sábado, 13 de abril de 2013

Uma visão mais consciente da síndrome do pânico


Com relação aos tipos de tratamentos, o que é bom para uma pessoa pode até ser bom para outra pessoa. Mas pode não ser tão bom assim para uma terceira pessoa. Ou seja,
antes do tratamento, o mais importante é a escolha do profissional que vai conduzir esse tratamento; que, através da sua sensibilidade, saberá a hora de mudar o rumo das coisas, caso seja necessário.
Estamos todos juntos nesse barco: doentes, parentes, amigos, médicos... 
Um dia essas posições podem se inverter e sempre precisaremos uns dos outros. Da compreensão, da amizade, do respeito, do apoio, do carinho.
 


A síndrome do pânico ou transtorno do pânico é um dos distúrbios de saúde que tem estado em voga ultimamente. Muitas pessoas têm sofrido com o transtorno do pânico, e os tratamentos médicos têm tido resultados positivos com algumas delas. Mas, também têm tido pouco ou nenhum resultado com outras, e isso parece ter relação com o desconhecimento de alguns aspectos essenciais e das prováveis causas subjacentes desse distúrbio por parte dos médicos e de outros profissionais da saúde.

Uma crise de pânico se caracteriza por um conjunto de estados e sintomas relativos ao medo agudo e intenso, que surgem de forma súbita e intensa, deixando a pessoa com a sensação eminente de colapso, de morte, de desespero e de falta de autocontrole. (...) Simultaneamente, ocorre um aumento brusco da produção de adrenalina, da frequência respiratória e cardíaca e outros, que podem vir associados a tremores, boca seca, tontura, mãos frias ou formigando, hiper-transpiração, pressão alta, pressão no peito, dor nas costas, entre outros sintomas.

A partir desse momento e nessa condição, a pessoa já está apresentando um medo profundo e intenso de ter uma mal súbito, um colapso, até de morrer, e fica extremamente ansiosa, agitada, ansiando por uma ajuda competente, com necessidade de espaço amplo e livre, de ar puro e de um ambiente tranquilo e seguro. (...) Depois de experimentar esses estados durante uma crise inicial, a pessoa tende a se apavorar e achar que está com alguma doença grave, que a qualquer hora pode levá-la a um colapso e isso se transforma numa insegurança crônica, que passa a deixá-la preocupada, ansiosa e até deprimida, coisas que podem se tornar gatilhos para novas crises agudas de pânico. (...)

Causas e características

Antes de tudo, precisamos entender que a síndrome do pânico é um estado emocional ou psicológico que tem intensas somatizações; ou seja: a maioria, senão a totalidade dos sintomas físicos que a pessoa experimenta (taquicardia, aperto no peito, tontura, formigamento no peito ou nas extremidades) são o resultado de estados psicológicos intensos e não doenças ou distúrbios que têm origem em más funções orgânicas verdadeiras.

Além disso, é preciso saber que a síndrome do pânico não é um estado definitivo, uma situação sem cura. Pelo contrário, muitas pessoas se compreenderam e amadureceram depois de viverem a síndrome do pânico por um tempo em suas vidas e hoje encontram-se totalmente saudáveis, lidando de forma ainda mais competente com a vida e com os problemas do que antes de terem tido o pânico, e sem precisar de quaisquer remédios.

É claro que existem pessoas que tendo vivido situações muito traumáticas (guerras, acidentes graves, ameaças mortais, catástrofes, torturas) têm muito mais dificuldades em curar-se; mas nada é impossível, e até mesmo essas, com um tratamento humano, multidisciplinar e bastante inteligente podem ter a chance de curar-se.

Os perfis psicológicos mais comuns que podem desenvolver a síndrome do pânico são: as pessoas que são educadas e polidas demais e estão, aparentemente, sempre alegres; os que não sabem dizer não e colocar limites aos outros; os inseguros, medrosos e os que temem a exposição social; os hipocondríacos; os que tiveram experiências muito traumáticas ou abusivas; os que estão sob forte ameaça de perder a vida (com doenças graves, ou ameaçados de morte); os que temem muito pelos entes queridos (e temem morrer repentinamente e deixá-los), e outros casos, onde as pressões e conflitos interiores são grandes e a expressão dos mesmos é quase nula. (...)

Mas, temos que continuar com nossas vidas cotidianas, mantendo um certo comportamento normal e socialmente adequado. Porém, no fundo, estamos angustiados, apavorados, tensos, com tremenda tristeza ou sentindo-nos incapazes de suportar a situação por mais tempo.

Nessa situação, vamos ficando cada vez mais tensos, com a mente acelerada, acumulando e acumulando sentimentos. Nossa mente se torna extremamente agitada, ansiosa, e, às vezes até caótica e meio aturdida.
Como estamos com a nossa mente voltada quase que exclusivamente para a resolução desses conflitos internos, ficamos menos atentos ao mundo, menos sensíveis e até um pouco atordoados, devido a tantos pensamentos e sentimentos confusos. (...)

Ainda assim tentamos segurar as coisas, o que só faz aumentar as pressões internas até o ponto que estamos por explodir. Então, começa a sensação de mal estar profundo, de colapso eminente, a necessidade de sair a qualquer momento do ambiente e buscar desafogo, respirar, sentar e deixar-se ir. Como a maioria das pessoas não tem consciência efetiva desse processo interior, quando os estados internos alterados chegam ao ápice, vem um profundo medo de que se esteja tendo um mal súbito, um colapso, um algo desconhecido que pode levar à nossa morte. Eis a crise de pânico.

O que fazer e como tratar a síndrome do pânico

(...) Muitos profissionais apenas receitam remédios ou estratégias que acalmam, refreiam ou entorpecem as pessoas, restringindo a sua superfície, sem dar-lhes um auxílio real e curativo. Mas o uso isolado de remédios não cura as pessoas. As estratégias bem sucedidas no tratamento da síndrome do pânico são aquelas que transmitem confiança humana, segurança e sentido de orientação sólida e coerente. E, junto com isso, são as que trazem consciência à pessoa – revelando suas posturas e conflitos internos -, que a ajudam a conhecer-se, a entender-se, a educar-se e desenvolver-se psicologicamente, tornando-a madura e competente para lidar com as diversas situações da vida e, inclusive, com alguma situação momentânea específica e difícil.

Um psicoterapeuta ou uma psicóloga competentes e humanos são ótimos profissionais para esse processo. Eles têm de ter interesse genuíno pelo paciente e serem sinceros para auxiliar no menor tempo possível o amadurecimento do indivíduo e a sua cura. Da mesma forma, um terapeuta floral ou um terapeuta corporal experientes, que compreendam os conteúdos psicológicos e as somatizações, podem ser fundamentais para a cura da pessoa. (...) Muitos outros recursos naturais podem ser utilizados com excelente proveito para o auxílio da estabilização do indivíduo durante o tratamento da síndrome do pânico: as ervas medicinais, a acupuntura, a homeopatia, as massagens terapêuticas e outros.

Porém, em todos eles é preciso ter humanidade, interesse pelo ser humano, empatia, apoio, disposição e integridade, para que assim estabeleça-se uma confiança mútua e uma possibilidade de caminho de recuperação saudável.

Antes de qualquer técnica, droga ou terapia, o acolhimento humano é ainda o melhor remédio: com apenas um toque de humanidade, verdadeiro e amoroso, é possível dissolver grandes conflitos, dores e males, que talvez os remédios levem anos para resolver.


Alberto Giovanni Fiaschitello é terapeuta naturalista e cientista social.
Publicado no The Epoch Times, edição em português.

5 comentários:

  1. Que bom que hoje que tive um dia daqueles, eu encontrei seu blog. Venho sofrendo com a tal ansiedade, estou na busca constante de uma forma de naturalmente me ajudar. Tem sido mais frequente estes dias.

    Obrigada por compartilhar.

    Very

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  2. Olá, Very. Que bom que gostou do Sem Transtorno, volte mais vezes! Obrigada pelo seu comentário, espero que vc esteja melhor! ;)

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  3. Olá Karen.. Agradeço de coração por compartilhar esse conteúdo! é muita bondade a sua...
    Eu me chamo Diogo, tenho 25 anos, e já sofro com essa síndrome há pelo menos 1 ano. Não tem sido fácil nesse período... Rezo todos os dias para que Deus alivie o peso desse meu problema, e que dia-a-dia eu me supere e aprenda a ser mais forte a sídrome propriamente dita.

    Fica aqui a minha torcida por você e pra todos os portadores da SP.
    Um Abraço.

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  4. Olaa. Tenho a sindr. do panico. A maior dificulldade eh a solidao.tenho 55anos. Moro em bh mg. Meu email dddmc@bol.com.br

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  5. Olá, tenho 14 anos e possuo a sindrome do panico desde os 12, eu consegui nesses dois anos sair disso sem auxilio de remédios e continuo até hoje agradeço tudo o que diz e explica é ótimo para auxiliar as pessoas que não estão cientes desse transtorno

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