desconforto.

ST - Além do tratamento convencional (terapia + medicação), você teria sugestões para melhorar a qualidade de vida dos pacientes?

O exercício físico é importante; aprender técnicas de relaxamento, ter percepção e cuidado com a respiração também. É importante para aprender a diminuir a 
frequência cardíaca, com isso a respiração torna-se mais lenta e profunda e, consequentemente, os músculos ficam mais relaxados. Procuro orientar que o paciente exercite esse controle da respiração, pois durante a crise de pânico ele não irá conseguir colocar em prática se não tiver criado o hábito. O lazer também é muito importante, assim como uma boa alimentação e beber bastante líquido.


(foto: Karen Terahata)
Rosanna Talarico Mannarino é Psicóloga Clínica, pós-graduada em terapia familiar e em tratamento e prevenção à dependência química. Tem formação em TCC e arte terapia. Contato: (21) 9165-0576 rosanna.talarico@yahoo.com.br (CRP 23434/05)

sábado, 13 de setembro de 2014

Mensagens dos leitores

O Sem Transtorno tem me proporcionado inúmeras realizações, e muitas delas vêm através do retorno que recebo de leitores do blog e de frequentadores das reuniões do Grupo de Apoio. A partir de hoje compartilharei com vocês algumas das mensagens que recebo dessas pessoas, e que me servem como um delicioso combustível para que eu siga adiante com o meu trabalho!

Como gosto de ver e de mostrar o lado bonito das coisas (pessoas, lugares, situações), vou aproveitar para ilustrar essas mensagens com algo de bacana do lugar em que esta pessoa vive. Nesta estreia, o depoimento de um rapaz do Espírito Santo.


Saúde para todos nós! :)



Olá Karen, 
quero lhe contar um bom momento da minha vida, vivido recentemente, no dia 6 de setembro. 
Bem, no final do ano passado, eu e minha esposa recebemos um convite para sermos padrinhos em um casamento, trata-se de uma amiga desde a infância que eu tenho e que é a minha dentista também. De pronto aceitei o pedido, fiquei feliz, porém em abril as crises de ansiedade (TP e TAG) da vida começaram a me atormentar, desencadeadas por situações estressantes. Pensei em desistir desse casamento pelo menos como padrinho. Eu até disse para a minha amiga o problema que tenho e ela falou que eu ficasse livre para desistir, mas resolvi enfrentar. Eu não podia fazer essa desfeita. 
Confesso que momentos antes do casamento estava com uma ansiedade miserável, até levei um ansiolítico no bolso, que felizmente não tomei. 
Dentro daquela roupa alinhada que estava, ui, tremi um pouco, mas conforme fui entrando na igreja senti que era bobagem estar ansioso. Enfrentei o "perigo" e me dei bem, fui me soltando e tive uma noite maravilhosa. Até dancei na festa e tudo! 
Estou lhe contando isso para lhe agradecer pelo blog, que traz um conteúdo reflexivo e que me faz não desistir de viver. Até breve!!! 
M.A. - Vargem Alta, Espírito Santo

Vargem Alta (ES)
imagens retiradas da internet

Cérebro de mulheres ansiosas trabalha mais que o de homens


Por Ana Carolina Prado
Super Interessante

Um estudo da Michigan State University concluiu que, no que diz respeito à ansiedade, há diferenças importantes entre o cérebro masculino e o feminino. A atividade cerebral de mulheres ansiosas é bem maior que a de homens na mesma condição.

Para descobrir isso, pesquisadores pediram a estudantes universitários que fizessem uma série de tarefas simples enquanto usavam uma espécie de touca cheia de eletrodos para medir sua atividade cerebral. Uma das tarefas era identificar a letra do meio de várias séries de cinco letras em uma tela de computador. Algumas vezes a letra do meio era a mesma que as outras quatro (FFFFF), em outras era diferente (EEFEE). Depois, eles responderam a um questionário dizendo o quanto haviam ficado ansiosos e preocupados com o teste.

Embora as mulheres ansiosas tenham acertado, em geral, tanto quanto os homens ansiosos, seu cérebro trabalhou mais que o deles. E esse trabalho extra teve seu preço depois: à medida que o teste ia ficando mais difícil, elas se saíram pior – sugerindo que a preocupação atrapalhou.
Além disso, quanto mais erros as ansiosas cometiam, mais intensamente trabalhava seu cérebro – coisa que não ocorreu com os ansiosos do sexo masculino.

O estudo foi publicado no International Journal of Psychophysiology e é o primeiro a analisar a relação entre a preocupação e as respostas cerebrais a erros entre pessoas de sexos diferentes usando uma amostra válida cientificamente (no caso, 79 mulheres e 70 homens).


Por que o cérebro feminino trabalha mais?


Jason Moser, líder do estudo, acredita que o resultado pode ajudar a identificar garotas com tendência a problemas como transtorno obsessivo-compulsivo ou desordens de ansiedade. “Essa é mais uma peça do quebra-cabeça para descobrir por que as mulheres em geral têm mais problemas de ansiedade”, disse.
Segundo ele, “o cérebro das garotas ansiosas teve de trabalhar mais porque elas tinham preocupações e pensamentos que as distraíam. Como resultado, seus cérebros meio que se atrapalharam por ter que pensar tanto, o que pode levar a dificuldades na escola, por exemplo.”

Os pesquisadores agora estão pesquisando se o estrogênio, um dos principais hormônios sexuais femininos, pode ser o culpado pelo aumento da resposta cerebral. As suspeitas estão sobre ele porque já se sabe, por exemplo, que afeta a liberação de dopamina, um neurotransmissor responsável pelo aprendizado e pelo processamento de erros na parte da frente do cérebro.


Mas se você é mulher e ansiosa, não se desespere. Jason Moser deu dicas para ajudar a reduzir a preocupação e aumentar o foco: escreva suas preocupações em um diário em vez de ficar remoendo tudo em sua cabeça e resolva jogos criados para melhorar a memória e concentração.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Transtorno de Ansiedade por excesso de informação

Sou do tipo de ansiosa que não é muito agitada, que não precisa estar sempre fazendo alguma coisa, que não é ligada no 220. Ao contrário disso, costumo ser bem leeenta no meu dia a dia. :)
Minha ansiedade é mais interiorizada, e vem muito da angústia de não poder abraçar o mundo. Ou de pelo menos não saber por onde começar a abraçá-lo. Eu explico.

Quando criança, lá pelos anos 1980, eu entendia e decorava tudo com muita facilidade. Sabia o nome de todas as marcas e modelos de carros existentes na vida, dos artistas da TV e da música, dos filmes que estavam em cartaz, e sabia todas as revistas que poderia encontrar na banca do seu Miro.
Tudo parecia acessível e limitado.

Mas com o passar do tempo, com a evolução das tecnologias, da informática, e com a chegada da TV a cabo e da internet, e com a globalização... a quantidade de "itens" aumentou muito e acho que aconteceu um tilt no meu sistema. E veio um cansaço mental, uma preguiça; e a resignação frente à dura realidade: eu jamais conseguiria ter acesso a todas essas informações, muito menos assimilá-las. Era coisa demais pro meu antiquado HD. 


Me sinto esgotada, e angustiada, só de pensar em tudo que existe hoje para conhecer e entender! E pra que tanto esforço se esse "tudo" será rapidamente descartado e se tornará obsoleto antes mesmo que eu consiga compreender?

O mundo está numa velocidade insandecidamente mais veloz do que a minha.
Como não se sentir desanimado sendo toda vez o perdedor?
Eu adoro video game, mas detesto jogar futebol no Playstation, por exemplo, porque SEM-PRE perco. E nada mais desestimulante do que não poder se sentir competitivo, concorda?
Então. É assim que me sinto nessa disputa com a velocidade do mundo. Estou sempre atrás! rss


Leia esta matéria e compreenda melhor meu drama! ;)
Saúde, coragem e equilíbrio para todos nós!!! :)


Você está sempre conectado e lê imediatamente todos os e-mails que chegam na sua caixa postal? Mesmo assim, tem a sensação de que precisa estar mais atualizado? Saiba que esses são alguns sinais de quem sofre de ansiedade de informação, descubra como prevenir e combater esse tipo de transtorno.
Por: Fabiana Fontainha/ Adaptação: Letícia Maciel

Para se ter uma ideia do potencial do problema, hoje produzimos milhares de vezes mais informações em um ano do que todas as gerações que nos antecederam e, provavelmente, você recebe em um mês mais informação do que o seu tataravô teve acesso durante toda a vida.

Muitas pessoas podem estar vivendo o que se convencionou chamar ansiedade de informação. Esse transtorno é causado pela avalanche de informações que recebemos todos os dias sem sermos capazes de entendê-las ou selecioná-las.


Usar ou ser usado

Apesar de ainda não ser classificada como uma patologia, especialistas são unânimes em dizer que essa ansiedade afeta a saúde e a qualidade de vida das pessoas, principalmente devido ao ritmo acelerado e à abundância de dados proporcionados pelas novas tecnologias. “Nossa capacidade de seleção tem de fazer parte do nosso aprendizado. Temos de perguntar: eu uso a tecnologia ou é ela que está me usando? Se ela não trouxer conforto, então fizemos alguma coisa errada. Não ao inventá-la, mas em como lidamos com ela”, analisa o médico Roberto Cardoso, coordenador de medicina comportamental do Femme Laboratório da Mulher (SP).

Atenção aos sinais

Os sintomas mais comuns são: frustração por não manter-se atualizado, saber pouco ou com atraso; necessidade de checar a mesma coisa em diversas fontes; e estresse pela dificuldade de lidar com tanta informação. Essa ansiedade prejudica o desempenho. “Você fica distraído, agitado, não para de balançar o corpo, tem lapsos de memória e pode até ter problemas de concentração”, diz Cardoso.

Para a psicóloga Juliana, trata-se de um comportamento de dependência. “É como se a pessoa precisasse daquilo para sobreviver."
Ela explica que três pontos mostram que algo está errado. “A primeira coisa é quando a pessoa só gosta de estar conectada. Não lê, não conversa com ninguém, só fica ligada, como se isso fosse a única fonte de prazer”, diz. A segunda coisa é quando o indivíduo começa a ter perdas no trabalho e nas relações. “A pessoa deixa de sair de casa para entrar na internet, perde o horário, não dorme porque se conecta às duas horas da manhã, perde o tempo que tinha de estar trabalhando para ficar on-line”, analisa. Já o terceiro ponto é querer parar com o comportamento, mas não conseguir. “Existem pessoas que acordam no meio da noite para ver se tem alguma atualização e não conseguem dormir”, observa.


Aprenda a identificar as “doenças” da era digital

Cybercondríacos: São aquelas pessoas reconhecidas como hipocondríacas que pesquisam o tempo todo sobre doenças na internet e começam a acreditar que estão doentes.
Dataholics: São os fissurados por informação, que precisam checar o mesmo dado em diversas fontes para estarem seguros. Mas sentem-se ansiosos por não preencherem essa busca desenfreada por informação.
Bulimia informacional: É a necessidade compulsiva de coletar informações em grande quantidade, sem critério, seleção ou preocupação com a qualidade e confiabilidade dos dados.
Obesidade informacional: Pode ser uma consequência da bulimia informacional e ocorre quando se tem excesso de informações desnecessárias e irrelevantes que, quando acumuladas, prejudicam o aprendizado que poderia ser útil.

Tem jeito?

A mudança de estilo de vida é a melhor maneira de prevenir e tratar o problema, aprendendo a colocar limites e priorizar as informações. Mas se você percebeu que a ansiedade está afetando a sua vida, vale a pena procurar a ajuda de um profissional de saúde, como de um psicólogo, psicoterapeuta ou psiquiatra, que orientará sobre a intervenção mais adequada. Nos casos em que o nível de ansiedade está bastante elevado, o psiquiatra pode indicar o uso de medicamentos ansiolíticos ou até antidepressivos, sempre com acompanhamento médico.

Fonte: revista Viva Saúde
Imagem retirada da internet.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Fibromialgia - O que é, quais os sintomas e como afeta a qualidade de vida do indivíduo

O tratamento deve ser multiprofissional, envolvendo: o educador físico, o médico psiquiatra, os analgésicos e o psicólogo. Depressão e ansiedade crônicas fazem parte dos sintomas.

Fonte: Clínica Plenamente

Antigamente, as queixas relacionadas à dor generalizada e a indisposições mal definidas eram negligenciadas, além de muitas vezes serem consideradas “apenas” como consequência de problemas emocionais.
Assim, a falta de informação e o preconceito elevavam o sofrimento de alguns indivíduos e não favoreciam o surgimento de estratégias terapêuticas para melhorar sua qualidade de vida.
 

Foi a partir da década de 1980 que a fibromialgia começou a ser melhor investigada, sendo então construídos critérios diagnósticos que auxiliam na identificação dessa síndrome. 

Atualmente, o conceito de fibromialgia é definido por uma condição complexa e crônica que engloba dor musculoesquelética, fadiga, indisposição generalizada e transtornos do sono. A dor é intensa, presente por no mínimo três meses, e atinge os músculos, ligamentos e tendões, no mínimo em 11 dos 18 pontos padronizados. 

Pesquisas internacionais apontam uma prevalência de 1 a 5% na população geral. Estudos realizados na população brasileira indicam uma prevalência de cerca de 10%, e ressaltam a influência de fatores socioeconômicos que possam justificar esse índice tão elevado.
Cerca de 80% dos casos de fibromialgia corresponde às pacientes do sexo feminino. 


O termo fibromialgia vem de “fibro” (tecidos fibrosos, como tendões e ligamentos), “mi” (músculos) e “algia” (dor).
Ao contrário da artrite, a fibromialgia não causa dor ou inchaço nas juntas, e sim a dor consiste nos tecidos que envolvem as juntas, a pele e outros órgãos pelo corpo.  


Os sintomas mais comuns são: 

 - dor generalizada pelo corpo por no mínimo três meses;

 - má qualidade do sono;

 - cansaço, perda de energia e diminuição da resistência a exercícios físicos;

 - cólon irritado (diarreia alternada com prisões de ventre) e outras disfunções intestinais;

 - formigamento e dormência nos braços, pernas, rosto e, sobretudo, nas mãos e nos pés;

 - depressão e ansiedade crônicas;

 - cefaleia (dor de cabeça);

 - sensação de inchaço nas articulações;

 - rigidez muscular.

A depressão e a ansiedade são os quadros psicológicos mais frequentemente associados à fibromialgia. A dor é percebida como um sinal de alerta no corpo, mostrando que algo não está bem. O indivíduo quando experimenta esse sentimento, apresenta ansiedade, e todas as manifestações psicológicas e fisiológicas correspondentes.
Nos quadros de dor crônica, esse estado psíquico é intenso e acompanha o indivíduo por muitos anos, podendo inclusive gerar algum transtorno de ansiedade ou depressão. Há indícios de que essa situação se agrava de forma significativa quando o paciente se procura a diversos profissionais sem obter um diagnóstico preciso, o que ocorre em muitos casos de fibromialgia. 


Essa síndrome também pode provocar mudanças importantes na vida social, afetiva e ocupacional dos indivíduos, uma vez que a interação social diminui, o trabalho é prejudicado, e aspectos cognitivos como a atenção e a motivação mostram-se reduzidos. Sob esse aspecto, a fibromialgia coloca o paciente muito mais predisposto a um quadro de depressão.

As emoções não são vistas apenas como consequências desse quadro de dor crônica, mas elas também podem servir como retro alimentação para a dor. Uma vez que o indivíduo com a síndrome apresenta esses fenômenos psíquicos e comportamentais, consequentemente ele tem sua qualidade de vida prejudicada, e vivencia apenas a dor em sua vida, não depositando suas energias em experiências mais positivas e gratificantes.

Causas


Embora sua etiologia ainda não seja totalmente esclarecida, um grande número de pesquisas realizadas levantou hipóteses sobre as causas da fibromialgia. Algumas dessas pesquisas sustentam que o desenvolvimento da síndrome se dá sempre após a exposição de um indivíduo pré-disposto a algum tipo de trauma (por exemplo, acidentes ou doenças graves). Outros estudos sugerem que existe uma influência genética significativa que coloca as mulheres mais suscetíveis ao acometimento da síndrome.

Pesquisas realizadas com técnicas de neuroimagem levantaram a hipótese de que a fibromialgia pode estar associada a falhas no equilíbrio dos neurotransmissores no sistema nervoso central, e não por problemas musculares nas áreas periféricas do corpo. Ainda sustentando essa última hipótese, um estudo mostrou que um neurotransmissor que sinaliza ao cérebro um foco de dor existe em três vezes maior quantidade em pacientes com fibromialgia. 


Tratamento

O tratamento atualmente conhecido para fibromialgia permite que muitos dos sintomas sejam minimizados significativamente para melhorar a qualidade de vida do individuo.

O tratamento deve ser multiprofissional, envolvendo: o educador físico, que vai orientar o paciente na prática de exercícios físicos de baixa intensidade e de alongamentos; o médico psiquiatra, capacitado a receitar medicamentos que favoreçam a qualidade do sono e o controle da depressão e da ansiedade; os analgésicos que aliviam a dor; e o psicólogo, cujo papel no tratamento é de suma importância no sentido de buscar mudanças na relação do indivíduo consigo mesmo e com seus sintomas.

Veja também:
Fibromialgia - Causas, sintomas e tratamentos
Fibromialgia.com.br

Ilustração retirada da internet.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Karen Terahata no programa Sem Censura

No dia 14 de julho de 2014, tive o privilégio de ser entrevistada pela jornalista Leda Nagle no programa Sem Censura. Assista!
Dor no peito, tontura e medo de morrer são algumas características da síndrome do pânico. A jornalista Karen Terahata superou a síndrome, criou um blog e um grupo para ajudar outros portadores da doença. O psiquiatra Marco André Mezzasalma participa do programa e explica o transtorno do pânico.

Apresentação: Leda Nagle
Exibido em: 14/07/2014
Bloco 1



Bloco 2



Bloco 3



Sabemos muito bem o quanto é importante visitar o dentista ou o clínico geral com certa regularidade. Se nosso estômago dói, vamos ao gastroentereologista, se não enxergamos muito bem, ao oftalmologista. Porém não estamos muito acostumados a escutar sem espanto quando alguém fala que vai ao psiquiatra ou ao psicólogo. É senso comum acreditar que estes profissionais só cuidam de pessoas “loucas”, portanto se alguém precisa ir a eles logo é taxado como tal.

Desde pequenos somos ensinados a lidar com números, com palavras, temos aulas de educação física, aprendemos a conviver em sociedade; somos preparados para a vida prática do dia-a-dia. 
Os sentimentos e as emoções, que são nossos companheiros inseparáveis, são postos de lado de tal forma que se apresentam através de dores e mal-estar.

As doenças psicossomáticas dão vazão a sentimentos negligenciados por anos e um evento estressante pode desencadear o processo de adoecimento. Dores constantes, insônia podem não ter causa orgânica alguma para o seu aparecimento. Frequentemente, após extensa investigação através de exames laboratoriais e consultas com diferentes especialistas não se acha a causa para o problema. A procura por um profissional que cuida das emoções, psiquiatra e psicólogo, é adiada o quanto se pode. Muito sofrimento desnecessário é prorrogado e intensificado por medo de se sentir “louco”.

Falar sobre os sentimentos não é algo fácil, mas possível de ser aprendido e essencial para o equilíbrio e bem-estar. Temos horário para trabalhar, passear; abrimos os e-mails… 
Quando cuidamos da nossa mente e do que sentimos? Simplesmente não cuidamos. 
Não há tempo na agenda para elaborar os afetos, fatos marcantes; entendermos as nossas relações; se estas estão saudáveis ou doentes.

Dar este tempo a si próprio tendo alguém que possa ouvi-lo, sem crítica ou julgamento, acolhendo e compreendendo o que está sendo dito, é algo realmente profundo e transformador. Capaz de tornar a vida de qualquer pessoa que está disposta a mudar muito melhor. Não se trata de não ter problemas, mas sim de lidar com eles de forma mais tranquila, equilibrada e madura.

(Patricia Adnet - psicóloga. Texto Publicado no Jornal Correio Carioca Ano VII – nº 63)