segunda-feira, 31 de março de 2014

Matéria sobre o estresse crônico no Jornal Hoje - março / 2014

O Jornal Hoje exibiu uma matéria bem bacana sobre o estresse. Nela, as mulheres aparecem mais uma vez como as principais vítimas.
No caso da jornalista Mariana, apenas um exercício para o controle da respiração já fez diferença. Confira!

Assista à matéria
Assista à matéria do Jornal Hoje
Levantamento mostra que estresse crônico atinge mais as mulheres
Para cada homem diagnosticado, duas mulheres têm o problema.
Muitos só procuram ajuda quando o estresse já provocou alguma doença.

Carla Modena
São Paulo, SP


Um levantamento do programa de avaliação de estresse da Beneficência Portuguesa de São Paulo mostra que 60% dos pacientes estão com um nível alto de estresse crônico.

Ele vêm com as pressões no trabalho, no trânsito parado, no cumprimento de tantos compromissos todos os dias.
Para cada homem diagnosticado com estresse crônico, duas mulheres têm o problema.

 “Principalmente relacionado com a sobrecarga de trabalho na vida atual. A mulher atual é uma mulher que corre atrás do sucesso pessoal e profissional, o que vai impactar bastante os níveis de estresse na vida dela”, diz o psicólogo e coordenador do Programa de Avaliação do Estresse da Beneficência Portuguesa, Armando Ribeiro.

Até as crianças já têm sintomas de estresse. Para cada menino são pelo menos três meninas.

“A menina tem que ser sempre a melhor, o exemplo da casa. Não fazemos essa mesma cobrança nos irmãos. Então isso vai gerar níveis de estresse mais elevados desde a infância e que depois vai aparecer na vida adulta como doenças relacionadas ao estresse”, fala Armando.

Tensão muscular constante, batimento cardíaco acelerado, respiração ofegante são os sinais iniciais do estresse. Mas é comum as pessoas não darem importância e continuarem tocando a vida. Elas só procuram ajuda quando o estresse crônico já provocou alguma doença.

A jornalista Mariana Durante tem gastrite, infecção no esôfago, enxaqueca e dor no corpo.  “Eu sou uma pessoa muito agitada e muito ansiosa por causa das demandas do dia a dia. Tenho inglês, tenho pós-graduação, tenho trabalho, uma casa para cuidar, filho para criar”, conta.

Dá para medir o nível de estresse usando um programa de computador.
O fiozinho preso à orelha envia ao aplicativo informações sobre a frequência cardíaca, que é influenciada pelos hormônios relacionados ao estresse: a adrenalina e o cortisol. Em 100% do tempo medido, Mariana apresentou baixa capacidade de relaxamento. Bastou um exercício de respiração para o nível de ansiedade começar a diminuir.

“Não há remédio para o estresse, e sim mudança de estilo de vida, coisas que as pessoas devem aprender e ensinar pros filhos e levar para o trabalho que podem reduzir o estresse excessivo e que nos preocupa”, completa Armando.

Ainda segundo o programa de avaliação do estresse as mulheres aceitam melhor a ajuda e procuram o tratamento mais cedo do que os homens.

O coordenador do programa, o psicólogo Armando Ribeiro, diz que a pessoa estressada precisa tratar a causa e não os efeitos. O primeiro passo é aceitar que precisa de ajuda.


Saúde e coragem para todos nós! :)

sexta-feira, 21 de março de 2014

A importância da terapia cognitivo-comportamental (TCC) no tratamento dos transtornos de ansiedade

Sempre que me procuram para pedir alguma orientação sobre o tratamento para transtornos de ansiedade - geralmente para o pânico -, eu recomendo que, em primeiro lugar, procure um médico, de preferência um psiquiatra, e que, depois de receber um diagnóstico e dar início ao tratamento medicamentoso (se for necessário), considere a possibilidade de fazer terapia.

Na minha opinião, a medicação inicial é necessária para aliviar os sintomas (medo intenso, falta de ar, tremores e tantos outros que nós, portadores, conhecemos tão bem), pois somente com os sintomas controlados é que o paciente poderá ter tranquilidade suficiente para ser beneficiado pela ajuda de um acompanhamento psicológico. 


A psicóloga Rosanna Mannarino, minha parceira no projeto Sem Transtorno, explica um pouco mais sobre a tão falada "TCC", a Terapia Cognitivo-Comportamental.


ST - Dra. Rosanna, de que maneira a terapia cognitivo-comportamental pode ajudar um paciente com síndrome do pânico?

RM - Os pacientes com pânico apresentam uma variedade de sintomas cognitivos, como medos catastróficos de calamidades físicas ou perda de controle, assim como sintomas comportamentais, como fuga ou evitação. A TCC tem como objetivo reverter cognições disfuncionais (medo), juntamente com métodos comportamentais, incluindo o treinamento da respiração, o relaxamento e a terapia de exposição.

ST - E o que seria essa terapia de exposição?

RM - A terapia de exposição leva o paciente a enfrentar algo que ele tanto teme. Esse medo pode ser irracional, mas também pode ser racional, fruto de alguma experiência negativa vivida pelo paciente. A exposição pode parecer desagradável, e muitas vezes é mesmo, mas evitar uma situação da qual se tem medo não é exatamente a solução ideal.

ST - Por que evitar determinadas situações não é saudável para o paciente com pânico?
RM - Quando você evita algo de que tem medo, alimenta esse medo; reforça a ideia de que a situação é realmente perigosa. Ele reforça o pensamento negativo (pensamentos automáticos), tornando-se um ciclo vicioso ao invés de buscar habilidades para lidar com a situação de stress. Com estas pequenas informações, esperamos sensibilizá-lo a partir da percepção e entendimento do processo do quadro clínico para a compreensão da importância da busca de terapia e de acompanhamento de um psiquiatra.

(Ilustração retirada da internet)

segunda-feira, 17 de março de 2014

Etapas da agorafobia

Por Karen Terahata

Em uma das reuniões do nosso grupo de apoio, falamos sobre uma possível prevenção aos transtornos de ansiedade. Mas como essa prevenção poderia ser feita, já que não existem exames clínicos disponíveis que nos deem um diagnóstico precoce?


Navegando pelo site da Revista Brasileira de Psiquiatria, encontrei uma tabela com estágios da agorafobia.
De acordo com a matéria, esse método de classificação por estágios
também pode ser aplicado em casos de ansiedade generalizada e fobia social.


Podemos notar que alguns sintomas da doença podem ser encontrados em pessoas com características semelhantes, relacionadas à ansiedade (preocupação excessiva com a saúde e medos isolados, por exemplo). Esses sintomas vão evoluindo até que tornam-se crônicos.

Desse modo, pressuponho que se o paciente fosse encaminhado para um psicólogo ou um psiquiatra logo nos primeiros sinais de ansiedade, a doença poderia ser evitada. Sim, porque os pensamentos negativos - "automáticos", como denominam psicólogos - poderiam ter sido contornados, o que já não é tão fácil quando o problema se cronifica.  

A questão é que, muitas vezes, os próprios médicos que trabalham nas emergências dos hospitais não têm esse discernimento (ou sensibilidade) e simplesmente prescrevem um calmante para os pacientes que chegam até eles com uma crise de pânico. Daí a importância de investimento nas áreas de pesquisa e formação de profissionais da saúde.

quarta-feira, 12 de março de 2014

Programa Trocando Ideias - Síndrome do Pânico e Depressão



Muito boa entrevista com a psicóloga Elaine Ribeiro no programa Trocando Ideias, da TV Canção Nova.

Pânico, depressão, preconceito, dificuldade de atendimento pelo sistema público...
Seria bom que outros profissionais da área de saúde tivessem essa mesma compreensão sobre a doença e seus pacientes.


segunda-feira, 10 de março de 2014

Karen Terahata: carioca nota 10 na Veja Rio


Foto Felipe Fittipaldi

A jornalista Karen Terahata criou um grupo de ajuda para tratar a síndrome do pânico


Definida como um transtorno de ansiedade, a síndrome do pânico é uma doença pouco compreendida. Trata-se da ativação súbita e desmedida de nosso sistema biológico de alerta, sem a existência de um perigo real que justifique seu funcionamento. O primeiro contato que a jornalista Karen Terahata, de 38 anos, teve com a doença foi em 1997 a caminho de um encontro com amigos. Na ocasião, seu coração disparou, os braços começaram a formigar e ela teve dificuldade para respirar.
Leia a matéria completa!

quarta-feira, 5 de março de 2014


É importante dizer que, mesmo tratados, tomando a medicação certa da forma certa, tendo acompanhamento psicológico, tudo direitinho, também temos os nossos "dias de fúria". Assim como uma pessoa hipertensa que tem a pressão arterial sob controle a base de remédios também pode ter um pico de pressão. Acontece, é normal. Nós não ficamos sedados, apáticos. O tratamento aumenta a nossa tolerância diante da doença, não nos torna intocáveis, insensíveis. E ainda bem!... :)

terça-feira, 4 de março de 2014

AVISO: Amigos, felizmente a procura pelas reuniões do nosso grupo de apoio está enorme. Por isso, vamos manter os dois horários do primeiro encontro, às 9h e às 11:30h, para atendermos o máximo de pessoas possível.
Os interessados deverão enviar um e-mail para: semtranstorno@gmail.com
Favor aguardar confirmação, pois estamos com pouquíssimas vagas para ambos os horários. Obrigada mais uma vez a vocês pela confiança!!! Saúde e coragem para todos nós! :)

segunda-feira, 3 de março de 2014

Álcool: por que é melhor evitar?


Durante datas festivas, o consumo de bebidas alcólicas é claramente maior. 

No Carnaval não poderia ser diferente!
E que beber, quanto mais em excesso, é prejudicial à saúde, todos estamos cansados de ouvir. Mas por que nós, portadores de transtornos de ansiedade e/ou depressão, devemos ter ainda mais cuidado?

De acordo com o psiquiatra Tárcio Carvalho, doutor em saúde mental e membro do Núcleo de Pesquisas em Psiquiatria da Universidade Federal de Pernambuco, o consumo de álcool para "afogar as mágoas" pode ser uma porta de entrada para o alcoolismo para pessoas com sintomas de ansiedade: "Pacientes que praticam o consumo "terapêutico" de bebidas alcoólicas ou de qualquer outro tipo de droga contra a ansiedade aumentam de três a seis vezes o risco de dependência", ele afirma. "Pessoas com problemas como transtorno de pânico ou fobias, principalmente a fobia social, são especialmente vulneráveis a esse fator de risco".

Dr. Tárcio lembra ainda que o tratamento para transtornos de ansiedade acompanhados de dependência química são mais difíceis de serem tratados. "A abstinência pode provocar uma intensificação dos sintomas que são típicos da ansiedade".

Antidepressivos, ansiolíticos e álcool

No site Anti Drogas, o presidente da Sociedade Pernambucana de Psiquiatria, Antônio Peregrino, explica que o uso do álcool associado a antidepressivos ou ansiolíticos potencializa a ação do medicamento e os efeitos colaterais variam, dependendo da droga utilizada e do organismo de cada pessoa. "O paciente pode ficar muito sedado e bater o carro, queimar-se no fogão, sair andando sem rumo, não lembrar de nada que fez. A mistura do benzodiazepínico (ansiolítico) com álcool pode deixar o usuário confuso. Em casos extremos, pode gerar coma", detalha o médico.

A dificuldade dos pacientes em permanecer mais de seis meses sem ingerir bebidas alcoólicas não é desprezada pelos psiquiatras. Antonio Peregrino diz que, há até pouco tempo, a recomendação era não beber em hipótese alguma. Atualmente, já existe uma maior flexibilidade no caso exclusivo do antidepressivo, pois os ansiolíticos oferecem mais perigos. "A depressão e os transtornos de ansiedade são tratamentos longos. Se eu digo aos pacientes que eles vão passar dois ou três anos tomando antidepressivos, sei que os pacientes bebem e não me contam", afirma o médico.

Peregrino diz ainda que a medicina tentou fazer um day off (um feriado da droga) para os pacientes não tomarem o remédio e poderem beber. Só que não deu certo porque as pessoas exageravam. "Hoje a recomendação é diferente, mais flexível. Pedimos para os pacientes que tomam antidepressivo evitarem a bebida. Mas se forem beber, que seja em quantidade pequena e nos avise", orienta o psiquiatra. Porém o especialista alerta para que nos primeiros dois meses do início do tratamento não seja feito uso algum de bebida alcoólica por conta da capacidade que o álcool tem de deprimir. "Depois que o paciente já está mais estável, podemos negociar doses baixas de álcool", pondera o médico.

E no dia a dia? Qual seria a melhor forma para controlarmos a nossa ansiedade sem recorrer ao álcool ou a outras substâncias tão nocivas? O Dr. Tárcio Carvalho nos dá a dica: "O ideal é a pessoa com muita ansiedade procurar ajuda profissional, passando por um bom psiquiatra. A partir de então, pode utilizar várias estratégias em combinação com o tratamento médico para aliviar a ansiedade, como caminhadas, meditação, relaxamento, exercícios de respiração, yoga etc.".

Tenham todos um bom carnaval!!! 

E para brindar, sugiro um chá gelado de pêssego!!! Adoro!!! ;)
Coragem, saúde e paz! <3

Ilustração retirada da internet.