segunda-feira, 3 de março de 2014

Álcool: por que é melhor evitar?


Durante datas festivas, o consumo de bebidas alcólicas é claramente maior. 

No Carnaval não poderia ser diferente!
E que beber, quanto mais em excesso, é prejudicial à saúde, todos estamos cansados de ouvir. Mas por que nós, portadores de transtornos de ansiedade e/ou depressão, devemos ter ainda mais cuidado?

De acordo com o psiquiatra Tárcio Carvalho, doutor em saúde mental e membro do Núcleo de Pesquisas em Psiquiatria da Universidade Federal de Pernambuco, o consumo de álcool para "afogar as mágoas" pode ser uma porta de entrada para o alcoolismo para pessoas com sintomas de ansiedade: "Pacientes que praticam o consumo "terapêutico" de bebidas alcoólicas ou de qualquer outro tipo de droga contra a ansiedade aumentam de três a seis vezes o risco de dependência", ele afirma. "Pessoas com problemas como transtorno de pânico ou fobias, principalmente a fobia social, são especialmente vulneráveis a esse fator de risco".

Dr. Tárcio lembra ainda que o tratamento para transtornos de ansiedade acompanhados de dependência química são mais difíceis de serem tratados. "A abstinência pode provocar uma intensificação dos sintomas que são típicos da ansiedade".

Antidepressivos, ansiolíticos e álcool

No site Anti Drogas, o presidente da Sociedade Pernambucana de Psiquiatria, Antônio Peregrino, explica que o uso do álcool associado a antidepressivos ou ansiolíticos potencializa a ação do medicamento e os efeitos colaterais variam, dependendo da droga utilizada e do organismo de cada pessoa. "O paciente pode ficar muito sedado e bater o carro, queimar-se no fogão, sair andando sem rumo, não lembrar de nada que fez. A mistura do benzodiazepínico (ansiolítico) com álcool pode deixar o usuário confuso. Em casos extremos, pode gerar coma", detalha o médico.

A dificuldade dos pacientes em permanecer mais de seis meses sem ingerir bebidas alcoólicas não é desprezada pelos psiquiatras. Antonio Peregrino diz que, há até pouco tempo, a recomendação era não beber em hipótese alguma. Atualmente, já existe uma maior flexibilidade no caso exclusivo do antidepressivo, pois os ansiolíticos oferecem mais perigos. "A depressão e os transtornos de ansiedade são tratamentos longos. Se eu digo aos pacientes que eles vão passar dois ou três anos tomando antidepressivos, sei que os pacientes bebem e não me contam", afirma o médico.

Peregrino diz ainda que a medicina tentou fazer um day off (um feriado da droga) para os pacientes não tomarem o remédio e poderem beber. Só que não deu certo porque as pessoas exageravam. "Hoje a recomendação é diferente, mais flexível. Pedimos para os pacientes que tomam antidepressivo evitarem a bebida. Mas se forem beber, que seja em quantidade pequena e nos avise", orienta o psiquiatra. Porém o especialista alerta para que nos primeiros dois meses do início do tratamento não seja feito uso algum de bebida alcoólica por conta da capacidade que o álcool tem de deprimir. "Depois que o paciente já está mais estável, podemos negociar doses baixas de álcool", pondera o médico.

E no dia a dia? Qual seria a melhor forma para controlarmos a nossa ansiedade sem recorrer ao álcool ou a outras substâncias tão nocivas? O Dr. Tárcio Carvalho nos dá a dica: "O ideal é a pessoa com muita ansiedade procurar ajuda profissional, passando por um bom psiquiatra. A partir de então, pode utilizar várias estratégias em combinação com o tratamento médico para aliviar a ansiedade, como caminhadas, meditação, relaxamento, exercícios de respiração, yoga etc.".

Tenham todos um bom carnaval!!! 

E para brindar, sugiro um chá gelado de pêssego!!! Adoro!!! ;)
Coragem, saúde e paz! <3

Ilustração retirada da internet.

2 comentários:

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