terça-feira, 2 de setembro de 2014

Sabemos muito bem o quanto é importante visitar o dentista ou o clínico geral com certa regularidade. Se nosso estômago dói, vamos ao gastroentereologista, se não enxergamos muito bem, ao oftalmologista. Porém não estamos muito acostumados a escutar sem espanto quando alguém fala que vai ao psiquiatra ou ao psicólogo. É senso comum acreditar que estes profissionais só cuidam de pessoas “loucas”, portanto se alguém precisa ir a eles logo é taxado como tal.

Desde pequenos somos ensinados a lidar com números, com palavras, temos aulas de educação física, aprendemos a conviver em sociedade; somos preparados para a vida prática do dia-a-dia. 
Os sentimentos e as emoções, que são nossos companheiros inseparáveis, são postos de lado de tal forma que se apresentam através de dores e mal-estar.

As doenças psicossomáticas dão vazão a sentimentos negligenciados por anos e um evento estressante pode desencadear o processo de adoecimento. Dores constantes, insônia podem não ter causa orgânica alguma para o seu aparecimento. Frequentemente, após extensa investigação através de exames laboratoriais e consultas com diferentes especialistas não se acha a causa para o problema. A procura por um profissional que cuida das emoções, psiquiatra e psicólogo, é adiada o quanto se pode. Muito sofrimento desnecessário é prorrogado e intensificado por medo de se sentir “louco”.

Falar sobre os sentimentos não é algo fácil, mas possível de ser aprendido e essencial para o equilíbrio e bem-estar. Temos horário para trabalhar, passear; abrimos os e-mails… 
Quando cuidamos da nossa mente e do que sentimos? Simplesmente não cuidamos. 
Não há tempo na agenda para elaborar os afetos, fatos marcantes; entendermos as nossas relações; se estas estão saudáveis ou doentes.

Dar este tempo a si próprio tendo alguém que possa ouvi-lo, sem crítica ou julgamento, acolhendo e compreendendo o que está sendo dito, é algo realmente profundo e transformador. Capaz de tornar a vida de qualquer pessoa que está disposta a mudar muito melhor. Não se trata de não ter problemas, mas sim de lidar com eles de forma mais tranquila, equilibrada e madura.

(Patricia Adnet - psicóloga. Texto Publicado no Jornal Correio Carioca Ano VII – nº 63)

7 comentários:

  1. karen alguns médicos também não gostam de encaminhar pacientes para o psiquiatra. e também alguns psiquiatras são muito misteriosos nas consultas. falo por experiência própria. ainda não achei um psiquiatra que me traga confiança. é muito difícil. estou estabilizado mas já sofri muito, e na internet que tirei duvidas e entendi mais a doença!!! até sábado!!! Jorge pipeiro

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    1. Sei que não é fácil encontrar bons profissionais.
      Mas com perseverança e indicações você consegue. Até sábado!

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    2. Jorge, até que psiquiatra eu tive sorte, uma pessoa experiente com sabedoria, mas psicologa, na primeira que fui ela nem sabia o que era TCC, falou mais da vida dela do que eu da minha. Fica na paz!!

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    3. Sugiro que não considere esta experiência negativa como uma regra. Procure um outro profissional, e se também não sentir afinidade, procure outro, até encontrar um em que sinta confiança e segurança. Fazer terapia é muito bom e importante para o nosso tratamento. Abraços.

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  2. Sabias palavras psicóloga, além de ajuda psiquiatra, é muito importante conversar com um psicologo(a) olhos nos olhos, isso me ajuda muito.

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  3. Olá, Karen. Sigo seu blog a algum tempo e acho super bacana o seu gesto para ajudar outras pessoas. Estou em tratamento a alguns meses, espero melhorar logo, e também ajudar outras pessoas. Parabéns pelo brilhante trabalho. Abraços.

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