terça-feira, 9 de dezembro de 2014

TDAH: aumento de casos ou de diagnósticos inadequados?

                                                     imagem retirada da intenet
Por Rosanna Talarico Mannarino

A partir de uma pesquisa realizada pelo Instituto de Medicina, a
 Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJconstatou que o medicamento "metilfenidato", comercialmente e popularmente mais conhecido como Ritalina, teve um aumento de 373% em sua produção e importação no Brasil em dez anos e 775% de aumento em seu consumo. O produto é utilizado no tratamento do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, o TDAH.

Será que esse aumento é um reflexo de uma maior busca por tratamento ou seria consequência de um diagnóstico sem avaliação adequada e cautelosa?

Na maioria das vezes, a criança ou o adolescente é diagnosticado sem ser considerado seu contexto social, histórico e questões emocionais.
A avaliação deveria ser realizada por uma equipe multiprofissional, não centralizando no psiquiatra. Infelizmente, muitos psiquiatras não consideram desenvolver um trabalho em conjunto com outros profissionais da área da saúde, como o psicólogo. Mas s
ó a medicação não trata!!!

Após o diagnóstico, é importante que, concomitantemente ao medicamento - quando este for necessário - o paciente seja acompanhado por uma psicoterapia para que ele possa aprender a lidar com suas dificuldades. E é importante que os familiares também sejam encaminhados para um psicólogo, para que sejam orientados e aprendam a administrar questões relacionadas ao paciente.

Devido à ansiedade da família, a busca por ajuda é voltada para uma resolução rápida e mais cômoda possível, reforçando a cultura de que somente a medicação resolverá o problema. Em muitos casos o resultado positivo é imediato, mas não cria-se habilidades saudáveis para lidar com as dificuldades, para aliviar o desconforto e inabilidades fora, não buscando as suas próprias ferramentas. Buscando e desenvolvendo suas habilidades interiores.

Por que as crianças francesas recebem menos diagnóstico de TDAH?

Além de não usarem o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, ou DSM, os psiquiatras franceses veem o TDAH como uma questão psicossocial e situacional, levando em consideração a avaliação do contexto social da criança.

A preocupação do tratamento é dar suporte para que o paciente saiba lidar com suas dificuldades e também à família do paciente, buscando a causa social subjacente aos sintomas.

Nós, profissionais da área da saúde, devemos ter cuidado para não priorizar a avaliação da doença, evidenciando os sintomas, mas sim, ter como prioridade compreender o paciente enquanto "pessoa", com seus históricos e singularidades.


Rosanna Talarico Mannarino é Psicóloga Clínica (CRP 23434/05). Contato: rosanna.talarico@yahoo.com.br /
Tel.: (21)
 9 9165-0576




4 comentários:

  1. No ataque de panico a gente vê o rosto da morte mas ela não quer nada conosco, ainda bem, só que fica um sofrimento que parece que estamos no colo dela, ufa!! que doença safada de sentir.

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    1. Antonio bem isso faz um mes q me deu a primeira crise achei q eu estava infartando achei q eu iria morrer..

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  2. A psicologa Rosanna é uma profissional brilhante, enriquece muito o blog. Vivemos num mundo Touch Screen (toque na tela) e faz muita falta o Touch Skin (toque na pele) por isso é muito importante os grupos de apoio mutuo. Conversas só por celular, rede social e outras mídias nos torna carente e superficiais e ansiosos e solitários na multidão.

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  3. Como faço para conseguir um tratamento gratuito para meu filho, que está com problemas comportamentais e agressivo? Ajudem- me por favor... Obrigada

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