quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Primeirão

Sou uma mulher de 31 anos, mãe de um menino lindo de um ano e meio, produtora de TV, tecladista de uma banda de reggae e, dentre vários outros predicados, vítima de transtorno de pânico (ou síndrome do pânico).

Minha intenção é fazer desse espaço uma fonte de informações e de boas inspirações, de bons pensamentos, para mim e para outras pessoas que também sofrem com o mesmo problema ou similares.

Para a estréia do meu blog, escolhi um texto que li há poucos dias e que tem a ver com o momento que estou passando:

“Companheira, sei que você vai chorar quando ler esta carta, mas quero deixar de ver você por uns tempos.
Vai ser difícil para mim, pois me acostumei à sua presença, porém não vejo mais motivos para continuarmos juntas. Não nego sua importância; em diversos momentos difíceis da minha vida você permaneceu comigo, mesmo quando todos se afastaram. Só que, com você, sinto que não ando para a frente. Esse seu pessimismo me atrapalha.
Tenho tentado evitar você de todas as maneiras, e isso não é legal. Ainda mais porque sei que se magoa por qualquer coisinha. Mas basta você chegar e lá se vai minha alegria. Não agüento mais os seus assuntos mórbidos, a sua cara desanimada. Até sexo, com você, ficou sem graça. Nada mais broxante do que gente que chora durante a transa.
Perdi anos de minha vida ao seu lado, tristeza, acreditando em tudo que você dizia. Que o amor não existe e o mundo não tem jeito. (...) Agora, chegou a hora de dar chance à alegria, que há muito tempo tem mostrado interesse em passar uns tempos comigo. Ela me elogia, sabe? Você? O único elogio que eu me lembro de ter ouvido de você foi que eu fico bem de olheiras. (...)
Desde pequena, abro mão de muita coisa pela sua companhia. Festas a que não fui porque você não me deixou ir, paisagens lindas nas quais não reparei porque você exigiu de mim total atenção, amigas que perdi porque insisti em levar você comigo a todos os lugares. Ora, tristeza, tente ao menos ser mais leve. Sorria de vez em quando, pare um pouco de se lamentar. Ou vai continuar sendo assim: ninguém querendo ficar com você.
Não vou cobrar o que deixei de ganhar por sua má influência, pois sei que tristezas não pagam dívidas. Mas quero de volta meus discos de dance music, que você tirou da prateleira. E minhas roupas estampadas, que sumiram do meu armário depois que você se instalou aqui.
Por favor, não tente entrar em contato comigo com as mesmas velhas razões de sempre. Não é a fria lógica dos seus argumentos que irá guiar meu coração daqui por diante. Quero ver a vida por outros olhos, que não os seus. Quero beber por outros motivos, que não afogar você dentro de mim. Cansei da sua falta de senso de humor, do seu excesso de zelo. Vá resolver as suas carências em outro endereço.
Como me disse o Lulu, hoje de manhã, no carro, a caminho do trabalho: “Não te quero mal, apenas não te quero mais”.
Bye, bye.”

(texto de Fernanda Young – revista Cláudia, agosto de 2007)


Vida nova, galera. Um grande beijo e sejam todos bem-vindos.

3 comentários:

  1. Tb já sofri sindrome do pânico, e ainda continuo tendo algumas recaidas as vezes. Tem dias que acordo bem e do nada durante o dia me sinto triste, sozinha, uma aflição no peito que nao sei descrever. Luto contra isso, sigo minha vida, ando com pessoas pra cima, aprendi a olhar mais o lado bom da vida e até pequenas coisas no nosso dia a dia que nos fazem rir e estão a nossa volta: uma cirança caindo na gargalhada sem motivo, o movimento das árvores com o vento, um pássaro cantando, uma pessoa cantando sozinha ouvindo som no ônibus, a paisagem, e tb tento nao ver tanto os jornais na tv e sim um desenho,um filme de comédia e por aí vai.
    Assim vou vivendo a vida bem melhor e aprendendo que aquilo que eu penso ou falo eu atraio pra mim, então tento manter só coisas boas na minha mente, sei que isso é um exercício diário, mas sei que estou evoluindo cada dia mais.

    Beijos a todos, namastê

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  2. Oi,
    Eu li esse pensamento do Dalai Lama e achei muito legal para refletirmos e praticarmos isso diariamente, me ajudou, espero que ajudem outras pessoas:

    Lembre-se sempre que a vida é instável.
    Que o tempo muda de repente para tempestade e trovoada.
    Reforça portanto o poder da sua mente.
    Ofereça o tesouro de um pensamento generoso e de uma disciplina interior
    Ao amigo que o acompanha para sempre.
    Lembre-se que as marcas de cada um dos seus atos
    Unem-se à mente, tal como a sua sombra se une ao corpo.
    Evite portanto os caminhos do mal
    E cultive uma atitude de bondade ativa.
    Fixe o seu olhar sobre estas coisas de benefício eterno.
    Meus amigos, deixo-os hoje
    Este conselho que é preciso seguir em minha memória.
    Em breve nos encontraremos de novo
    Dalai Lama II

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  3. Gostei muito de encontrar vcs ando me sentindo tão desamparada e foi muito reconforante o que li aqui .Força a todos !!

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