Você conhece esse medo?
Matéria publicada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ASP)
Renato Russo escreveu certa vez: “E o teu medo de ter medo de ter medo”. Seguindo este raciocínio podemos entender o que é a agorafobia. Em termos concretos, é uma doença cuja principal característica é justamente o medo de ter medo.
Anos atrás, a definição mais usada para a doença era o temor a lugares abertos, expressão originada da palavra grega “agoraphobia" que, separadamente, quer dizer “agora” (praça, mercado) e “phobia” (horror, medo).
A agorafobia não pode ser considerada uma doença por si só, ela é uma das manifestações clínicas do Transtorno do Pânico, no qual o paciente é acometido pela ocorrência espontânea de ataques de pavor repentino. A agorafobia é um dos sintomas mais latentes do Transtorno do Pânico.
O paciente, em estágio agorafóbico, apresenta temores de lugares públicos onde, na visão do doente, não seria possível uma saída rápida caso viesse a ter um ataque de pânico. O indivíduo passa a ter medo de estar em uma situação em que seu socorro possa ser dificultado caso tenha tontura, palpitação, falta de ar, dificuldade para falar ou, até mesmo, medo de morrer.
No shopping, em uma viagem ou multidão. Esses são apenas alguns dos lugares onde o indivíduo pode ter um ataque súbito. Nesse momento, ao se imaginar tendo uma crise de pânico, a pessoa permanece parada em determinado local, imóvel, não querendo ficar sozinha.
Para Virgínia Turra, psicóloga do Hospital Universitário de Brasília, é aí que a família começa a participar do sofrimento de quem está em crise. “A solidão de quem sofre com o problema se transforma na dor de toda a família”, esclarece a psicóloga.
O diagnóstico da agorafobia exige um exame minucioso. Já nos primeiros sintomas é preciso consultar um profissional de saúde mental, que pode identificar se o paciente está ou não tendo uma crise. Virgínia aconselha a não fazer autodiagnóstico. “Fazer uma avaliação de si mesmo não é um bom caminho. Os transtornos de ansiedade são variados e é preciso fazer um bom diagnóstico, tanto de situações médicas quanto de outras formas de sofrimento psíquico”, afirma.
Como tratar?
O tratamento da agorafobia é determinado caso a caso. Geralmente, combina terapia com medicamentos e psicoterapia. Outro aspecto do tratamento é o diálogo entre psiquiatra e psicólogo. É muito comum que o paciente produza suas próprias conclusões a partir do que escuta em consulta com esses dois profissionais, passando a tratar-se por conta própria, procedimento não indicado. “O auto tratamento não é o ideal. O correto é que psiquiatra e psicólogo afinem o discurso para, então, chegarem à terapia mais indicada”.
Fonte: Assessoria de Comunicação UnB / Rádio Criciúma - SC
Foto: reprodução internet
Veja também o post: Agorafobia - medo de lugares amplos / multidões
Saúde, paz e coragem!!! ;)
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