quinta-feira, 9 de abril de 2009

Pânico x Fé


Me disseram uma hora dessas, mais precisamente hoje na hora do almoço, que eu sou uma pessoa "muito bem programada para resistir".
No caso, para resistir à fé.
Fiquei pensando nisso o resto do dia e cheguei à conclusão de que realmente, ao longo da minha vida, não recebi muitos - nem bons - estímulos para me espiritualizar.
 
1) Na infância, a maior experiência que tive nesse sentido foi acompanhar uma tia à igreja e me sentir um tanto inferior por não poder receber aquele "biscoitinho achatadinho" como todas as outras pessoas. Minha tia me disse que era porque eu não tinha feito primeira comunhão... ela também me disse que o biscoitinho não tinha gosto, mas ele me parecia bem gostoso. Ainda mais dado na boquinha!
 
2) Estudei a infância toda e parte da adolescência numa escola humanista, que possuía sua própria filosofia e onde não se comemorava nenhuma data cristã. Páscoa, festa junina, Natal... nada disso a gente festejava.
 
3) Meu pai não acreditava em nada e ainda criticava os padres.
 
4) Minha mãe acreditava em tudo, mas ao mesmo tempo acabava não acreditando em nada muito seriamente. Acho que só no poder das velas de sete dias, porque essas se revezavam e nunca apagavam em cima da geladeira. Era a tocha olímpica lá de casa.
 
5) Na adolescência, minha banda de rock preferida se chamava Faith No More (traduzindo: "Fé Nunca Mais"). Precisa comentar? ;)
 
Bom, então acho que definitivamente fui "bem programada" sim.
 
Só que, na verdade, eu não resisto à fé porque quero. Minha dificuldade é deixar de lado esse bloqueio, essa "programação" que existe em mim e me aprofundar nessa questão. Acho muito difícil deixar de lado tantos anos de uma convicção - ou de falta de alguma, já nem sei mais -, mas confesso que queria conseguir ter essa fé cega que vejo em algumas pessoas. Talvez sofresse menos.
 
 
Esperança para todos!
E fé pra quem é capaz! ;)